Mamadou Ba, dirigente da ONG SOS Racismo, recebeu em 2021, o prêmio internacional Front Line Defenders, atribuído a ativistas de direitos humanos em risco, pela sua dedicação à luta antirracista. É coautor de vários documentos públicos sobre racismo e direitos humanos e autor de artigos em jornais, revistas e livros, bem como orador em conferências sobre temas relacionados com a imigração, a diversidade étnica e o racismo. O ativista antirracista vem sendo perseguido pela extrema direita em Portugal, com ameaças de morte e difamação. Assim como, o SOS Racismo, criado em 1990, tem sido duramente perseguido pelos detratores da democracia objetiva dos em movimentos sociais como o neonazismo e que organizaram, inclusive, uma marcha contra a organização e contra Mamadou, além de conteúdos violentos e racistas produzidos para mobilização das redes sociais.
Mamadou com 49 anos, é residente há mais de 25 anos em Portugal, tem nacionalidade portuguesa, luso senegalês, nascido no Senegal e doutorando no Canadá, na Universidade de British Columbia, no Departamento de Gênero, Raça e Justiça Social. Formado em Letras pela Universidade Cheikh Anta Diop, se especializou em Tradução pela Universidade de Lisboa. Desde 2022, mora em Vancouver / Canadá.
O Prof. Deputado Federal Reimont (PT-RJ), se comprometeu em levar propostas e as ações para a bancada do PT na Câmara dos Deputados, em Brasília. “O encontro foi um aprendizado, é preciso lutar, é preciso combater o racismo”, declarou o parlamentar.
Ba, já conta com em torno de 500 depoimentos, dos muitos, de Sílvio Almeida – Ministro dos Direitos Humanos do Brasil, Mia Couto, Antonio Pitanga, Paulo Betti, Associação Brasileira de Antropologia, ABRAPLIP (Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa), Boaventura de Sousa Santos, Grada Kilomba, Michael Löwy, entre outros que gravaram depoimentos e fizeram cartas de apoio.
Acusações. Dos 12 processos no total, 3 foram arquivados e 9 estão em andamento. O processo que irá a julgamento entre 11 de abril e 10 de maio, com várias audiências já marcadas, é o mais absurdo de todos, o judiciário português aceitou uma queixa crime do líder neonazista português Mário Machado, conhecido pelo seu envolvimento em vários crimes de sangue, incluindo o assassinato do jovem negro de origem cabo verdiano Alcindo Monteiro, em 1995 – O judiciário aceitou a queixa crime do neonazista por difamação. O juiz Carlos Alexandre acompanhou a acusação do MP e entendeu que o líder neonazista tinha direito à defesa de sua suposta honra
“Como se pudesse ser difamado quem se orgulha dos crimes que cometeu e das ideias que professa. Esse mesmo juiz aceitou recentemente ser testemunha abonatória de um agente policial que agrediu barbaramente uma mulher negra, Cláudia Simões, por motivações racistas. Este agente policial faz parte dos 591 policiais identificados numa investigação jornalística como elementos infiltrados das ideias da ultra direita nas forças policiais, com discursos abertamente racistas e violentos citando nominalmente Mamadou e a ex deputada negra Joacine Catar com ameaças de violência”, argumentou a Prof Dra Camila do Valle, professora de Literaturas Africanas e Literaturas de Língua Portuguesa da UFRRJ.
“O encontro foi fundamental, porque temos que juntar forças e fazer um enfrentamento internacional contra o racismo”, defende a Pastora Lusmarina Campos Garcia.
Lideranças de pesos marcaram presença, como o sambista Marquinhos de Oswaldo Cruz, a prof Dra Helena Theodoro, o Prof. Dr. Carlos Alberto Medeiros, o Desembargador Siro Darlan, o Secretário Municipal de Cidadania do Rio Renato Moura, o Prof. Dr. Renato Noguera, Fátima Andrea Monteiro – Movimento Negro Unificado RJ, o advogado Carlos Nicodemos – Litigância estratégia de proteção dos direitos humanos, o escritor Jacques d’ Adesky, Mônica Alexandre / OAB, Maria Soares, no alto dos seus 98 anos, um símbolo da luta feminista contra o racismo e intolerância. Presença da sacerdote Márcia Marçal, Marcelo Monteiro – Movimento Axé do PDT, Cezar Vasquez, Prof. Wallace de Moraes, os jornalistas Pedro Bassan e Arnaldo Bloch, Diane Kuperman, representantes da CCIR, entre outros.
“O jantar com o Prof. Mamadou Ba, além de ter sido uma aula sobre a questão racial em Portugal, foi a fundação de uma frente ampla internacional de combate à ideologia de extrema-direita”, declarou o muçulmano carioca Abdul Karim.