Do Nós do Morro para o mundo

Cintia Rosa está festejando 35 anos de carreira com duas produções no Festival do Rio (que acontece até 15 de outubro). A atriz estrela o longa “A Festa de Léo”, com direção de Luciana Bezerra e Gustavo Mello, em que dá vida a Rita, uma mãe que busca por formas de ajudar a salvar seu ex que roubou o dinheiro que seria usado para a festa de aniversário de seu filho. O projeto foi quase todo rodado na Favela do Vidigal, no Rio, e trata-se da primeira obra cinematográfica da Cia Nós do Morro, da qual a artista faz parte desde os 8 anos. Ela também está no elenco do curta “Aquela Mulher”, com direção de Cristina Lago.

Cintia Rosa

Bacharel em Artes Cênicas, a carioca participou de grandes obras cinematográficas como: “O Fim e os Meios”, de Murilo Salles, do qual foi protagonista e lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Fest Aruanda e indicações no Festival de Gramado e no Festival do Rio. Em seu currículo constam ainda trabalhos em diversos longas como “5XFavela”, que a levou para o Festival de Cannes, “Bróder”, “Cidade de Deus”, “O Maior Amor do Mundo”, “Confissões de Adolescente”, “Solteiro no Rio de Janeiro”, ” Tropa de Elite” e “A suprema Felicidade”.

Na TV, Cintia Rosa participou de séries de sucesso como “As Cariocas”, onde protagonizou um dos episódios; “Cidade dos Homens”; “Valentins”; “Sandy e Junior”; Homens”; “Sob Pressão”. Ela também esteve em novelas como “Em Família”, “Segundo Sol” e “Vai na fé”.  Nos palcos, seu último trabalho foi este ano na peça “12 Anos ou a memória da queda”, que teve temporadas de sucesso no Rio e em SP.

Durante a pandemia, Cintia Rosa apresentou semanalmente no IGTV “O Que Não Aprendi Na Escola”. A série idealizada por ela conta a história de personagens que deram a vida pela construção do nosso país, mas que foram esquecidos mesmo tendo contribuído na formação da identidade e autoestima da população negra.

“Aos oito anos fui a primeira vez assistir um espetáculo teatral, em um grupo que eu não conhecia chamado Nós do Morro porque uma amiguinha me convidou e eu não imaginava o que eu ia ver. Assim que a cortina vermelha foi aberta, eu me deparei com aquela estória acontecendo ali, bem na minha frente, me deixou encantada, meus olhos brilharam e de alguma forma aquilo reverberou em mim.    E esse Nós do Morro foi quem me abraçou, me educou, me fez olhar de outra perspectiva o mundo de possibilidades e caminhos que eu tinha se tornando minha segunda casa, minha segunda família toda essa transformação regida por nosso grande mestre, que tenho profunda gratidão e respeito, Guti Fraga. Talvez se eu não tivesse sido convidada naquele dia e ter visto aquele espetáculo que mexeu com minha imaginação de criança, eu teria um outro caminho completamente diferente”, conta a atriz.

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