Dia 29 de outubro é o dia mundial do AVC, por isso o mês é dedicado à conscientização da condição. O acidente vascular cerebral é a segunda maior causa de morte no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) – perdendo apenas para cardiopatias isquêmicas. Além disso, apenas 20% das pessoas que apresentam o problema não ficam com sequelas. O neurocirurgião Orlando Maia ressalta que a cada 6 pessoas da população uma, em algum momento, vai ter um acidente vascular cerebral e que a condição acomete mais os homens que as mulheres. “O AVC é o entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral pela falta da circulação sanguínea. A doença é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo”, explica o médico.
O AVC é mais comum em pessoas com idade acima de 60 anos, porém o índice de pessoas com menos de 45 anos e jovens sofrendo com a doença aumentou depois da pandemia. “O principal fator é a mudança de hábitos. A alimentação não saudável, casos de diabetes , hipertensão e sedentarismo, estão relacionados ao acidente vascular cerebral. Além disso, altos níveis de estresse também estão ligados ao acidente vascular, já que ele faz aumentar a pressão”, relata Orlando.
O neurocirurgião acrescenta que os sintomas são súbitos e de início repentino e podem incluir perda de movimento, normalmente de um dos lados do corpo, ou de um dos lados da face; alguma alteração de fala; alterações na visão, comprometimento do equilíbrio, dentre outros. “A pessoa pode ter dificuldade de se manter em pé, por exemplo. Existe também a possibilidade da perda da visão de um dos lados, ou dos dois lados ao mesmo tempo, que é mais incomum”, destaca o especialista.
Os acidentes vasculares cerebrais são divididos em hemorrágicos e isquêmicos, o segundo é o mais frequente, representa 85% dos casos. A isquemia é uma obstrução de alguma parte da circulação. Já o hemorrágico, ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, causando a hemorragia. “Apesar de o AVC isquêmico ter menos chances de levar a pessoa a óbito, o tempo para conseguir recuperar o paciente é mais curto, pois nesse caso a obstrução da oxigenação vai destruindo neurônios e, quanto maior o tempo que o paciente espera para ir ao hospital, maior o risco de sequela”, ressalta o neurocirurgião. Ele destaca que o tratamento pode variar entre a aplicação de medicamento intravenoso e cirurgia para desobstrução da veia – quando a medicação não é suficiente.
A clínica geral e geriatra Márcia Umbelino destaca que manter hábitos saudáveis é o melhor caminho para a prevenção ao AVC e outras doenças cardiovasculares. “A maioria dos fatores que aumenta o risco da pessoa ter um derrame estão relacionados a não ter hábitos saudáveis. É muito importante que a pessoa controle a pressão arterial, os níveis de açúcar no sangue, mantenha uma alimentação saudável, controle do peso, pratique exercícios regulares, controle o estresse e tenha um sono de qualidade”, ensina a médica.
Dentre os fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência de um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico estão: hipertensão; diabetes, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, alcoolismo, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar. “O tratamento com soroterapia, que faz a reposição de vitaminas, aminoácidos e minerais, são uma ajuda importante na prevenção de doenças, pois nem sempre conseguimos os nutrientes necessários somente com a alimentação. Além disso, o soro promove uma desinflamação nas veias, o que é mais uma contribuição para evitar doenças cardiovasculares como o AVC”, completa a especialista Márcia Umbelino que também atua com tratamento ortomolecular.
A médica acrescenta que a desidratação é um fator que aumenta muito as chances de desencadear o problema “O calor aumenta os riscos de AVC, por causa da desidratação. Pois, quanto menos água se tem no organismo, mais devagar o sangue vai passar pelos vasos sanguíneos e isso aumenta as chances do sangue coagular. A coagulação aumenta os riscos de derrame, infarto e entre outros problemas”.
Com a chegada de dias mais quentes e a aproximação do verão, especialistas alertam a importância de se redobrar os cuidados para prevenir o AVC, especialmente em idosos, uma vez que eles têm mais dificuldade em regular o calor e perceber sede ou desidratação.