Entra o órgão! Leo Jaime sobe aos palcos do Brasil para comemorar 40 anos de carreira. Mas só? Todos aqueles sucessos, atuações na TV, no jornalismo, “Dança dos famosos”, Miquinhos Amestrados… Quem faz tudo isso em apenas 40 anos?
Ele mesmo, Leonardo Jaime, nascido em Goiânia em 1960, mas logo convertido em carioca (e rubro-negro!), a ponto de ter ensaiado com uns rapazes roqueiros no Rio Comprido, lá no início da década de 1980, e, não se sentindo tão à vontade com o rockão clássico do quarteto, indicar um amigo ao posto, apresentando assim Cazuza ao Barão Vermelho. Antes disso, Leo já tinha integrado a banda Nota Vermelha, em que dividia os vocais com uma bailarina chamada Fernanda Abreu.
– Eu admirava mais os Beatles do que os Rolling Stones, e só depois fui entender por quê: eu era do mesmo universo dos Stones, os Beatles eram uma coisa diferente – diz ele.
Com o topete em plena forma, Leo integrava, à época, o grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, ao lado de amigos como Selvagem Big Abreu, Avellar Love e Bob Gallo. Foram dias de muita diversão e rockabilly, mas ele queria mais, e logo partiu para sua própria carreira, com discos clássicos como “Phodas C” (a estreia, em 1983, que completou 40 anos em 2023), “Sessão da Tarde” (1985) e “Avenida das desilusões” (1989). Em 1995, com “Todo amor”, em que grava Caetano Veloso, Lulu Santos, Djavan e Cazuza, Leo reafirma seu caráter camaleônico, que aparece em atuações na TV, em textos para publicações como “O Globo” e as revistas “Desfile” e “Capricho”, além da gloriosa participação na “Dança dos Famosos”, da TV Globo, em que se sagrou campeão, em 2018. As aulas de balé de Leo são um sucesso em suas redes sociais (mais de 500 mil seguidores no Instagram e mais um milhão no X, aquele anteriormente conhecido como Twitter), assim como foi sua série “Uma por dia”, em que interpretava seus sucessos ao violão, durante o isolamento da pandemia. A dança, aliás, pode aparecer no show comemorativo…
Pois o multi-Leo sobe aos palcos na comemoração de seus 40 anos de carreira, recheada de sucessos como “A vida não presta”, “Rock estrela”, “Gatinha manhosa”, “A fórmula do amor” e muitos outros. Além das composições do próprio Leo e de suas famosas versões (“Solange”, “Sônia”), que ninguém se assuste se surgirem citações de nomes como The Cure, Nirvana e Cream no meio das canções. É apenas rock’n’roll, Leo gosta, todo mundo gosta.
– O show é mais um retrato meu do que uma biografia – define ele. – São músicas que toquei em meus shows nesses 40 anos, algumas que andavam sumidas, como “Abaixo a depressão”, e outras que entraram recentemente, como “Eu vou pegar a Madonna”.
Acompanhado por Caio Barreto (guitarra), João Pompeu (piano, teclados), Rafael Garrafa (baixo) e Alexandre Fonseca (bateria), Leo convida o público para uma festa (“Pode ser que o ‘boa noite’ só apareça depois de meia hora de show”, diz ele) cujo tom é dado pela instrumental “Frankenstein”, de Edgar Winter, rockão setentista com o DNA do astro. Um show para unir gerações, dos eternos fãs roqueiros ao público dos filmes, TV e teatro (“Malhação”, “Rock estrela”, “Papo de segunda”, “Era no tempo do rei”…), passando por leitores e admiradores de all things Leo Jaime. Amigos-ídolos como Rita Lee, Renato Russo, Chorão e Cazuza serão lembrados, é claro, no espetáculo, que terá figurinos de Alexandre Herchcovitch.
Depois de lotar casas pelo Brasil nos últimos anos com espetáculos como “#Desplugado”, “Dance comigo” e com parcerias com os velhos amigos Blitz e Leoni, agora a estrela é o autor de “Rock estrela”. No fim das contas, a vida presta.
Abertura dos portões: 19h30
Local: Qualistage