Janela Livraria abre sua terceira loja carioca e chega a Laranjeiras

Nova unidade reforça a vocação da livraria como ponto de encontro e celebra o espírito de bairro no coração cultural da Zona Sul

por Jorge Rodrigues
Janela Livraria abre sua terceira loja carioca e chega a Laranjeiras

Em novembro de 2025, a Janela Livraria inaugura sua terceira loja no Rio de Janeiro, desta vez no coração de Laranjeiras, uma livraria que nasce com a vocação de ser vizinha: aberta à convivência, aos encontros e ao espírito de bairro.

Idealizada pelas sócias da Janela Livraria — Antonia Moura, Leticia Bosisio, Martha Ribas e Renata Maciel —, a nova loja chega ao bairro no mesmo ano em que a livraria comemora cinco anos de história. O endereço não poderia ser mais simbólico: na Rua Professor Ortiz Monteiro, nº 15, Loja A, na esquina da General Glicério, em um pavimento único de 100 m2, voltado diretamente para a calçada, onde a vida comum acontece, com o vai e vem das pessoas e os encontros casuais.

“Laranjeiras é um bairro literário por natureza, que respira história e cultura, e onde encontramos nossa nova casa. A livraria fica na rua da feira, onde o cheiro de fruta fresca divide espaço com o som do chorinho e o espaço comunitário pulsante. A Janela Laranjeiras não surgiu apenas de uma oportunidade comercial, mas de um chamado coletivo, da vontade de um lugar onde os livros voltassem a ser protagonistas do cotidiano.”, afirmam as sócias.

A inauguração será no sábado, dia 15 de novembro, com um dia inteiro de festa, começando a partir das 11h e indo até depois do pôr do sol, com uma roda de samba no restaurante Esperança Eco, comandada por Pedro Paulo Malta. Para dar início às comemorações, Joana Cabral promove atividades infantis e contação de histórias para crianças.

Na sequência, o brinde de boas-vindas oficializa a inauguração da Janela Laranjeiras. O grande momento acontece às 18h: Gregório Duvivier e Marcelo Moutinho, com mediação de Cláudia Lamego, participam da mesa de abertura inspirada no tema “O céu da língua e o chão da cidade”.

A escolha do bairro não é acaso: Laranjeiras é território de memória, arte e tradição, um lugar onde Machado de Assis caminhou, onde o chorinho ecoa aos sábados na feira da Glicério, e a cena cultural se renova com iniciativas como a reforma do Mercadinho São José, o CineCarioca José Wilker nas Casas Casadas, e os vizinhos Casa 11, Jacaré, Café Maya e Esperança Eco, que batizou a caipirinha da casa de Janela Verde..

O convite para a nova loja surgiu de forma orgânica: Ricardo Linck, dono do vizinho Café Maya, contou à consultora da Janelinha, Carolina Sanches, sobre um ponto disponível no térreo de um prédio antigo, uma charmosa esquina com janelas amplas e alma de livraria. A proprietária do imóvel, que já conhecia a Janela, se emocionou com a proposta, e as conversas avançaram com entusiasmo coletivo.

“Laranjeiras é a cara do Rio antigo em renovação. Tem história, gente na rua, vida de bairro e respira cultura. É tudo o que mais importa para a Janela. Quando surgiu a oportunidade de abrir nossa terceira loja no bairro, não tivemos dúvidas — Laranjeiras tem tudo a ver com a Janela”, finalizam as sócias.

Janela Livraria abre sua terceira loja carioca e chega a Laranjeiras

Arquitetura e atmosfera

O projeto arquitetônico é assinado por Flavio Rogozinski, que traduziu a essência do bairro em um espaço aberto, acolhedor e multifuncional:

“O projeto parte da cultura do bairro e da conexão de seus moradores com a rua e os encontros. Vamos criar um espaço de convivência e leitura que será, ao mesmo tempo, acolhedor, versátil e conectado ao ambiente urbano”, explica Rogozinski.

O ambiente se distribui em dois pavimentos: no térreo, estão o café, o espaço expositivo e de leitura, a área infantil e um banheiro acessível. A Janelinha, dedicada às crianças, tem piso emborrachado para conforto e segurança. O mezanino abriga a área de operação e logística.

A ambientação mistura materiais industriais e artesanais, mantendo a coerência com o DNA da Janela: um espaço que une estética, afeto e vida urbana. O projeto de iluminação é assinado por Diana Joels e Tomás Ribas.

Plaquetes: Temporada Especial Laranjeiras

Para saudar a chegada da Janela a Laranjeiras, o selo editorial Janela + Mapa Lab prepara para dezembro o lançamento de uma temporada especial de seis plaquetes inéditas, reunindo textos literários de moradores do bairro.

Entre as novidades, estão os títulos “Criança de botequim”, de Paulo Roberto Pires,  “O mistério da Glicério”, de Roberto Muggiati e República de Laranjeiras, “Poemas soltos”, de Ciça Brandi, “Na esquina”, de Pedro Paulo Malta, “xxx”, de yyy, e “xxx”, de yyy.

Idealizada pela designer Tita Nigrí, também residente de Laranjeiras, o projeto gráfico toma como ponto de partida o caráter histórico e afetivo do bairro, especialmente em torno da Rua General Glicério — conhecida por sua arquitetura charmosa, seus jardins imponentes e pela vida cultural vibrante.

As capas dialogam com o conjunto de edifícios do Jardim Laranjeiras, construído nos anos 1940/50 pelo industrial pernambucano Severino Pereira da Silva, cujos prédios homenageiam cidades de seu estado natal. Inspiradas nas tipografias dos edifícios tradicionais, nas grades, portas, canteiros e na vegetação que compõe o bairro, as capas recriam visualmente essa atmosfera acolhedora. O uso do papel reciclado reforça a ideia de natureza, simplicidade e consciência ecológica que caracteriza o modo de viver em Laranjeiras.

Evento de abertura — 15 de novembro (sábado)

 Janela Laranjeiras — Rua Professor Ortiz Monteiro, nº 15, Loja A (esquina com General Glicério)

11h — Contação de histórias com Joana Cabral
17h — Brinde de boas-vindas com coquetel (espumante, cerveja, refrigerante e água)
18h — Mesa de abertura: “O céu da língua e o chão da cidade”, com Gregório Duvivier e Marcelo Moutinho, mediação de Cláudia Lamego
19h — A festa continua com roda de samba comandada por Pedro Paulo Malta no restaurante Esperança Eco

Mesa de abertura — “O céu da língua e o chão da cidade”

Na estreia da Janela Laranjeiras, dois cronistas do tempo presente falam do idioma como espaço comum: o que nos eleva e o que nos ancora.
Gregorio Duvivier traz o céu da língua — sua poesia, humor e invenção —, enquanto Marcelo Moutinho traz o chão da cidade — seu olhar, memória e afeto.
A conversa, mediada pela jornalista e vizinha Cláudia Lamego, celebra o poder da palavra que une e transforma.

Você também pode gostar

Compartilhe
Send this to a friend