Fundação Roberto Marinho e Futura lançam a hashtag #reconhecerereparar e trazem o tema racismo para debate

Desde 1989, por meio da Lei nº 7.716, racismo é crime no Brasil. Apesar da lei, acompanhamos, estarrecidos, o aumento de casos de racismo contra negros em todo o país. De acordo com dados da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Ministério Público do Trabalho em São Paulo, somos o segundo país mais populoso em pessoas negras (perdemos apenas para a Nigéria), mas convivemos diariamente com denúncias de racismo. Para conscientizar, educar e combater, o Canal Futura lança este mês a hashtag #reconhecerereparar, com uma programação focada na causa a favor do respeito aos pretos e pardos no dia 20 de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra. “Sempre falamos sobre a questão do racismo, apostamos em uma educação antirracista, emancipadora, inclusiva, encantadora e apoiamos projetos de combate à desigualdade social. Em pleno século XXI, não podemos mais tolerar esse tipo de discriminação”, reforça João Alegria, secretário geral da Fundação Roberto Marinho.

As peças de curta duração serão apresentadas pelo jornalista Leonne Gabriel, do Futura

Durante 24h, a programação do Futura será inteiramente dedicada às diversas temáticas sobre c

onsciência negra, dividida em diferentes faixas: Faixa Infantil, Faixa Musical, Educação Antirracista, Universo Futura, Faixa Verde, Empreendedorismo e Cineclube. Além dos programas, durante os intervalos, vários conteúdos com peças de curta duração serão exibidos ao longo da programação, com temáticas sobre racismo. Ao longo do dia, convidados de importante relevância no movimento negro estarão presentes em dez peças apresentando as estreias e destaques da programação especial do Futura para a data.

Acácio Jacinto, gerente adjunto do Futura, ressalta que o compromisso antirracista está presente em todas as soluções educacionais da Fundação Roberto Marinho ao longo do ano

“Estamos empenhando esforços colaborativos, participativos e inclusivos para conscientizar a sociedade sobre a importância da igualdade racial. De reconhecer que o racismo existe e traçar estratégias, por meio do diálogo e educação, para repará-lo. Além disso, essa ação têm por objetivo enegrecer o debate sobre o racismo estrutural brasileiro a partir de um olhar interseccional. Se refletirmos, os principais desafios sociais do Brasil envolvem os negros: a fome, a miséria, o desemprego, o extermínio, o analfabetismo, a evasão escolar, o feminicídio, entre outros. O Canal Futura ao longo de sua história sempre focou nas agendas prioritárias do país e sempre buscou atuar em rede, andando de mãos dadas com parceiros para realizá-las. Essa mobilização não poderia ser diferente, afinal, como nos diz o provérbio Iorubá: “Uma árvore sozinha não compõe uma floresta”, reforça Acácio Jacinto, gerente adjunto do Futura.

Faixa Infantil — das 7h às 9h

Zumbi dos Palmares, ancestralidade e cultura negra e Rainha Amina são alguns dos temas que serão abordados nos programas definidos para o dia.

Faixa Musical — 9h às 10h

O rapper e educador Thiago Elniño, ritual do Jarê com “Música e Sagrado” e “Pelas Almas de Bem” são as atrações do dia, com foco no poder da negritude na música popular e religiosa.

Educação Antirracista — 10h às 12h / 18h às 22h

Na parte da manhã, português, história e representatividade serão o foco da programação dessa faixa, que começa com o ator Lázaro Ramos lendo trecho de sua autobiografia “Na minha pele”. Em seguida, o jogador Raí mostra o quanto a influência negra está na nossa língua portuguesa e explica o emprego das classes gramaticais. Já o programa História Negra do Brasil, é mostrado o quanto os negros lutaram contra a escravidão no Brasil. O debate antirracista tem continuidade no “Seta: caminhos possíveis”, onde adolescentes e adultos negros, quilombolas e indígenas contam como é estar em um espaço escolar que não respeita ou reconhece suas culturas e histórias e, às vezes, nem mesmo suas humanidades.

As estreias dessa faixa acontecem à noite, com a exibição dos documentários “Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras”, às 18h, que traz um mosaico de vozes e expressões da organização de mulheres negras pioneira do Rio Grande do Sul. Às 20h, será a vez do ganhador da 12ª edição do Doc Futura (2021), o documentário “Mimbó”. O filme conta a história de uma comunidade quilombola que existe há 200 anos, quando quatro irmãos escravizados, fugidos de fazendas de Pernambuco, percorreram pelo mato cerca de 680 quilômetros até a Vila de Amarante, no Piauí.

Universo Futura — 12h às 13h

Quatro programas fazem parte dessa faixa. A poetisa Elisa Lucinda vai ler trechos do seu livro a respeito do escritor Fernando Pessoa. A branquitude será analisada pela professora Lia Vainer Schucman, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. E o racismo estrutural será denunciado no programa com jovens e suas experiências.

Faixa Verde — 13h às 14h

No programa “Jongo, tradição e resistência”, a chef Bela Gil vai ao Morro da Serrinha, em Vaz Lobo, Zona Norte do Rio, conhecer Tia Maria, rainha do jongo, e dança ao ritmo de tambores. Em outro programa, o Futura entrevista Dona Maninha, curandeira, erveira e líder de um terreiro de Jarê da região da Chapada Diamantina.

Empreendedorismo — 14h às 16h

Moda, maquiagem, vinhos, cabelos e mecatrônica. Isso mesmo: tudo junto e misturado nessa faixa com seis programas, onde a força de trabalho negra é exaltada e se mostra de vital importância para a economia no país.

Cineclube — 2h às 7h / 22h às 23h59

São ao todo 13 programas com entrevistas que abordam as diversas questões antirracistas, seja na música, nas comunidades, famílias, relacionamentos, clubes e escolas.

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