A espera acabou. Nesta quarta-feira (17), às 14h (de Brasília), o Estádio Ahmad Bin Ali, em Al Rayyan, será o palco do confronto mais aguardado do ano no calendário de clubes da FIFA. De um lado, o Flamengo, embalado pela mística de 1981 e reforçado por uma janela de transferências histórica; do outro, o Paris Saint-Germain (PSG), atual campeão europeu, buscando preencher a única lacuna que resta em sua prateleira de troféus. O duelo marca a final da Copa Intercontinental de 2025.
Este não é apenas um jogo; é o ápice de um projeto. Para o Rubro-Negro, comandado por Filipe Luís, é a chance de validar a estratégia agressiva de “europeização” do elenco, liderada pelo diretor esportivo José Boto.4 Para os parisienses de Luis Enrique, vencer no Catar — casa dos proprietários do clube — é uma questão de honra e afirmação global.
O caminho até a decisão
Diferente do formato antigo, a nova Copa Intercontinental exige mais dos sul-americanos. O Flamengo chega à decisão calejado após superar duas batalhas no deserto. Primeiro, venceu o Cruz Azul (México) por 2 a 1 no “Dérbi das Américas”. Na sequência, eliminou o Pyramids FC (Egito) por 2 a 0 na semifinal (Copa Challenger), demonstrando solidez defensiva e força na bola parada, com gols de defensores assistidos por Arrascaeta.
O PSG, por sua vez, entra diretamente na final, privilégio concedido ao campeão da UEFA Champions League. A equipe francesa vem de uma temporada dominante, tendo goleado a Inter de Milão por 5 a 0 na final europeia, e lidera a Ligue 1 com um ataque avassalador.
Raio-x tático: desfalques e estratégias
A partida coloca frente a frente dois treinadores com ideias propositivas, mas que vivem momentos distintos em relação à disponibilidade de seus elencos.
O drama da lateral direita no PSG
A principal notícia pré-jogo é a ausência de Achraf Hakimi. O lateral-direito marroquino está fora devido a uma lesão no tornozelo e à apresentação antecipada para a Copa Africana de Nações (AFCON). Sem ele, Luis Enrique deve improvisar o jovem Warren Zaïre-Emery no setor, o que pode abrir um corredor para as investidas de Bruno Henrique ou Everton Cebolinha pelo lado esquerdo do ataque rubro-negro.
A força do meio-campo rubro-negro
O Flamengo aposta na experiência internacional de seus reforços. Jorginho, contratado junto ao Arsenal com vínculo até 2028, assume o papel de regente no meio-campo, trazendo a cadência necessária para enfrentar a intensidade europeia. Ao seu lado, Danilo, capitão da Seleção Brasileira e ex-Juventus, oferece liderança e polivalência na defesa. A dúvida fica por conta de Pedro, que sentiu dores no antebraço, o que deve confirmar Bruno Henrique como referência móvel no ataque.
Prováveis escalações
Com base nos últimos treinos em Doha e nas informações oficiais dos clubes:
- Flamengo (Técnico: Filipe Luís):
Rossi; Varela, Danilo, Léo Pereira (ou Léo Ortiz) e Alex Sandro; Erick Pulgar, Jorginho e Arrascaeta; Jorge Carrascal, Everton Cebolinha e Bruno Henrique.
Destaque: A presença de Carrascal e Jorginho eleva a capacidade técnica do time para reter a posse de bola sob pressão.
- PSG (Técnico: Luis Enrique):
Lucas Chevalier; Zaïre-Emery, Marquinhos, Willian Pacho e Nuno Mendes; Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz; Bradley Barcola, Ousmane Dembélé (ou Kvaratskhelia) e Gonçalo Ramos (ou Désiré Doué).
Destaque: O retorno de Dembélé e a fase iluminada de Vitinha são as maiores ameaças ao sistema defensivo brasileiro.
Serviço do jogo: onde assistir e arbitragem
Para o torcedor que ficou no Brasil, a cobertura será ampla. A partida terá transmissão em TV aberta, fechada e streaming.
| Canal/Plataforma | Tipo de Transmissão |
| TV Globo | TV Aberta |
| SporTV | TV Fechada |
| CazéTV (YouTube) | Streaming Digital |
| GE.globo / FIFA+ | Streaming Digital |
Arbitragem:
A FIFA escalou um trio de arbitragem dos Estados Unidos, liderado por Ismail Elfath. Ele já é conhecido da torcida rubro-negra por ter apitado a semifinal do Mundial de 2019 contra o Al-Hilal. O VAR estará a cargo de Allen Chapman, também norte-americano.
O fator histórico: a sombra de 81
Filipe Luís tentou tirar o peso da história em sua coletiva, afirmando que “nenhuma geração será maior que a de 1981”, mas admitiu que a vitória hoje colocaria este grupo em um patamar eterno. Para o Flamengo, vencer o PSG não é apenas um título; é a confirmação de que o futebol sul-americano, quando bem gerido, pode competir de igual para igual com as potências financeiras da Europa.
A bola rola às 14h. O deserto do Catar está pronto para coroar o melhor time do mundo.