FGV Arte inaugura a exposição Guanabara, o abraço do mar, com apoio da Águas do Rio

Glauco Rodrigues - icaro - Óleo sobre tela

Localizada próxima aos principais monumentos culturais do Rio de Janeiro e de frente para a Baía, a FGV Arte, com apoio da Água dos Rios, inaugura sua quarta exposição, intitulada Guanabara, o abraço do mar, com curadoria de Paulo Herkenhoff, Luiz Alberto Oliveira e Marcus Monteiro. A abertura, marcada para o dia 15 de outubro, a partir das 19h, na Praia de Botafogo, 190, contará com apresentações artísticas e a presença de importantes nomes do segmento. O acesso à galeria é gratuito e a mostra fica em exibição até 27 de fevereiro de 2025.

A nova coletiva expõe os diversos aspectos ecológicos, culturais e sociais de um dos importantes cartões-postais da cidade carioca e do Brasil. Segundo Paulo Herkenhoff, a Baía da Guanabara é uma região construída pelo trabalho e arte – como expressão simbólica -, e é uma paisagem ímpar, com habitantes muito especiais.

“‘Guanabara, o abraço do mar’ é sobre um lugar que reconhecemos que tem muitas dimensões, é onde as primeiras sociedades, os povos originários, moraram. A mostra vai expor não somente o aspecto cultural e as paisagens, mas, também, os fatos interessantes que ocorreram nesse processo”, esclarece o curador. 

As populações indígenas que, por milênios, habitavam as cercanias da Baía da Guanabara – inclusive lhe dando o nome, Goanã-pará, “seio do mar” – tinham uma forma própria de construir experiências de mundo, alinhada com a visão de pertencimento aos fatores ambientais. O curador Luiz Alberto Oliveira explica que a apreensão integrada de elementos e dimensões do existir estarão presentes na exposição.

“O parentesco ampliado entre as pessoas e o entorno natural acabam por sobressair quando examinamos a história da Baía, sua natureza, ocupação, e as transformações que têm passado. Um dos propósitos de “Guanabara – o abraço do mar” é compartilhar esse entendimento profundamente mobilizador com os visitantes da exposição”, afirma Oliveira.

Os resultados do tratamento hídrico da região e as multifacetas da Baixada Fluminense também serão focos da exposição, que conta com o apoio da Águas do Rio, concessionária da Aegea na área de esgotamento sanitário, que tem realizado um trabalho importante para a despoluição da Baía da Guanabara. 

São sete municípios  fluminenses que têm litoral na Baía, o manejo inadequado dos cursos d’água, a depredação das matas e a poluição crescente tornaram o abastecimento e o saneamento problemas agudos para os moradores das cidades que se distribuem à sua volta e que compreendem a maior parte da população de todo o Estado do Rio.

O trabalho de limpeza da distribuidora contribuiu para que mais de 80 milhões de litros de água contaminada com esgoto deixassem de ser despejados diariamente na Baía. O resultado já é demonstrado em sucessivos relatórios de balneabilidade em praias historicamente poluídas, como as do Flamengo e de Paquetá. 

Da parceria entre as duas instituições nasceu essa exposição que retrata a Baía desde o período histórico, aos marcos, e até os atuais impactos ao meio ambiente. Enquanto a Fundação Getulio Vargas é comprometida com o desenvolvimento social e econômico do país, a Águas do Rio participa ativamente das agendas ambientais em prol de uma sociedade mais sustentável e consciente.

O público visitante irá se deparar, então, com uma mostra que simboliza, segundo o curador Luiz Alberto Oliveira, os panoramas prístinos retratados por artistas dos séculos passados e o despejo de resíduos industriais, sem tratamento, nas águas da Baía, que ainda hoje ocorre. Mas, ao mesmo tempo, irão encontrar a figura de uma Baía poderosa, resistente em manter-se viva e funcional. E que depende do esforço e dos estudos vigentes para garantir sua permanência no ecossistema. 

Exposição:

A mostra já reúne mais de 200 itens e mistura artistas de diferentes gerações, que ajudam a construir uma história sobre a Baía desde os povos originários até as emergências ambientais contemporâneas.

