Fabio de Souza segue navegando com o show que celebra a excelência de Emílio Santiago

por Redação
Fabio de Souza segue navegando com o show que celebra a excelência de Emílio Santiago

Em ‘Mar de Emílio’, cantor passeia por sucessos e canções do repertório do saudoso intérprete em leituras que unem surpresa e elegância, acidez e doçura, no Blue Note Rio

Noite conta com as participações especiais da cantora Ilessi e do violoncelista Iura Ranevski,  que acompanhou o homenageado em diferentes trabalhos

Dedicado à obra de Emílio Santiago, o show “Mar de Emílio” é o primeiro espetáculo do cantor Fabio de Souza. Após emocionar as plateias das duas primeiras apresentações, Fábio segue navegando nas ondas musicais do inesquecível intérprete e, no próximo dia 25 de maio, aporta com sua banda no Blue Note Rio, em Copacabana. Desta vez, ele contará com as participações especiais da cantora Ilessi, e de Iura Ranevsky, um dos violoncelistas mais conceituados do país e que acompanhou o grande Emílio em diversos trabalhos.

“Enaltecer a grandiosidade da música brasileira através de seus compositores e músicos e tendo a participação de Ilessi, uma das maiores vozes da atualidade me faz ter a certeza de que estou no caminho certo”, comemora o artista, feliz de ter a companhia dela e de um músico como Iura, que já tocou com nomes como George Benson, Henry Salvador, Virgínia Rodrigues, Caetano Veloso e Cássia Eller. No palco, Fabio se apresenta acompanhado por Vovô Bebê (que assina a direção musical), Caxtrinho e Junior Abreu. Ao todo, seis artistas que têm o compromisso com o novo.

Não por acaso, esta noite especial inspira uma atmosfera de encontro de velhos amigos. Afinal, a capa do primeiro disco do cantor, lançado em 1975, dois anos antes do nascimento de Fabio, é uma das lembranças mais marcadas de sua primeira infância, assim como as canções do álbum clássico.

Além disso, “Mar de Emílio” é uma estreia do cantor, mas o olhar que Fabio mostra no show — um olhar caracterizado pela combinação de paixão e inventividade — já é uma marca conhecida de seu trabalho como cenógrafo de artistas como Fafá de Belém e Geraldo Azevedo. Que a tradução musical dessa maneira de ver e viver o mundo se mostre a partir de Emílio é profundamente significativo.

— Penso muito que Emílio não foi valorizado como deveria, ou seja, como o maior cantor do Brasil — avalia Fabio. — Houve muito preconceito por ele ter sido muito popular com a série de discos “Aquarela brasileira”. E também por ser um homem preto, um dado que nunca pode ser ignorado neste país. Esse show nasceu de um sonho de homenageá-lo e mostrar todo o amor que sinto por ele. É também um pedido de licença para chegar nesse universo do canto que hoje em dia tem se desvirtuado tanto. Respeito muito os grandes cantores, eu fui criado assim, ouvindo Elza Soares, Alaíde Costa, Áurea Martins, Johnny Alf, Leny Andrade… Então cantar Emílio é pedir permissão para chegar.

Apesar de Fabio se mostrar à frente de um show só agora, o cantor nasceu nele há muito tempo. Há alguns anos, ele chegou a participar de shows da Orquestra Imperial e de artistas como Mãeana, e mesmo a interpretar uma canção de Emílio acompanhado ao piano pelo maestro Laércio de Freitas. Mas o despertar de sua voz é ainda anterior.

Seu despertar para o canto se deu quando morava em São Paulo e entrou para a Universidade Antropófaga do Teatro Oficina, selecionado como ator-cantor. Ali começou a caminhada para trabalhar por seu olhar, por sua arte, e não a serviço da arte de outros. Migrou para cenografia e direção de arte, onde construiu uma carreira sólida. Mas o reencontro com o menino que aprendeu a cantar antes de falar começou a se desenhar em setembro deste ano, quando ele fez um pocket show no Largo das Neves, uma prévia do que seria o “Mar de Emílio”.

— A ideia é antropofágica, cada um pegar Emílio de maneira original, para trazê-lo para o tempo de hoje — explica Fabio. — É uma grande honra ter esses quatro artistas, com suas singularidades e suas pluralidades, contribuindo para que eu possa mergulhar nesse mar do Emílio. E, além de instrumentistas, são quatro compositores. Emílio era um intérprete de muitos compositores, que sempre respeitou a composição, as possibilidades de alguém escrever algo, pôr música e depois você cantar e transformar isso.

Nas mãos do quarteto e na garganta de Fabio, sucessos como “Verdade chinesa” e “Bananeira” aparecem ao mesmo tempo reconhecíveis e inteiramente renovados. Elegância & atrevimento, acidez & doçura, romantismo & deboche — tudo junto, sobre um repertório impecável, pontuado por surpresas em meio ao conforto de canções entranhadas na memória coletiva.

— Quis jogar luz em músicas da trajetória do Emílio que não ficaram tão conhecidas, músicas incríveis que eu cantava desde criança — diz o cantor, referindo-se a um roteiro que inclui compositores como Gonzaguinha, Nelson Cavaquinho, Marcos Valle, Jorge Aragão, João Donato e Jorge Ben Jor.

Por sua musicalidade surpreendente e pelos afetos mil envolvidos, “Mar de Emílio” é uma celebração à liberdade. Liberdade que pode ser sintetizada nos versos de uma das canções que Fabio leva ao palco do Teatro Brigitte Blair: “Bota pra fora o mundo que existe em você/ Rasgue a fantasia/ Os sentimentos um dia têm que aparecer”.

Serviço:

Fabio de Souza apresenta o show “Mar de Emílio”

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