Duda Oliveira expõe em São Paulo e no Rio de Janeiro para homenagear o Centenário da Semana de Arte Moderna de 22

Obra

O poder de transformação da artista plástica Duda Oliveira teria colocado suas esculturas facilmente no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, na Semana de Arte Moderna de 22, cujo objetivo para a história da arte brasileira foi romper o conservadorismo existente no cenário cultural da época. Não havia um conceito único entre os artistas plásticos, escritores e escultores, nem um programa estético definido. A intenção era destruir o status quo. E eles conseguiram. Duda Oliveira também consegue, 100 anos depois, ser um divisor de águas na cultura brasileira com suas obras em grande escala.

A exposição ” Duda Oliveira”, até o dia 11 de fevereiro, no Centro Cultural Correios São Paulo, apresenta uma coletânea de esculturas de seu acervo pessoal, onde mostra seu poder de transformação e influência nas obras. Seu universo construtivo permeia a ambivalência entre o masculino e a sensibilidade feminina, inquirindo sobre o poder de completitude entre ambos. Suas esculturas são em grande escala, oscilando intensidade e a delicadeza, com cores intensas ou ferrugem e sucata.

Duda Oliveira

A partir de 24 de fevereiro, a artista plástica Duda Oliveira desembarca no Rio para abrir a exposição ” Universo Construtivo”, com 6 esculturas de grande porte (3m), produzidas para a Mostra Semana de Arte de 22, no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, onde apresenta os padrões de escolhas que representam as fases de composição e de decomposição do orgânico. Consciente de sua responsabilidade ambiental, utiliza sempre materiais reciclados ou recicláveis, o que aponta como valor agregado a sua arte.

As marcas do tempo são imprescindíveis em seus trabalhos. Suas obras sempre possuem estrias, priorizando o desgaste, numa busca intensa em explorar todas as fases de recrudescimento do material que está sendo trabalhado. A exposição quer mostrar que a imagem da mulher também se transformou, sob a inspiração de novos modelos estéticos. A arte sempre em seu papel altruísta, apenas sinalizou o que já estava pungente e silenciado por antigos valores.

“ Assim como o metal, o tempo transforma o que sou, indexando a duração e a forma que me comporto com o meu invólucro. É a partir dessa compreensão que eu consigo entender o simples, o que não depende de mim, a inexorável transformação das coisas.”, explica Duda.

Com curadoria de Edson Cardoso, Duda Oliveira quer homenagear o papel da mulher no centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, visto que uma crítica de Monteiro Lobato, então colunista do jornal O Estado de São Paulo, à arte de Anita Malfatti, tornou-a um expoente da maior revolução da arte nacional. Com suas obras desprendidas de conceitos acadêmicos clássicos das Belas Artes, chocou a elite cultural brasileira, desafiou os novos tempos, flertou com a ruptura de valores culturais e morais e deu à mulher o poder de transformação no cenário social e cultural urbano, juntamente com todos demais participantes da Semana de Arte Moderna de 22.

Duda Oliveira quer mostrar que a imagem da mulher também se transformou, sob a inspiração de novos modelos estéticos. A arte sempre em seu papel altruísta, apenas sinalizou o que já estava pungente e silenciado por antigos valores.

“Somente a arte tem o poder de propagar o acesso ao real e grande poder de transformação. A arte nos torna iguais, permitindo a verdadeira ordem democrática das coisas, a compreensão verdadeira e espontânea do belo”, diz a artista plástica.

Método artístico e a arte ambiental

A organização de ideias da artista, inspirada nos Parangolés de Hélio Oiticica, que fundou a “antiarte ambiental” juntamente com a formulação das “ordens de manifestações”, transformou os materiais contidos no seu espaço de vivência e de experiência diários, em outra ordem de coisas, com experimentações de mutação do corpo vivo e transmutação da arte em vida autônoma.

Nas esculturas, a artista reinventa o metal naval, cimento, vergalhões e a madeira inutilizada, em boa parte das obras. Partindo destes experimentos, Duda convida o público a refletir sobre a potência existencial de vida, transformação e esperança no caos.

Duda Oliveira

Artista plástica contemporânea, niteroiense, Duda Oliveira estudou arte experimental na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e História da Arte e da Arquitetura do Brasil, na PUC RJ. Desde 2018, vem participando de diversas exposições, com destaque para as Feiras Internacionais da Alemanha, Luxemburgo, em Salas Culturais em Portugal, nos Museus MASP, MAC Niterói e outros importantes espaços culturais do Brasil e do exterior. Em 2021 apresentou a exposição ‘Enredados’ no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro.

Há 20 anos ingressou na militância do Direito Ambiental, especializando-se em Sociologia Política, para empreender de forma participativa. Com a luta e o árduo trabalho na carreira de advogada, veio a necessidade de uma terapia alternativa. Foi assim que a arte entrou em sua vida.

Serviço

(SP) Exposição: “Duda Oliveira” (coletânea de esculturas)
Artista: Duda Oliveira
Instagram: @dudaoliveira
Curadoria: Edson Cardoso
Produção cultural: Edson Cardoso e Cota Azevedo
Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem
Local: Centro Cultural Correios São Paulo
Praça Pedro Lessa, s/n° – Vale do Anhangabaú – Centro – SP
Visitação: até 11 de fevereiro de 2022
Dias e horários: segunda a sexta, das 10h às 17h

(RJ) Exposição : “Universo Construtivo” na Semana de Arte de 22
Artista: Duda Oliveira
Instagram: @dudaoliveira
Curadoria: Edson Cardoso
Produção cultural: Edson Cardoso e Cota Azevedo
Assessoria de Imprensa Duda Oliveira: Paula Ramagem
Instagram: @_paula_r_soares
Local: Centro Cultural Correios Rio de Janeiro
Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – RJ
Visitação: de 24 de fevereiro a 03 de abril de 2022
Dias e horários: terça a sábado, das 12h às 19h

Censura livre
Gratuito
Acessibilidade
Uso de máscaras e comprovante de vacinação são obrigatórios.

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