EAT – peça que traz dois imigrantes ilegais presos num frigorífico – tem estreia marcada em Hollywood, no Marilyn Monroe Theatre, em 24 de outubro

por Redação
EAT

Em um marco histórico para o teatro brasileiro, EAT, do autor e diretor Alex Tietre e co-direção de Bruna Fachetti estreiam no Marilyn Monroe Theatre em Hollywood, trazendo à tona questões urgentes sobre consumo, sustentabilidade, identidade e escravidão moderna. A peça, um thriller psicológico inusitado, coloca dois homens em uma situação extrema e tensa, presos em um frigorífico abandonado, onde suas interações desvendam as complexidades da condição humana.

A História: Entre o Consumo e a Liberdade

A narrativa de EAT gira em torno de Manoel e Leonam, dois imigrantes ilegais que, após uma inspeção em um frigorífico interditado, encontram-se aprisionados nesse cenário insólito. A peça se desenrola enquanto os personagens enfrentam dilemas existenciais e morais, com Manoel se recusando a consumir carne crua devido ao seu vegetarianismo, enquanto Leonam, cede ao desespero e come para tentar sobreviver. Esse contraste de crenças e ações alimenta o suspense psicológico e provoca uma reflexão profunda sobre as escolhas humanas, a fé e o consumo no contexto de uma sociedade globalizada.

“É uma história sobre o que acontece quando a sobrevivência e os valores pessoais colidem, mas também sobre amor e fé”, explica Alex Tietre, autor e diretor da peça. “O frigorífico é o palco ideal para discutir os temas que tratamos: o consumo desenfreado, a exploração das pessoas, e a busca por identidade e liberdade em um mundo onde tudo parece ser descartável.”

Temas Universais em um Thriller Psicológico

EAT não é apenas uma peça de suspense, mas uma análise crítica de questões sociais globais:

  • Consumo e Sustentabilidade: Em um cenário de frigorífico, a produção questiona a relação do homem com a alimentação e as consequências desse consumo exacerbado.
  • Escravidão Moderna: A peça aborda a questão da exploração laboral no contexto contemporâneo, refletindo sobre os abusos que continuam a ocorrer em todo o mundo.
  • Identidade e Liberdade: A luta de Manoel e Leonam para definir suas identidades e encontrar liberdade em um mundo que parece aprisioná-los é central para a narrativa.
  • Conexão Humana: O vínculo que se forma entre os dois homens, mesmo nas condições mais extremas, revela a importância da empatia e da autenticidade nas relações.

A produção de EAT é uma colaboração única entre o Brasil e os Estados Unidos, destacando a arte latino-americana no epicentro da indústria cultural global com o apoio institucional do Consulado do Brasil em Los Angeles. Para Alex Tietre, que também tem destaque como preparador de atores e foi o primeiro professor das jovens famosas atrizes Larissa Manoela e Bela Fernandes, “esse é mais um passo importante para o reconhecimento do seu trabalho fora de seu país de origem”. “A arte brasileira tem muito a oferecer ao mundo, e EAT é um reflexo disso. Ele transcende a barreira da língua e conecta o público com questões que são relevantes não apenas no Brasil, mas em qualquer parte do mundo”, completa o autor.

Além de Tietre, Bruna Fachetti, também diretora e co-criadora do projeto, é uma das figuras-chave na produção da peça. Bruna é uma atriz brasileira recentemente vista em Monster (terceira temporada) de Ryan Murphy. Ela é professora certificada da mundialmente renomada Técnica de Atuação Chubbuck e tradutora para o português do best-seller O poder do ator. Os papéis principais são interpretados pelos atores Thales Corrêa e Jorge Gaspar, ambos com experiência em cinema e televisão, e que trazem suas próprias experiências e vivências para os personagens. Corrêa, que é conhecido por seu trabalho com temas sociais e culturais, interpreta Manoel, enquanto Gaspar dá vida a Leonam, oferecendo performances emocionantes e complexas.

Com capacidade para apenas 99 espectadores, o Marilyn Monroe Theatre proporciona uma experiência intimista, onde o público pode se conectar de forma única com a peça e os personagens. O teatro, situado no Lee Strasberg Theatre & Film Institute, é um local de grande significado cultural, e a escolha desse espaço para a estreia de EAT não poderia ser mais simbólica. Nomeado em homenagem a Marilyn Monroe, uma das maiores estrelas de Hollywood, o teatro traz em sua essência a história da arte e da atuação.

EAT será apresentado nos dias 24 e 25 de outubro de 2025, com sessões em inglês e português. A produção promete surpreender misturando a sofisticação da indústria cultural americana com a força e a relevância das questões sociais abordadas pela dramaturgia brasileira.

Mais do que uma peça de teatro, EAT é uma provocação artística, uma reflexão crítica sobre o papel do consumo, da liberdade e da exploração humana na sociedade atual. Ao levar essa produção para o coração de Hollywood, Alex Tietre e Bruna Fachetti não só ampliam os horizontes da dramaturgia brasileira, mas também abrem um diálogo importante sobre temas universais que afetam todos nós, uma chamada à reflexão sobre o que significa ser humano no mundo contemporâneo.

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