Um dos autores lusófonos contemporâneos mais traduzidos em todo o mundo, o escritor angolano José Eduardo Agualusa estará no Brasil em julho para a sessão mensal do Clube de Leitura CCBB 2023. Mas, antes, nos dias 15 e 16/06, o público escolherá, em votação pelo Instagram do CCBB RJ (@ccbbrj), qual dos livros será tema do encontro.
As obras que estão no páreo são As mulheres de meu pai; O vendedor de passados; e Os vivos e os outros. No primeiro título, Agualusa embaralha ficção e realidade, narra a jornada da documentarista Laurentina atrás de seu pai, o compositor angolano Faustino Manso, homem de “voz de seda e “perfeito cavalheiro” que “gostava tanto de mulheres que nenhuma mulher podia deixar de gostar dele”. Em O vendedor de passados, sexto romance do autor, Agualusa faz uma sátira aos dramas angolanos do Pós-Guerra Civil. Com doses de Realismo Fantástico, muitas passagens oníricas e um ambiente violento, o escritor tece um retrato da realidade atroz do seu país e das neuroses de seus conterrâneos. Já em Os vivos e os outros, fala de encontros e desencontros, sobre literatura, África e identidade.
De acordo com a curadora do Clube de Leitura CCBB 2023, Suzana Vargas, a escolha de
Eduardo Agualusa , em primeiro lugar , dá-se pelo fato de ele ser um dos mais representativos nomes da ficção angolana com obra robusta, publicada por editoras brasileiras desde os anos 1990, quando lançou no país o premiado Estação das Chuvas.
“Agualusa converteu-se num dos autores lusófonos mais populares e lidos no Brasil. Em todos os seus livros sob a capa de argumentos cotidianos, ele nos desvenda as muitas realidades da África. Como nos fala através de uma das personagens de Os vivos e os outros: ‘Eu quero escrever sobre meu país, e no meu país há leões, feiticeiros, meninos dançando à volta de fogueiras. Não escrevo para agradar aos brancos, mas se os brancos gostarem dos meus leões, tanto melhor’”, explica Suzana Vargas.
Para a curadoria do Clube de Leitura CCBB 2023, todos livros de Agualusa tratam dessas realidades com leveza , destreza e verossimilhança a ponto de o leitor se deixar levar por suas boas histórias sem titubear, por mais estranhas que possam parecer. “Assim acontece tanto em O vendedor de passados como em As mulheres de meu pai, onde a realidade surge mais fantástica do que a própria ficção e a música protagoniza o renascimento dos valores do continente africano”, compara Suzana, ao lembrar que Luanda Namíbia e seu deserto e a Cidade do Cabo surgem num fantástico sobrevoo pela cultura de África e seu cotidiano narrados com humor em que pese o sofrimento, as injúrias raciais e a sempre busca por fundir as realidades linguísticas e sociais das nações lusófonas.
O encontro com Agualusa acontecerá no dia 12 de julho, às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, no 5º andar do CCBB RJ, com entrada gratuita. O Clube de Leitura CCBB 2023 conta com o patrocínio do Banco do Brasil. Os vídeos dos encontros ficam disponíveis, na íntegra, no YouTube do Banco do Brasil. O projeto vai até dezembro de 2023 e já contou, este ano, com as participações de Luiz Fernando Carvalho e Ítalo Moriconi; Conceição Evaristo; Mia Couto; e Antonio Torres. O Clube de Leitura CCBB 2023 conta com o patrocínio do Banco do Brasil.
Clube de Leitura CCBB
Os encontros do Clube acontecem no Salão de Leitura da Biblioteca Banco do Brasil, localizada no quinto andar do CCBB Rio, até dezembro, sempre na segunda quarta-feira de cada mês, com entrada gratuita, mediante retirada dos ingressos na bilheteria do CCBB RJ ou pelo site bb.com.br/cultura. A mediação é da curadora Suzana Vargas e o microfone será aberto para a plateia nos 30 minutos finais dos encontros. A gravação integral será disponibilizada no canal do Banco do Brasil no YouTube, na semana seguinte ao evento.
A Biblioteca Banco do Brasil foi fundada em 1931, voltada para as áreas de Administração, Finanças e Economia. Com a criação do Centro Cultural, em 1989, o acervo foi ampliado para as áreas de Artes, Literatura e Ciências Sociais e hoje possui mais de 200 mil exemplares, em constante atualização, ocupando todo o quinto andar deste prédio centenário.
Os convidados
José Eduardo Agualusa nasceu a dois mil metros de altitude, na cidade do Huambo, no coração de Angola, em 1960. Viveu em Luanda, em Lisboa, em Olinda, no Rio de Janeiro, e em Berlim. Nos últimos anos tem passado mais tempo numa pequena ilha-cidade moçambicana, assente sobre corais, a Ilha de Moçambique, ou Muhipiti, onde escreve, nada, e cria uma filha chamada Kianda, de 5 anos. Tem outros dois filhos: uma menina de 18 anos, Vera, e um rapaz de 26, Carlos. Começou a escrever para tentar compreender o país dele e continuou a escrever porque queria compreender as pessoas. Publicou 14 romances, além de diversos livros de contos e de crônicas, livros para crianças, poesia e reportagem. Os livros estão traduzidos em mais de 30 idiomas e foram publicados em mais de 40 países. Teoria Geral do Esquecimento conquistou o International Dublin Literary Award, em 2017, e foi um dos finalistas do Man Booker International Prize no mesmo ano. O vendedor de passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2007. Em 2018, recebeu o Prémio Nacional de Cultura / Literatura, o mais importante prêmio para o conjunto da obra que existe em Angola.
Mediadora
Suzana Vargas é poeta, ensaísta, escritora e professora e mestre em Teoria Literária pela UFRJ. Publicou 16 livros, entre os quais Caderno de Outono, finalista do prêmio Jabuti. Tem poemas traduzidos em países como Itália, Estados Unidos, Espanha, Alemanha e França. Fez a curadoria de importantes projetos literários para feiras e eventos nacionais e internacionais como as Bienais do Livro do Amazonas, do Rio de Janeiro e de São Paulo, a Primavera dos Livros, a campanha Paixão de Ler e os Encontros com a Literatura Latino-Americana do Centro Cultural do Banco do Brasil. Assina a coluna mensal “Escrever para Lembrar” no portal Publishnews – 2021. Há 27 anos criou e coordena o espaço de oficinas de criação literária Estação das Letras, único no país.
O CCBB RJ – Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes e cafeterias e loja, e serviços com descontos exclusivos para clientes BB. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de segunda a domingo, das 9h às 21h, no domingo, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal (Lei Municipal nº 6.278/2017).
SERVIÇO:
Clube de Leitura CCBB 2023
- 12 de julho de 2023
- Às 17h30
- Evento Gratuito
- Classificação indicativa: Livre
- Ingressos disponíveis na bilheteria do CCBB ou pelo site bb.com.br/cultura a partir das 9h do dia do encontro.
- Imagens de divulgação: https://1drv.ms/f/s!AlbY09-G5paug4hi1_ojQ2tLZzrvoA
- Centro Cultural Banco do Brasil
- Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro.
- Biblioteca Banco do Brasil – 5º andar
- Contato: 21 3808-2020 | [email protected]
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