O dia 14 de novembro é uma data importante para frisar a necessidade do combate da diabetes, uma das doenças que mais mata no mundo e segundo Federação Internacional de Diabetes o número de pessoas com a doença aumentou em 74 milhões. O pé diabético é uma das principais causas de internação da pessoa com diabetes, segundo estudos da International Diabetes Federation, o Brasil é o quinto país com mais casos da doença no mundo. André Perin Shecaira, ortopedista especializado em cirurgia no pé e tornozelo, explica: “A maioria das complicações devido à diabetes está relacionada ao tempo de doença e ao mal controle das taxas de glicemia no sangue.”
O assunto deve ser mais abordado, já que muitas pessoas podem não perceber os sintomas que levam aos casos mais graves da doença. Segundo o especialista, o paciente com diabetes deve ter acompanhamento com ortopedista a partir de 5 anos com a doença, “ Os pés sofrem essas lesões porque a diabetes causa problemas de circulação, então as áreas mais afetadas são as que o sangue demora mais a chegar. E a falta de oxigenação e a problemas com circulação pioram a cicatrização das feridas. Os sinais de alerta são: feridas nos pés, perda de sensibilidade, dor e queimação.” acrescenta o ortopedista.
O caso ainda tem maior incidência em pessoas idosas, somente nos meses entre janeiro e setembro de 2021, foram realizadas 12.639 cirurgias de amputações de membros inferiores, como pés e pernas, pelo Sistema Único de Saúde(SUS), dados declarados pelo Ministério da Saúde. E idosos sofrem mais ainda com as consequências da amputação pela redução da mobilidade, aumentando a possibilidade de gerar outras doenças e danos psicológicos ao paciente. André Perin explica: “Estudos demonstram que 25% das pessoas acima dos 65 anos possuem diabetes e 70% delas têm grande chance de desenvolver complicações. Para evitar complicações da diabetes, responsável por mais da metade dos casos de amputação, é necessário o controle fino da glicemia no sangue, além do tratamento precoce com ortopedista. André destaca como é tratado o caso: “O ortopedista vai atuar na profilaxia (medidas preventivas) do surgimento dos problemas, dessa forma diminui os riscos de agravamento da úlcera. O paciente pode utilizar palmilhas e calçados adequados e medicamentos para melhorar os sintomas.”
O especialista alerta para algumas medidas de prevenção importantes a serem tomadas, principalmente para pacientes que têm mais chances de desenvolver o problema, como: “Não expor os pés ao calor, como a colocação de bolsas de água quente por exemplo, assim como o cuidado para não ter uma lesão no pé, pois a cicatrização será bem mais lenta. Cuidados como, evitar idas em manicures, cortar unhas cuidadosamente, ir em profissionais especializados como podólogos, também devem ser utilizadas palmilhas e calçados adequados com menos chances de gerar alguma lesão, evitar andar descalço, não estourar bolhas e sempre procurar o especialista caso surjam calos e bolhas e é de suma importância examinar todos os dias os pés. O tratamento consiste na limpeza diária da região afetada, tratamento da ferida, medicamentos para melhorar os sintomas e eventualmente a intervenção cirúrgica pode ser recomendada, dependendo do caso do paciente” completa André Perin.