Gregório Duvivier retorna com Sísifoe encontros com humorista português

Sísifo - Foto: Elisa Mendes

Durante o mês de junho, Gregório Duvivier vai reencontrar o público carioca, após mais de dois anos de ausência por conta da pandemia. Além de retornar com o monólogo “Sísifo” para nove sessões especiais, de 2 a 18 de junho, ele receberá o humorista português Ricardo Araújo Pereira para um encontro inédito no Brasil, em duas apresentações que prometem reeditar o sucesso da estreia em Portugal e dos vídeos do YouTube da dupla, que somam mais de um milhão de visualizações.

O local escolhido não poderia ser mais apropriado: o popular Teatro João Caetano, no 

Centro, onde Gregório já experimentou a lotação esgotada por muitos meses com ‘Z.É. 

– Zenas Emprovisadas’, espetáculo que marcou o início de sua trajetória profissional. A produção da ‘ocupação’ é de Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, responsável pela idealização dos premiados ‘Elza’, ‘Gota D’água [a seco]’, ‘Jacksons do Pandeiro’ e ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’.

‘Sísifo’ volta ao Rio de Janeiro com a marca de mais de 35 mil espectadores, em uma turnê que começou pelo Festival de Curitiba, em 2019, e seguiu por duas temporadas em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e cinco cidades portuguesas (Lisboa, Porto, Braga, Caldas da Rainha e Estarreja).

O encontro com Ricardo Araújo Pereira (‘Um Português e um Brasileiro Entram num Bar’) também chega por aqui após um êxito absoluto em Portugal, onde já aconteceu em 2017 e no final de 2021. Eles definem a sessão como um desafiador pingue-pongue humorístico, em que passam por uma série de assuntos: das diferenças entre Brasil e Portugal aos limites do humor, com boas doses de provocações individuais. Ricardo é o fundador do Gato Fedorento, grupo no qual Gregório se inspirou para criar o  Porta dos Fundos. Ambos protagonizam programas semanais de humor político e também são colunistas de jornais.

A travessia talvez seja a grande protagonista de ‘Sísifo”. Inspirado no mito grego – do homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo de novo –, o texto conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos memes. Tal panorama aparece em 60 cenas curtas, assinadas por Gregório Duvivier e Vinicius Calderoni neste trabalho que marca o início da parceria destes dois artistas multifacetados.

‘Sísifo” é o gif fundador da mitologia histórica, com essa ideia de eterno retorno. Percebemos como isso dava combustível para falar do momento histórico brasileiro, ao mesmo tempo em que falamos sobre travessia, sobre um trajeto que é preciso seguir. Não se chega a um novo Brasil sem passar por um Brasil distópico. Não se chega a um lugar sem passar por outro’, analisa Calderoni, autor das premiadas ‘Ãrrã’, ‘Elza’ e ‘Os Arqueólogos’, que divide o texto com Duvivier e assina a direção do monólogo.

Em cena, o ator repete o mesmo movimento: caminha de um ponto a outro do palco. A cada início de uma nova cena, ele retorna ao ponto inicial, como em um gif, formato de imagem altamente difundido no universo digital. A investigação cênica deste formato deu origem ao trabalho, que incorporou outras características das novas formas de comunicação.

Se os memes e gifs são capazes de resumir uma situação às vezes complexa em apenas uma imagem, a ideia em ‘Sísifo’ é de poder falar sobre temas bem diversos em uma única cena, ou em uma das travessias que Gregório faz pela rampa que ocupa o palco, elemento central da cenografia de André Cortez. Desta forma, as cenas apresentam um vasto panorama do caótico mundo contemporâneo, com todo o seu excesso de informação e tecnologia.

Entre os muitos temas pelos quais o texto passa, entram em pauta os influenciadores digitais, alguns absurdos nas transmissões ao vivo pelas redes sociais, o complexo momento político brasileiro e até mesmo as desilusões pessoais em um mundo hiperconectado.

SÍSIFO
De 02 de junho a 18 de junho
Quintas e sextas, às 19h30. Sábados, às 18h.
Ingressos: Plateia: R$ 60 e R$ 30 (meia). Balcão: R$ 40 e R$ 20 (meia).

