Isis Broken celebra premiações com o documentário “Apolo” no Festival do Rio

Foto: Davi Campana

Neste domingo (12), a 27ª edição do Festival do Rio marcou um momento histórico para a atriz, mãe transprogenitora e diretora Isis Broken. Ao lado da co-diretora Tainá Müller, ela celebrou duas importantes conquistas pelo documentário “Apolo” – que retrata a jornada pessoal e desafiadora de Isis e de seu companheiro, o artista Lourenzo Duvale, durante a gestação de seu filhe, Apolo,- premiado nas categorias “Melhor Longa-Metragem Documentário” e “Melhor Trilha Sonora Original”.

“Vivemos um momento que sonhamos, mas nunca imaginamos o tamanho quando se realiza. Duas vitórias que vão muito além de prêmios, são reconhecimentos, memórias e uma reparação. A Tainá foi uma grande parceira, tenho muita gratidão por ela ter nos permitido contar nossa história, da nossa família, com muito respeito, amor e verdade. Este prêmio é para todas as pessoas trans, todas as mães que lutam para criar seus filhos em um mundo que nem sempre entende o tamanho do amor que a gente sente. É do meu filhe, que é a razão de tudo, da minha família, que me sustenta em cada passo. A nossa vida virou filme, e o filme virou história”, afirma Isis com muita gratidão.

Foto: Davi Campana

Co-dirigido por Tainá Müller, o documentário foi produzido ao longo de quatro anos. Em um relacionamento transcentrado, foi Lourenzo, companheiro de Isis, quem engravidou e essa vivência expôs uma série de violências enfrentadas pelo casal, como preconceito, transfobia e a ausência de atendimento médico básico durante a gravidez.

O ponto de virada veio após um desabafo da atriz nas redes sociais, denunciando a negligência sofrida pelo casal em seu estado natal, Sergipe. A repercussão nacional do relato chamou a atenção de Tainá Müller, que se sensibilizou com a história e entrou em contato oferecendo apoio. Foi dela a proposta de registrar toda a trajetória da família, desde o deslocamento forçado para São Paulo até o nascimento de Apolo.

Foto: Davi Campana

Com uma abordagem íntima e pessoal, “Apolo” é mais do que um retrato familiar: é uma denúncia urgente sobre a realidade de pessoas trans no Brasil. A exibição no Festival do Rio marcou um momento simbólico e potente para as diretoras, que juntas levaram ao público o primeiro documentário brasileiro sobre maternidade e paternidade trans, reforçando um debate necessário e transformador.

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