Há séculos, por uma questão cultural, que a mulher é vilipendiada, agredida e considerada por muitos objeto de desejo sexual numa sociedade extremamente machista, que se diz em desconstrução, mas ainda falta muito para chegar à igualdade e equidade de gênero. E se essa situação fosse ao contrário? Como seria? O homem gostaria de passar por situações que o constrangem como acontece com muitas mulheres no mundo? A resposta, com certeza, é não.
Fui assistir à peça King Kong Fran, numa sessão lotada em uma quarta-feira, no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio de Janeiro, e fiquei bem impressionada como a atriz e palhaça Rafaela Azevedo leva para o palco, com vestimenta excêntrica, o tema machismo de um jeito diferente, divertido e informativo. Ela mostra ao público o que muitos homens fazem com as mulheres de forma reversa e os deixa “atordoados’’, digamos assim.
A sacada de Rafaela Azevedo, idealizadora do projeto, intérprete e diretora artística em parceria com Pedro Brício, em fazer uma analogia com a mulher Konga, que ficava presa numa grade e assustava os frequentadores de um parque e com o clássico filme King Kong é sensacional.
Confesso que fiquei chocada com a confissão da atriz ao final do espetáculo. De coragem ímpar, a atriz fala sem rodeios sobre abuso sexual e tudo que vem por meio dele. Além da intepretação, a iluminação é de primeira. Vale conferir. A peça poderá ser vista, às quartas-feiras (24/01, 31/01 e 07/02, às 20h, no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio.