Florestas de Cachoeiras de Macacu recebem dois novos casais de antas

Soltura dos animais ocorrerá nos dias 16 e 17 de novembro

por Redação

O Parque Estadual dos Três Picos e a Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, serão o novo lar de dois casais de antas. A soltura do primeiro casal ocorrerá no dia 16 de novembro. Realizada pelo Refauna, com o apoio do Projeto Guapiaçu — iniciativa do Ação Socioambiental – ASA com a parceria da Petrobras —, a vinda dos animais tem como objetivo promover um reforço na reintrodução que vem sendo feita desde 2017, a fim de trazer de volta a espécie para as florestas fluminenses.

Castanha, Antibes, Elvis e Maysa já estão na Reserva Ecológica de Guapiaçu, em cercados de aclimatação, onde se preparam para a soltura. Antibes, chegou dia 27 de setembro, um macho de sete anos, vindo do zoológico de Sorocaba-SP, para fazer par com a anta Castanha. Ela é uma fêmea de dois anos e meio, que já estava no cercado de aclimatação, desde janeiro, aguardando um companheiro para serem soltos junto. Em primeiro de novembro, foi a vez de receber o casal Elvis e Maysa, com seis e cinco anos de idade, que vieram do criadouro conservacionista da Fazenda Trijunção, localizado na divisa entre os estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás. Foi uma longa viagem de 1.350 quilômetros realizada em dois dias e meio.

As antas são transportadas em caminhão e acomodadas em caixas de transporte próprias. A viagem é feita pela empresa especializada MPFauna, com acompanhamento de veterinários, câmeras para monitorar o comportamento dos animais durante todo o percurso, velocidade baixa e muitas paradas para que os animais recebam água e frutas para eles.

No Rio de Janeiro, essa espécie chegou a ser totalmente extinta. O último registro oficial de antas no estado foi em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e agora as instituições trabalham para recuperar essa perda.

Atualmente, a única população de antas do estado conta com 17 indivíduos, sendo 11 oriundas de reintroduções e seis filhotes das antas reintroduzidas, já nascidos na natureza.

O projeto de reintrodução de antas no estado do Rio tem o objetivo de estabelecer uma população com no mínimo 50 animais nas florestas do Parque Estadual dos Três Picos e Unidades de Conservação adjacentes. Para atingir essa meta, são feitas parcerias com zoológicos e criadouros que fornecem os animais para reintrodução na natureza.

Após a soltura, as antas são monitoradas por meio de armadilhas fotográficas e colar de radiotelemetria. Com esses equipamentos, os especialistas conseguem saber a localização do animal, além de acompanhar seu estado de saúde, observar seus hábitos e sua reprodução.

No total, já foram reintroduzidas 18 antas e quatro estão em preparação para a soltura. Das 18 antas soltas, sete infelizmente não sobreviveram, e as outras 11 se adaptaram bem e já estão se reproduzindo, até agora registramos seis nascimentos.

“A reintrodução das antas proporciona o retorno às matas fluminenses de uma espécie que tem um importante papel ecológico e está classificada como vulnerável à extinção, com declínio de 30% de suas populações nas últimas três décadas, devido à perda e fragmentação de habitat, caça e atropelamentos”, explica Joana Macedo coordenadora de monitoramento e reintrodução de fauna do Projeto Guapiaçu.

“Esses animais também são considerados como ‘jardineiros das florestas’, por desempenhar um importante papel na dispersão de sementes e na poda de ramos e herbáceas, contribuindo para um plantio natural em meio à natureza. Por isso projetos de restauração ecológica devem apoiar a reintrodução de fauna extinta.”, completa Gabriela Viana, dirigente do Ação Socioambiental – ASA.

A anta-brasileira (Tapirus terrestris) é também o maior mamífero terrestre da América do Sul, chegando a dois metros e meio, podendo alcançar um peso de até 300 quilos.

Parceria do bem

A coordenação e execução das atividades de reintrodução e monitoramento das antas é liderado pelo Refauna. Já o Instituto de Ação Socioambiental desenvolve as atividades de restauração ecológica, educação ambiental e conscientização da comunidade do entorno e oferece assistência nas atividades de reintrodução e monitoramento dos animais, por meio do projeto Guapiaçu, em parceria com a Petrobras.

Sobre o Projeto Guapiaçu

O projeto Guapiaçu, realizado pelo Ação Socioambiental – ASA, com o apoio da Petrobras, tem como objetivo contribuir para a melhoria socioambiental da região da Baía de Guanabara e entorno, por meio de ações que integrem ambientes e comunidades locais, potencializando ações de restauração, educação ambiental, monitoramento de biodiversidade e reintrodução de fauna nativa.

A área de abrangência do projeto insere os municípios de Cachoeiras de Macacu, Magé, Itaboraí e Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que passa por grandes mudanças na última década. Esta região hidrográfica é responsável pelo abastecimento de água de quase três milhões de pessoas na porção Leste da Baía de Guanabara. Segundo dados históricos, a sub-bacia Guapi-Macacu destaca-se por sua disponibilidade hídrica para outras regiões em quantidade e qualidade.

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via