Exposição Absoluto Obsoleto reabre a galeria da Casa de Cultura Laura Alvin

O absoluto é definitivo, completo. No absoluto não há relatividade

por Redação
Serafim

A palavra entra no espaço da pintura e sua forma, textura e cor passam a invocar outras sensações, assim como acontece na relação entre a poesia e a música, onde a letra inserida na canção, modula-se ao ritmo e à melodia. É nesse contexto que o artista visual Claudio Lobato apresenta suas 33 obras na reabertura da Galeria do Laura Alvim, que ficou fechada desde julho de 2021.

As 3 salas da Galeria foram especialmente preparadas para receber as obras do Lobato.

A marca registrada de Claudio Lobato é forte e impactante! A sua expertise é usar objetos ou símbolos que tiveram uma determinada utilidade e função, para um lugar de não uso, vem do seu experiencial de vida.  Ele é carioca da gema apaixonado por quadrinhos. Sua geração foi contra o sistema. Ele deixou a escola e foi trabalhar como artesão, fazia oficina no Parque Lage, frequentava o MAM, bebendo na fonte dos artistas que formaram a Nova Objetividade, pop tropicalista. Foi o criador e editor do Almanaque Biotônico Vitalidade da Nuvem Cigana.  Um coletivo poético que atuava aproximando a expressão artística da vida, fazendo contato com uma estética que nascia da linguagem das ruas, durante a ditadura militar.

“Minha experiência com as artes visuais está diretamente ligada à artesania, à um processo de transformação de materiais, onde uma coisa vira outra. Essa transformação está ligada a uma espécie de reciclagem, fora da ideia do utilitário. Ao usar objetos ou símbolos que tiveram uma determinada utilidade e função e trazê-los para um lugar não de uso, mas de experimentação, proponho uma outra existência de tempo, indeterminado e provocativo na sua poética”, conta Claudio Lobato.

Mais sobre o artista visual Claudio Lobato

Carioca, artista visual, cenógrafo, designer gráfico, ilustrador, diretor de arte e roteirista. Aluno do Instituto de Belas Artes, mais tarde na Escola de Artes de Arte Visuais do Parque Lage, trabalhou na oficina de serigrafia com Dionísio del Santo.  Desenhista de estamparias em camisetas, biquínis e gravuras, nos anos 70.

Participa do VII Salão de verão no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com o “ambiente” Videocínio em 1975.

Editor e artista gráfico no grupo Nuvem Cigana, editora e produtora da contracultura atuante até os anos 80.

A partir de 1982, atua como artista visual do Circo Voador, na Lapa. Cartazes, cenários e a edição do Expresso Voador, jornal/programa do Circo, juntamente com o poeta Chacal e o fotógrafo e artista visual Cafi.

Em 1986, realiza a exposição individual Atear Arte no Museu da República.

Nos anos 90, atua como diretor de arte e cenógrafo de vídeos institucionais para o CECIP, Centro da Imagem Popular.

No Museu de Imagem Som, expõe uma série de cartões postais e grafites futuristas na montagem Cartões Postais do Amanhã, comemorando 420 anos do Rio de Janeiro, em 1995.

Desde 1994, passa a escrever roteiros para a TV Globo.

Nos anos 2000, participou como diretor de arte em exposições temáticas na Caixa Econômica, no Arquivo Nacional e no Espaço Cultural dos Correios.

Escreveu, em 2006, o livro Copacabana Jones em Recordações do Futuro com Denise Crispun, um scifi para o público jovem pela Editora Rocco.

Em 2016, dirige, com Paola Vieira, e roteiriza o documentário “As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana”, trabalhando com o videografista Mauro Heitor na direção de arte.

“Nasci no Rio de Janeiro, sou um carioca da gema chocado por maranhenses.  Sigo essa trajetória que transita entre o grafiti e a arte popular do pintor de placas, incorporando a poética do concretismo. Vou me alimentado dessa sopa de letrinhas, achando brinquedos perdidos na rua, atravessando paredes, catando poesia”, diz Claudio Lobato.

Serviço:

Exposição ABSOLUTO OBSOLETO

Casa de Cultura Laura Alvim –  Av. Vieira Souto, 176 –  Ipanema , RJ/RJ

Abertura  22 de março, das 16h às 20h

Temporada: 23 de março a 22 de maio de 2022

O horário de funcionamento da galeria é de terça a domingo, de 13h às 18h.

Número de obras expostas: 33

Nomes de algumas obras:

Porta/Poeta

Ninguém é de ferro

Analfaômega

Breque

Inspire/Respire

Fim da Infância

Pedestre

Serafim

Fonte

You got me floating

Lavagem

Caronte

Cérbero

Rua

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