O principal conceito por trás da escolha das obras a serem expostas em Guanabara, o abraço do mar é exibir a ampla variedade de visões e práticas artísticas, correspondentes à extraordinária diversidade natural da Baía e do bioma que a constitui – a Mata Atlântica -, e também a variada e peculiar coleção de histórias que as populações vivenciaram em suas épocas. Segundo Herkenhoff, “a mostra contará com itens surpreendentes que vão explorar todas as facetas do Rio de Janeiro”.

A exibição conta com itens históricos, como as cerca de 40 obras da coleção Fadel; uma pintura em óleo sobre tela de linho, de Tarsila do Amaral; o projeto em papel do Parque do Flamengo, de Burle Marx; a vista da Barra tomada de Santa Teresa, de Charles Decimus Barraud; e o projeto original do brigadeiro Jacques Funck para fortificar a cidade do Rio de Janeiro.

Para o também curador Marcus Monteiro, a exposição representa a Baía por completo: “A mostra vai despertar um enorme interesse no público de conhecer um pouco mais, não só a história, mas o que a Baía representa desde a pré-história até a atualidade. Nós separamos peças que, de alguma maneira, vão retratar e induzir as pessoas a refletirem sobre a importância da Baía da Guanabara através do tempo”.

Artistas [ordem alfabética]:

Abigail de Andrade; Achille Isidore Gilbert; Adelaide de Carvalho da Rocha; Adriana Varejão; Alan Fontes; Alice Bebiano; Amélia da Silva Costa; Antoine Maurin; Antônio Parreiras; Arnaud Pallière; Arthur Timotheo da Costa; Augusto Malta; Augusto Petit; Batista da Costa; Belmiro de Almeida; Benno Treidler; Bruno Lechowski; Bruno Veiga; Burle Marx; Caio Reisewitz; Chamberlain; Charles Decimus Barraud; Cildo Meireles; Daniel Lannes; Eduardo Mendes Cavalcanti; Edward Nicolle Jr., James Dickson e John Le Capelain; Eliseu Visconti; Emil Bauch; Facchinetti; Fernando Lindote; Fernando Richart Montesinos; Flavio Shiró; François Froger; Georg Grimm; Georgette Pinet; Giovanni Battista Castagneto; Glauco Rodrigues; Gomes Ribeiro; Gustavo Dall’Ara; Hagedorn; J. J. Sampaio; Jacques Funck; Jaime Lerner; João Baptista da Costa; José Maria de Medeiros; JOTA; Le Corbusier; Leon D’Escoffier; Leonardo Finotti; Maria Fornero; Maurício Arraes; Max Radiguet; Mestre Valentim; Nicolao Facchinetti; Osvaldo Gaia; Otto Grashof; Pedro Paulo Camargo; Q. Monvoisin; René DuGuay Trouin; Rosalbino Santoro; Sérgio Vidal; Sheila Pala; T. Fischer; Tarsila do Amaral; Teixeira da Rocha; Teresa Stengel; Theodore de Bry; Thereza Miranda; Thomas Ender; Vik Muniz; Vinet; e Wiengandt. 

A abertura da mostra contará, ainda, com a presença de Flávio Shiró, artista japonês e um dos principais nomes da pintura moderna no Brasil; Adriana Varejão, artista plástica brasileira contemporânea; Jorge Mayet, artista cubano; Pedro Vasquez, fotógrafo brasileiro, e  Milton Guran, antropólogo e fotógrafo brasileiro.

FGV Arte

Localizada na sede da FGV, em Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte é um espaço voltado à valorização, à experimentação artística e aos debates contemporâneos em torno da arte e da cultura, buscando incentivar o diálogo com setores criativos e heterogêneos da sociedade.

@fgv.arte
fgvarte.com.br
arte@fgv.br

Serviço:

Exposição

Guanabara, o abraço do mar

Terça a sexta, das 10h-20h, sábado e domingo, das 10h-18h.

Em cartaz até 27 de fevereiro de 2025.

Praia de Botafogo, 190.

Related posts

Mostra fotográfica no Instituto Dara celebrou empreendedorismo de mulheres em vulnerabilidade social.

Renata Tassinari celebra 40 anos de trajetória com a exposição “Frestas” no CCBB RJ

Museu de Arte do Rio inaugura exposição em homenagem à Telma Saraiva