Exposição “Efeito Japão: moda em 15 atos” reúne expoentes da moda japonesa na Japan House São Paulo

Exposição "Efeito Japão: moda em 15 atos" na JHSP - Foto: Wagner Romano

O impacto e as influências da moda japonesa no cenário global ganham destaque na exposição inédita “Efeito Japão: moda em 15 atos”, que estreia no segundo andar da Japan House São Paulo no dia 7 de maio. A partir de 15 trajes de importantes estilistas nipônicos, a mostra busca desvendar o poder do design japonês que assimila as tendências do mundo e as transformam em novas tendências por meio de uma sensibilidade particular.  Com entrada gratuita e em cartaz até 1º de setembro, a exposição foi coordenada pelo diretor de moda Souta Yamaguchi, responsável pelo design das roupas utilizadas pelo staff na cerimônia de entrega de medalhas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tokyo 2020. Yamaguchi inclusive já ministrou palestra na Japan House São Paulo. 

Dentre as peças selecionadas especialmente para a exposição, estão produções de Hanae Mori (1926 – 2022); Masao Mizuno (1928 – 2014); Kansai Yamamoto (1944 – 2020); Kenzo Takada (1939 – 2020); Yohji Yamamoto (1943); Isao Kaneko (1939); Yoshiki Hishinuma (1958); Issey Miyake (1938 – 2022); Junya Watanabe (1961); Jun Takahashi (1969); Kunihiko Morinaga (1980); Junichi Abe (1965) e Chitose Abe (1965). 

“Esta exposição é uma valiosa oportunidade para conhecermos um panorama das transformações da moda no Japão, as quais se iniciaram na década de 1950 e continuam ocorrendo até hoje. Espero que os visitantes desta exposição entrem em contato com a sensibilidade japonesa, que é capaz de contemplar a mudança dos tempos através das tendências da moda, como um espelho que reflete a sociedade”, afirma o coordenador da mostra, Souta Yamaguchi. 

Por meio das peças e de uma linha do tempo, a mostra destaca marcos históricos e contextos sociais da moda no Japão e no mundo, desde o período pós-Segunda Guerra Mundial, quando a cultura da vestimenta no Japão passou por uma grande transição entre os quimonos e as roupas ocidentais; passando pela consagração de estilistas japoneses no cenário internacional e a influência do street style japonês. Aborda também os novos nomes da moda japonesa, que ascenderam ao liderar as tendências contemporâneas como o uso da tecnologia de ponta que leva em consideração a sustentabilidade, além de designers promissores atuantes no cenário global que expressam as suas complexas singularidades.  

“Com certeza, os visitantes vão se deparar com pelo menos um nome familiar durante a visita à esta mostra, já que vários destes designers são reconhecidos internacionalmente pela inovação e a criatividade que tornou a moda japonesa relevante mundialmente. Alguns nomes apresentados, inclusive, já estiveram presentes em atividades da Japan House São Paulo anteriormente. Para aprofundar, realizaremos diversas atividades paralelas em que a moda japonesa será nosso grande foco, culminando inclusive com a abertura de outra exposição complementar em breve.”, ressalta a Diretora Cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen. 

De forma a estender a experiência do público para além da exposição, a JHSP promoverá, no dia 07 de maio, às 11h30 e às 15h, a Visita Guiada “Efeito Japão: moda em 15 atos”, com Souta Yamaguchi. Nesta visita, o designer guiará o público por cada um dos núcleos da exposição.  No mesmo dia, às 19h, ele também ministra a palestra Perspectiva da Moda Japonesa. As duas atividades acontecem presencialmente e os interessados podem retirar senha na recepção da instituição antes de cada atividade (sendo 30 minutos, no caso da Visita; e 90 minutos para a Palestra).  

Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Efeito Japão: moda em 15 atos” ainda conta com recursos táteis, audiodescrição e vídeo libras.

As histórias que as obras expostas desvendam
Na década de 1950, o Japão do pós-guerra estava remodelando o quimono e as roupas ocidentais em termos de função, higiene e economia. A peça mais antiga da mostra é confeccionada com a combinação de tecidos de quimono feitos em técnica de tecelagem tradicional de Okinawa, Ryūkyū kasuri, em que o algodão é tingido com corantes naturais. A peça foi produzida quando os desfiles de moda começaram a se espalhar no Japão, refletindo o contexto histórico da transição da moda japonesa dos quimonos para as roupas ocidentais.  