GREGÓRIO DUVIVIER E RICARDO ARAÚJO PEREIRA EM ‘UM PORTUGUÊS E UM BRASILEIRO ENTRAM NUM BAR’
Dias 23 e 24 de junho
Quinta e sexta, às 19h30
Ingressos: Plateia: R$ 60 e R$ 30 (meia). Balcão: R$ 40 e R$ 20 (meia).
Teatro João Caetano – Praça Tiradentes

Bibi, uma vida em musical no Teatro Riachuelo

BIBI, uma vida em musical – Foto; Ariel Venâncio

Unanimidades costumam ser questionadas, mas há belezas de tal vigor que se impõem acima das diferenças. Bibi Ferreira é uma estrela. O tempo é presente, porque ela permanece cada vez mais importante para a história do teatro brasileiro. Em 2022, ainda mais: é o ano do centenário de uma das maiores atrizes do mundo, rara unanimidade entre seus pares, imprensa e o público. Bibi. 4 letras, corpo franzino. Senhora absoluta da cena. Uma vida inteira dedicada aos palcos. Quase 80 anos brilhando em montagens históricas, como ‘ Gota D´água’, ‘Piaf’, ‘My Fair Lady’, ‘O homem de la mancha’ e ‘Alô Dolly’, entre outros. Essa trajetória coroada é novamente contada em cena com ‘BIBI, uma vida em musical’, que reestreia no Rio em 03 de junho, no Teatro Riachuelo, para celebrar o centenário daquela que é, para muitos, o maior nome do teatro brasileiro de todos os tempos. Em São Paulo, a nova temporada tem início em 02 de setembro, no Teatro Claro.

BIBI, uma vida em musical tem texto de Artur Xexéo e Luanna Guimarães, e direção geral de Tadeu Aguiar. Amanda Acosta volta a viver Bibi, em interpretação super premiada (Melhor atriz 2018 – APCA, Bibi Ferreira, Reverência, Cesgranrio, entre outros). O musical tem uma trajetória vitoriosa: 44 prêmios e 110 indicações.  Apresentado pelo Ministério do Turismo e Circuito Cultural Bradesco Seguros, através da Lei de Incentivo à Cultura, o espetáculo é uma realização da Negri e Tinoco Produções Artísticas (‘Excepcionalmente Normal’ e diversos shows de Thereza Tinoco e Áurea Martins).

O musical reúne 17 atores em cena: além de Amanda Acosta, estarão no palco Chris Penna, Gottsha, Simone Centurione, Rosana Penna, João Telles, Fabricio Negri, Carlos Arruza, Carlos Darzé, André Rayol, Julie Duarte, Fernanda Misailidis, Flávio Moraes, Larissa Landim, Luísa Vianna, Leonam Moraes, Daruã Góes e Léo Araújo.

“Não consigo lembrar de mim fora de um teatro”. Assim se descrevia Bibi Ferreira, 96 anos de vida e 76 como atriz, cantora, diretora e produtora. A trajetória pessoal e profissional dessa estrela brasileira só poderia ser contada e celebrada levando para o palco o próprio palco, das companhias de comédia, do teatro de revista, dos grandes musicais e do teatro engajado em que ela atuou.

Em BIBI, uma vida em musical, a história familiar, profissional e amorosa da artista se enredam. A formação em música, dança e línguas estrangeiras foi estimulada pela mãe Aida Izquierdo, bailarina espanhola. A estreia profissional no teatro, aos 19 anos, foi pela mão do pai, o ator Procópio Ferreira, em papel escrito por ele para a filha. Assim, o musical percorre todas as fases da vida de Bibi, da escolha do seu nome, sua preparação para os palcos, os espetáculos musicais como os inesquecíveis ‘Gota d’Água’, de Paulo Pontes e Chico Buarque, ‘My Fair Lady’, ‘Alô Dolly’ e ‘Piaf, a Vida de Uma Estrela da Canção’, seus casamentos, o nascimento da filha única, Tina Ferreira, as viagens para Portugal e Inglaterra a trabalho, a homenagem da escola de samba Viradouro até sua chegada a um teatro da Broadway, aos 90 anos.

O espetáculo celebra ainda o legado de Artur Xexéo, que partiu no ano passado. Um dos maiores jornalistas brasileiros, autor de espetáculos como ‘Cartola – O Mundo é um Moinho’, ‘Eu Não Posso Lembrar Que Te Amei – Dalva e Herivelto’, ‘Hebe, o Musical’, era fã confesso e avaliou a importância de Bibi Ferreira na profissionalização do ator no Brasil, em relação ao seu ofício. “No teatro musical, ela foi, sem dúvidas, a primeira atriz brasileira pronta para o gênero. Antes dela, havia as vedetes de revista, não necessariamente atrizes”, diz o coautor do texto.

Sob direção musical de Tony Lucchesi (‘A Cor Púrpura’, ‘Eu não posso lembrar que te amei–Dalva e Herivelto’) o elenco interpreta 33 canções. Cinco delas foram criadas especialmente para o espetáculo, com letra e música de Thereza Tinoco, que já teve composições gravadas por Simone, Ney Matogrosso, Lucinha Araújo, entre outros. Um dos grandes sucessos compostos por Thereza foi a canção ‘O Viajante, tema do personagem de Tony Ramos, na novela Baila Comigo, da TV Globo. Thereza compôs ainda para vários espetáculos infantis, como ‘Fica Combinado Assim’, de Herval Rossano, além de dois números musicais para ‘Bibi in Concert Pop III’, a pedido de Bibi Ferreira.

