Fabi Cunha

Fabi Cunha abre individual nos Correios Centro no dia 31, quinta

por Redação

Cores contrastantes, elementos figurativos da fauna e flora, materiais orgânicos e inorgânicos, como folhagens e ferro, além de uma videoinstalação imersiva composta por projeções, folhas desidratadas e até reprodução de sons da natureza. Tudo isso compõe a exposição da artista Fabi Cunha, que ocupará duas salas no Centro Cultural dos Correios, entre os dias 31 de março e 14 de maio, com pinturas, esculturas e obras instalativas. O corpo de trabalho foi baseado em sua pesquisa e vivência na Mata Atlântica lugar que serve de material criatório e onde a artista mantém o seu ateliê. Sob curadoria de Cota Azevedo, são cerca de 50 obras em variadas dimensões, chamando a atenção do público para a importância da preservação ambiental, de uma reflexão sobre ação depredatória do humano contra a natureza e da importância de se reconectar ao meio ambiente como modelo sustentável da vida em sociedade.

O objetivo do projeto ‘Reconexão’ é levar o público a refletir sobre a ação deletéria do homem contra a natureza e a importância de se reconectar ao meio ambiente”, diz Fabi Cunha.

A artista pesquisa obstinadamente o equilíbrio entre cor e forma, inspirada em elementos da Mata Atlântica que a cercam no lugar onde mora e mantém seu ateliê. As telas são invadidas por folhagens típicas da Mata Atlântica, em meio a massas de cor e raios de luz, aplicados em colorjet, que apontam para um progressivo desprendimento da forma. Fabi busca inspiração na Mata Atlântica e procura chamar atenção para a importância e urgência de uma reconexão do homem com a natureza.

Pela mata adentro

“Os termostatos parecem estar mesmo desregulados. O aquecimento global já é um problema recorrente e até pauta de notícias diárias. Os desmatamentos e as inundações constantes alertam para as graves consequências da degradação da natureza pelo homem e assola a vida cotidiana com um soco no estômago –, parafraseando Clarice Lispector. Mas pelo viés da exposição ‘Reconexão’, proposta pela artista visual Fabi Cunha, a contemplação à natureza virgem ganha forma lírica, toma fôlego e convida para uma pausa ao respirar. Imagens simbólicas do ecossistema poderão facilmente ser percebidas na mostra e remetem para um universo histórico, no qual antes da nomeação havia o estado bruto das coisas. Até onde se tem registro, na idade da Pedra as espécies homos faziam as suas primeiras inscrições no mundo da arte denominada rupestre, com as práticas de desenhar, pintar, entalhar e empilhar pedras no chão. Algumas teorias apontam que eram uma via de ‘apreensão’ do meio ambiente e/ou até mesmo as primeiras formas de se conectar com o divino. Nas regiões dos Andes, por exemplo, encontram-se as Linhas de Nazca(c. 200 a.C – C.500 d.c) – são estruturas arquitetônicas gigantescas formadas por rochas pedregulhos e terra que possuem formas geométricas de imagens de animais como pássaros. Já na tradição pré-colombiana primitiva, as figuras naturais eram temas recorrentes e tomavam característica da simplificação do traço. Em ‘Reconexão’ a artista apresenta os seus trabalhos e nos possibilita o retorno a estas antigas civilizações, com a apropriação de materiais orgânicos e os ressignificando em arte. Ressalta-se, de forma equivalente, a característica da composição estética com que Fabi Cunha transmuta a natureza. Flores, madeiras e plumas são recolhidas e remontadas em meios variados como pintura, objetos escultóricos e instalação. Escolha estética que também deságua em sua brasilidade, mais especificamente na Mata Atlântica, lugar que fixa o seu ateliê e se torna base fundante de sua fonte criadora e de pesquisa. Ao observar as folhagens, os pássaros e o colorido vibrante das obras como referenciais semióticos do conjunto dos trabalhos, há uma identificação em direção à arte indígena com a escolha dos padrões gráficos nas pinturas em tela, nos desenhos de animais e no colorido abstrato, embora com um frescor de uma vivência na contemporaneidade. Quanto às linguagens visuais poéticas das obras, podem ser lidas, inicialmente, em um plano bidimensional, ao exemplo das pinturas em tela, e caminham para uma leitura para o fora, e pouco a pouco, o ambiente se torna externo às paredes e ao espaço. Um jogo visual entre meio-matéria e paisagem-lugar que exploram os campos imagéticos com as suas representações da natureza como um grande potencial artístico, assim como identificados nas correntes de pensamentos voltados para Land Art, a partir do final da década de 60. Ao fim, a exposição diz muito sobre o ‘ECO’ da terminologia ecologia; do se voltar para trás e nos alertar sobre a importância de uma responsabilidade ambiental e da consciência do papel humano dentro de uma biosfera verde e saudável. Também trata da fé da artista, sobre um ‘estado natural’ em sociedade de coexistência sustentável com o meio, diante de uma situação ambiental atual tão inóspita. ‘Reconexão’ é um fresco de um dia adentrando a mata virgem. É a poesia da natureza-mãe”.

Cota Azevedo, curadora, jornalista crítica e artista multidisciplinar

Saiba mais sobre Fabi Cunha

A carioca Fabi Cunha é uma artista intuitiva e autodidata que busca a sua inspiração na natureza, onde se conecta com a sua base de pesquisa e encontra o mote para os seus trabalhos. Entre as individuais, em 2018, merecem destaque: ‘Impressões da Mata Atlântica’, no Washington Park Hotel; ‘LukLux Design’, Nautilus Hotel, em Miami e Valencia College, em Orlando. No mesmo ano, a artista foi convidada para pintar um mural, que permanente no Washington Park Hotel, em South Beach, Miami. Já em 2019 a artista participou da ExpoNY, em Nova Iorque, e no Brasil do evento Gamboa de Portos Abertos, e da coletiva Sua Majestade Arte, na Casa da Princesa Isabel, em Petrópolis. Em novembro ainda realizou Exposição Individual na Galeria Metara., no Rio de Janeiro, RJ.

Serviço:

“Reconexão” –

Abertura: dia 31 de março, quinta-feira, às 16h

Período: de 01 de abril a 14 de maio de 2022

Curadoria: Cota Azevedo

Centro Cultural Correios RJ

Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – RJ

Visitação: de terça a sábado, das 12h às 19h

Entrada gratuita

Fabi Cunha Artista visual @fabicunha8 fabicunha8@hotmail.com +51 21 98614.5854

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