Com a aproximação da década de 1960, o surgimento de tecidos sintéticos elásticos levou gradualmente à integração das roupas ocidentais, iniciando o desafio do design de estilo japonês. Entre as peças em exposição, está o vestido com estampa de bambu confeccionado em uma única peça de tecido crepe poliester sem cortes na região dos ombros de Hanae Mori, primeira designer asiática aceita na Chambre Syndicale de la Couture Parisienne.  

Na década de 1970, houve um ressurgimento do orientalismo em um contexto caracterizado pela liberdade e estilos que misturavam influências japonesas com ocidentais se tornaram populares. Tais referências podem ser observadas na   peça de Kenzo Takada, costurada em linhas retas como um quimono e descrita como “anti alta-costura”. Outro exemplo é a criação de  Kansai Yamamoto, que utilizou ousadamente um motivo utilizado na pintura de pipas japonesas na confecção de um macacão com base no traje do Kabuki. 

Já na década de 1980, surgiram dois momentos importantes. O primeiro foi da moda extravagante, que refletia o alto crescimento econômico e a bolha econômica do Japão, representado na exposição por uma peça volumosa, elaborada com detalhes em pregas delicadas, rendas, babados e apliques, que são a base da cultura kawaii do Japão. Por outro lado, no mesmo período nasceu a “Shock Wave”, que movimento que rejeitou a elegância ocidental, ilustrado por uma peça com drapeados ousados com várias camadas sobrepostas de lã crua. 

A partir da década de 1990, o Street style japonês atraiu a atenção internacional, com estilos que remixam diversas culturas e designs usando técnicas avançadas de processamento. Yoshiki Hishinuma, que trabalhou no MIYAKE DESIGN STUDIO, utilizou a termo plasticidade do poliéster para criar obras aplicando a tradicional técnica japonesa shibori (tingimento que envolve prender partes do tecido que não serão tingidas e mergulhá-lo em pigmento, criando estampas orgânicas e exclusivas).  

Dos anos 2000 em diante surgiram os designs minimalistas que levam em consideração a sustentabilidade e a expressão da complexidade de personalidades. Desta forma, surgem peças confeccionadas com a combinação de vários materiais de diferentes texturas com formas assimétricas e costuras sem padrão. A intenção é romper a própria beleza e transformar o processo de confecção de roupas permitindo que o usuário crie o design. A exposição traz a peça de patchwork de vanguarda da ANREALAGE – que já expôs na JHSP – um trabalho manual que vai além do digital e analógico e oferece uma visão panorâmica da transição cada vez mais diversificada da moda japonesa contemporânea.

Serviço: 
Exposição “Efeito Japão: moda em 15 atos” 
Coordenação: Souta Yamaguchi 
Período: 7 de maio a 1º de setembro de 2024
Local: Japan House São Paulo, 2º andar – Avenida Paulista, 52, São Paulo/SP  
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h. 
Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais) no site
* Existem restrições para foto e vídeo de dois looks da exposição. 

Programação paralela:
Visita Guiada “Efeito Japão: moda em 15 atos”, com Souta Yamaguchi
Quando: 07 de maio (terça-feira) na Japan House São Paulo 
Horário: 11h30; 15h 
Duração: 60 min 
Atividade livre 
Vagas limitadas. Participação mediante retirada de senhas na recepção com 30 minutos de antecedência. Visita contará com LIBRAS como recurso de acessibilidade.  

Palestra “Perspectiva da Moda Japonesa”, com Souta Yamaguchi
Quando: 07 de maio (terça-feira) na Japan House São Paulo 
Horário: 19h 
Duração: 90 min 
Atividade livre 
Vagas limitadas. Participação mediante retirada de senhas na recepção com 90 minutos de antecedência. Palestra contará com LIBRAS como recurso de acessibilidade.   

Japan House São Paulo (JHSP): 
A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard – certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.  

Confira as mídias sociais da Japan House São Paulo: 
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