Entrada principal do La Mamounia

Ícone da hotelaria internacional e de Marrakech, La Mamounia celebra 100 anos em outubro

Com oito hectares de jardins seculares e frequentado pelas pessoas mais importantes do mundo nos últimos cem anos, hotel está em constante transformação sem perder sua posição de joia do patrimônio histórico marroquino

por Redação

A 800 metros da praça Jemaa el-Fna – a mais célebre das entradas para a medina, o centro histórico das cidades marroquinas –, e vizinho de fontes e jardins de rosas ao redor da mesquita Koutoubia, a maior mesquita de Marrakech construída no século 12, o hotel La Mamounia ocupa 13 hectares da melhor localização desta que foi uma das quatro capitais reais do Marrocos. E está completando 100 anos de abertura em 2023.

Mas a história que coloca o La Mamounia em uma posição única na hotelaria começa muito antes. Na área que pertencia ao primeiro califa da dinastia dos Almohade no século 12, foram os jardins desenhados pelo sultão alauita Mohammed Ben Abdellah no século 18 como presente de casamento para seu filho, o príncipe Al Mamoun, que dariam origem – e também o nome – ao hotel. Hoje, a alma do La Mamounia, esses jardins históricos e bem preservados (são 70 funcionários exclusivos para sua manutenção) que foram palco de grandes festas reais são descobertos pelos hóspedes, seja durante o jogging matinal ou quando se vai à academia, às quadras de tênis ou comer no restaurante marroquino, todos distribuídos pelos jardins de oito hectares.

O projeto do hotel cuja construção começou nos anos 1920 foi uma iniciativa da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro, empresa estatal que até hoje é acionista majoritária do La Mamounia. E foi durante a concepção do hotel que começou uma longa e consistente história com arquitetos, artistas e designers franceses, representantes máximos da sofisticação há séculos. Dos anos 1920 de Henri Prost e Antoine Marchisio aos anos 2020 do duo Patrick Jouin e Sanjit Manku, o La Mamounia teve grandes reformas assinadas por Jacques Majorelle nos anos 1940 – sua casa e jardim são passeios imperdíveis em Marrakech –, por André Paccard no fim dos anos 1980; por Alberto Pinto, no fim dos anos 1990; e por Jacques Garcia entre 2006 e 2009.

Foram muitas as ampliações, mudanças e reposicionamentos. Hoje, o La Mamounia tem 135 quartos – a partir de 28 metros quadrados –, 65 suítes, 6 suítes excepcionais e 3 riads, as villas típicas marroquinas, fechadas para o exterior e construídas em volta de um pátio central, com 700 metros quadrados, piscina privativa e três quartos cada um. Se grande parte das acomodações tem terraços com vista para os jardins, os picos nevados da Cordilheira do Atlas ou para o minarete de Koutoubia, todas são ricamente decoradas com o melhor das artes tradicionais marroquinas, como os mosaicos zelliges, as madeiras entalhadas e pintadas tazouaqt, o trabalho ornamentado em stucco, além de mármores, veludos, flores frescas e camas king-size.

Mas o hotel está em constante aprimoramento de olho no futuro – e na concorrência, que não para de aumentar em Marrakech –: “Além do passado prestigioso, da localização imbatível no coração de Marrakech e depois da primeira fase de renovação assinada pelo célebre escritório Jouin Manku, o La Mamounia está passando agora pela renovação dos espaços públicos que serão inaugurados durante as festividades do centenário, em outubro de 2023”, anuncia o diretor-geral do hotel, Pierre Jochem. “Nosso desafio é manter a autenticidade da herança do hotel ao mesmo tempo que responder às necessidades e expectativas de uma clientela mais jovem. No quesito sustentabilidade, por exemplo, temos o projeto de um sistema de tratamento de águas residuais que tornará o La Mamounia autossuficiente na irrigação dos jardins ”, complementa.

Ora mais contemporâneo ou em estilo tradicional, a mesma riqueza de acabamentos é encontrada em todo o hotel, seja no spa/hamman no subsolo, que conta com os produtos da grife Augustinus Bader, médico que ficou célebre pela medicina regenerativa e pesquisa com células-tronco, seja nos quatro restaurantes de diferentes especialidades – comida asiática, italiana e marroquina, além do pavilhão da piscina que serve café da manhã e brunch al fresco. A mesma preocupação com o design é ainda encontrada nos quatro bares, nos dois salões de chá, na L’Oenothèque, a adega que abre para jantares harmonizados privativos, ou no cinema com capacidade para 20 pessoas, onde hóspedes podem assistir a filmes clássicos acompanhados de pipoca assinada pelo chef-pâtissier-celebridade Pierre Hermé.

Além de Hermé, responsável por toda a doçaria do hotel, incluindo o cardápio dos dois salons de thé – um no edifício principal e o outro no pavilhão Menzeh, a primeira e histórica construção do La Mamounia, em meio ao jardim e com mesas ao ar livre –, outro grande nome da gastronomia francesa criou os cardápios de dois dos três restaurantes do hotel: o chef Jean-Georges Vongerichten. O L’Asiatique traz para o elegante Hivernage, bairro onde o La Mamounia está instalado, especialidades do extremo Oriente como curries, dim sum, samosas, cha ca la vong, pad thai, sushi, tempura. No L’Italien par Jean-Georges, a proposta é a de uma trattoria sofisticada com bar, forno a lenha para pizza aberto para o salão, massas e risotti, além de pratos clássicos da cozinha italiana como ossobucco de vitela, berinjela alla milanese, peixes e carnes assados.

Para drinques a qualquer hora do dia e da noite, são várias as propostas e atmosferas. Dois bares abrem o dia todo, a partir das 11h: o Bar de la Piscine, ao lado da enorme piscina do hotel, e o icônico Bar Majorelle, o coração do La Mamounia, com mesas também em uma varanda com vista para os jardins e perfeita para o pôr do sol. No começo da noite, duas outras opções mais elaboradas estão abertas para hóspedes e não-hóspedes: o Club, no último andar do edifício do restaurante marroquino que conta também com pista de dança e DJ nas noites de sexta e sábado, e o intimista Churchill – em homenagem ao primeiro-ministro britânico que fez do La Mamounia sua residência de inverno –, com uma carta de champagnes, coquetéis e destilados selecionados.

Dentro ainda desse universo que é o La Mamounia, o hotel conta com várias lojas, uma com produtos La Mamounia; uma Pierre Hermé, onde os clientes encontram as receitas-assinatura e também uma receita tradicional da corne de gazelle revisitada, feita com amêndoas, água de flor de laranjeira e canela, mas aqui assinadas pelo chef pâtissier francês; e lojas de marcas como Dior e Yves-Saint Laurent.

Depois de passar pela imponente porta de entrada, todos os hóspedes La Mamounia são recepcionados durante o check-in com leite com amêndoas e água de flor de laranjeira, e tâmaras Medjool, nativas do Marrocos e conhecidas como “a fruta dos reis”. Porque é assim que a equipe de 650 funcionários fez – e faz, há 100 anos – seus hóspedes se sentirem a cada estadia.

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