Riviera, trabalho musical conduzido por Vinícius Coimbra, lança o EP Passado/Presente, primeira parte do álbum duplo Com o Passar dos Anos. Dividido em dois capítulos – Passado/Presente e Presente/Futuro – o trabalho funciona como dois lados de um mesmo disco. Nesta etapa inicial, o artista mergulha em memórias e afetos que atravessam o tempo, num percurso que vai do encontro e da entrega até a perda, o luto e a aceitação.
O EP reúne cinco canções: “Laços”, “Futuro”, “A Dor e a Cura”, “Molduras” e “Pra Você”, compostas entre 2019 e 2021 em meio a um período de fim de relacionamento, recuperação de saúde e isolamento da pandemia. Pra Você foi a primeira a surgir, logo após a separação, e acabou abrindo caminho para todo o conceito do álbum. As demais nasceram em sequência, como capítulos de uma narrativa íntima que amadureceu com o tempo até ganhar sua forma definitiva em estúdio.
A sonoridade constrói um ambiente etéreo e detalhista, em que as pausas dizem tanto quanto as notas. Com influências de RY X, Jeff Buckley, SYML, Aquilo, Death Cab for Cutie e Seafret, os arranjos transitam entre indie rock, emo e MPB, com pianos espaçados, guitarras atmosféricas e vocais que assumem a vulnerabilidade como força expressiva. “Não queria um som que gritasse, como nos álbuns anteriores. Queria que ele dissesse muito no silêncio também”, explica Vinícius.
O título Com o Passar dos Anos traduz a essência do projeto: conviver com as lembranças sem deixar de viver o agora. A capa, criada por Brunna Frade, funciona como a abertura de um livro, em que cada single recebe uma ilustração própria atravessada por um fio vermelho que simboliza o tempo e o amor.
Produzido em parceria com Breno Machado e Cris Simões (Skank, Jota Quest, Paula Fernandes), o EP conta ainda com a participação do trompetista Marco Lima (James Boogaloo) em Pra Você. Uma escolha estética marcou o processo: a ausência de bateria na maior parte das faixas, reforçando a atmosfera contemplativa do registro.
O trabalho também se desdobra em formato audiovisual. Cada música ganhou um videoclipe e, juntos, eles compõem o curta Molduras, dirigido por Vinícius em colaboração com a fotógrafa Bruna Lacerda. O filme amplia a mesma atmosfera das canções, explorando gestos sutis, pausas e a delicadeza do cotidiano como extensão da narrativa sonora.
Mais do que um conceito, o EP nasce de uma necessidade pessoal. “Tudo que está nas letras aconteceu, foi sentido, foi real. Não tem personagem aqui. Esse disco não foi feito pra provar nada, mas porque eu precisava escrever. Ele não traz respostas, mas talvez ajude a fazer as perguntas certas”, finaliza o artista.