BIBI, uma vida em musical tem direção geral de Tadeu Aguiar (‘A Cor Púrpura’, ‘Quase Normal’, ‘Ou tudo ou Nada’, ‘Essa é a nossa Canção’, ‘4Faces do Amor’, ‘Para sempre ABBA’, ‘Eu não posso lembrar que te amei–Dalva e Herivelto’). A direção musical é de Tony Lucchesi, com música original de Thereza Tinoco.

Serviço

Temporada: 03 de junho a 31 de julho

Sessões

  • Sexta- 20h
  • Sábado –  16h e 20:30h
  • Domingo – 18h

Ingressos Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/72240/d/131580

1º Festival Provocações  de Esquetes na Barra

1º Festival Provocações de Esquetes na Barra

E a Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, vai ferver neste fim de semana com o 1º Festival  Provocações de Esquetes, que acontecerá nesta sexta e sábado, com entrada franca, no recém-inaugurado Espaço Provocações, que faz parte do Grupo Teatros da Barra, no Barra Point Shopping. A entrada é franca e vale conferir a programação que está de primeira.

Serão quatro apresentações na sexta-feira, além de mais três no sábado, iniciando sempre às 20h. Cada esquete possui a sua classificação, que pode ser conferida na programação oficial do Festival.

PROGRAMAÇÃO:

DIA 27/05/2022 (Sexta-feira)

– 20h00 : As Palavras – Coletivo Phatos (16 anos)
– 20h30 : Elas e seus Poemas Mentais – Experimento Estádio de Sá (14 anos)
– 21h00 : Segredo – DJota Teatros e Arte (18 anos)
– 21h30 : Geni – Cia Expressart (12 anos)

DIA 28/05/2022 (Sábado)
– 20h00 : Aviãozinho – Teatro das Rosas (Livre)
– 20h30 : Os Mistérios da Floresta – Grupo Pipocando (Livre)
– 21h00 : Segredo / A Lágrima do Palhaço – Cia Expressart (12 anos)

Barca dos Corações Partidos Festeja uma década com a Barca dos Corações Partidos

Jacksons do Pandeiro – Foto: Renato Mangolin

Reconhecida por criar a mistura perfeita entre teatro e música em seus trabalhos, a Barca dos Corações Partidos celebra 10 anos de estrada com a estreia paulistana de Jacksons do Pandeiro, que venceu o prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro) e foi indicado como melhor espetáculo virtual pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). O musical fica em cartaz no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, até 29 de maio, com sessões às quintas, sextas e sábados às 20h, e aos domingos, às 18h.

Em seu novo trabalho, que tem direção de Duda Maia, texto de Braulio Tavares e Eduardo Rios e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, o grupo escolheu homenagear o cantor, compositor e multi-instrumentista paraibano Jackson do Pandeiro (1919-1982), que recebeu a alcunha de ‘Rei do Ritmo’ por suas mais de 400 canções recheadas de gêneros brasileiríssimos, como samba, forró, coco, baião e frevo.

O espetáculo não é uma biografia, mas aborda episódios e músicas de Jackson que se relacionam com a vida dos atores em cena. “Optamos por distribuir a ação em brincantes que contam pedaços de suas histórias pessoais, as quais em muitos pontos coincidem com a história de Jackson. Falando de Jackson, falamos desses nordestinos anônimos. Falando deles, falamos do cantor e compositor que levou a vida deles para as rádios e as TVs, em forma de cocos e baiões”, analisa o autor paraibano Braulio Tavares, que assim como seu colega de trabalho pernambucano Eduardo Rios, tem profunda relação com a cultura nordestina e sua poesia popular.

Ainda sobre a dramaturgia, Tavares explica: “Às vezes, o texto do espetáculo aparece em forma de música, às vezes como uma poesia ou um poema musicado. Cada vez que ele aparece, ele propõe uma nova brincadeira rítmica – mesmo não tendo uma métrica de poesia – por meio de um jogo de palavras ou outro mecanismo. A nossa ideia é fazer isso para dialogar com as músicas do Jackson, que tinham poesia, brincadeira e alegria”.

O universo rítmico do homenageado norteou toda a concepção do musical. A diretora Duda Maia aprofundou sua pesquisa sobre a ideia de ‘corpo-rítmico’ dos atores, ao abordar um compositor cuja obra é marcada pelo suingue, ginga e síncope, aquele tempo musical presente no samba e em outros gêneros, quando o ritmo sai do tempo esperado.

Jacksons do Pandeiro, de Barca dos Corações Partidos
Temporada: até 29 de maio, às quintas, sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros
Ingressos: R$ 40,00 (Inteira) R$ 20,00 (Meia) R$ 12,00 (comerciários)

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