A sociedade é feita a partir de escolhas próprias de seus indivíduos. E o que acontece quando essas escolhas não saem como a gente imagina? Quando uma simples ação, como pegar um elevador, sai do controle, até onde o ser humano está disposto a ir? Qual é o limite moral de cada um? Esses são alguns temas abordados em “Elevador Social”, espetáculo escrito e dirigido por Danilo Moraes e produzido por Dani Carvalho.
Nos dias 25 e 26 de maio a produção realiza duas leituras dramatizadas às 17h, além de um ensaio aberto em 14 de junho também às 17h. Os eventos serão apresentados na Sala Espelhos da Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana. A ideia é popularizar o acesso à cultura, levando arte de qualidade a todos.
– Quando a gente fala de democratização, não é só na venda de ingressos a preços populares, mas a possibilidade de dividir com o público todas as fases de criação do espetáculo – esclarece a produtora Dani Carvalho.
O projeto possui ainda um forte cunho social. Além de ser gratuita, essa primeira fase também terá um ensaio aberto com acompanhamento em libras, como medida de acessibilidade.
– Não adianta falarmos em inclusão se não oferecermos condições de acessibilidade àqueles que precisam. No uso das LIBRAS, a ideia é trazer a cultura pra realidade do público, e isso é o mais importante – completa a produtora.
SINOPSE: Na história, um elevador para de forma brusca, e prende os dois homens que ali estavam: o ascensorista Jorge (Dudu de Oliveira), um rapaz simples que só quer fazer seu trabalho, e Cláudio (Manoel Madeira), um empreendedor que precisa chegar ao seu destino rapidamente. Um homem privilegiado, e outro humilde. Um branco e um preto. Dois homens que não relacionariam, não fosse por um mero elevador.
– A peça surgiu dessa bipolaridade que toma conta das relações. Quis colocar dois sujeitos que certamente enxergam o mundo por perspectivas antagônicas dentro de uma jaula e ver o que aconteceria. Forçá-los pelas circunstâncias a lidarem um com o outro– acrescenta Danilo.
Diferente das histórias tradicionais, onde temos os papéis do mocinho e do vilão, “Elevador Social”, trabalha a ideia de personalidades complexas, com suas qualidades e defeitos, despindo os personagens de qualquer idealização.
– A ideia é mostrar que em uma situação adversa, e com um pouco de pressão, traços não muito simpáticos se manifestam com relativa facilidade – explica Moraes.
Trazer a história para um cenário real é o principal objetivo de “Elevador Social”. Dudu de Oliveira conta que, assim como seu personagem (Jorge), sofreu as dificuldades e preconceitos por ser um homem preto e de comunidade, e acredita que as cenas irão chocar o público, mostrando um reflexo da realidade, de forma nua e crua.
– Acho que as pessoas vão se sentir representadas, e vai ser um tapa na cara da sociedade. É um espetáculo visceral, que vai (e deve) trazer um desconforto pra muita gente. E acho que o melhor de tudo, é que a história não está ali para passar a mão na cabeça de ninguém, mas sim retratar as mazelas dessa sociedade hipócrita em que vivemos – comenta.
Manoel Madeira, que dá vida a Cláudio, acredita que o diferencial da obra é a crítica social necessária para o momento em que vivemos, e conta que sua parte favorita da produção é o próprio texto, que promete prender o espectador do início ao fim, com situações inusitadas e desconfortantes.
– O texto foi o que mais me atraiu, porque traz essas situações dramáticas, mas que ao mesmo tempo são engraçadas e muito possíveis. Trazer esse extremo do dia a dia pro palco é algo que conseguimos fazer muito bem, e acredito que vai deixar marcas em quem assistir – salienta Manoel.
“Elevador Social” é um projeto cultural fomentado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através do FOCA 2021 (Edital de Fomento à Cultura Carioca). Para mais informações, acesse https://www.instagram.com/elevador_social/
Elevador Social
- Local: Sala Municipal Baden Powell
- Endereço: Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 360, Rio de Janeiro
- Temporada: 25 e 26 de maio (Leituras dramatizadas) e 14 de junho (ensaio aberto)
- Dias: Quarta e Quinta (leituras dramatizadas) às 17h e terça-feira (ensaio aberto) às 17h
- Duração: 70 min
- Classificação etária: 14 anos
- Entrada Gratuita