A Embaixada e o Consulado da Noruega no Brasil trazem para o Brasil o antropólogo e escritor Ståle Wig, que apresentará seu livro Havana Táxi em um encontro no Parque das Ruínas, no dia 29 de outubro, no Rio de Janeiro – cidade escolhida como um dos destinos de sua viagem justamente por ter sido nomeada como a Capital Mundial do Livro, pela UNESCO, em 2025. Depois do Rio, o autor segue para a Feira do Livro de Porto Alegre, outro importante ponto de encontro literário da América do Sul.
A cultura é tratada pela Noruega como pilar da política externa e do desenvolvimento sustentável, apoiada por um sólido sistema de subsídios públicos que financia criação, formação e internacionalização de artistas e agentes culturais. A promoção da vinda do autor do Havana Táxi para o Brasil faz parte justamente de uma estratégica de incentivo à cultura e apoio bilateral do governo da Noruega que tem como meta aumentar em 50% as exportações não relacionadas a petróleo e gás até 2030, com destaque para as indústrias criativas. Redes como a Norwegian Arts Abroad (NAA) e instituições como NORLA, Music Norway, Norwegian Crafts e Performing Arts Hub Norway oferecem apoio financeiro, técnico e de mobilidade para participação em feiras, turnês e eventos internacionais, fortalecendo a presença global da arte norueguesa e o uso da cultura como instrumento diplomático para promover direitos humanos e democracia. A viagem de Ståle Wig conta também com o apoio da NORLA – Norwegian Literature Abroad, instituição responsável pela promoção internacional da literatura norueguesa.
Por dentro da história
Wig Ståle é pesquisador da Universidade de Oslo, doutor em antropologia social, com foco em ética, economia e mudança social. Sua escrita combina rigor acadêmico e olhar sensível, o mesmo que o levou a transformar um táxi em campo de pesquisa e ponto de encontro de histórias. Wig também participa de projetos que exploram novas formas de leitura e pesquisa etnográfica.
Em Havana Táxi (Buzz Editora), o autor transforma sua pesquisa de campo em literatura. Entre 2015 e 2018, viveu em Havana e, para compreender as transformações econômicas e sociais da ilha, comprou um Buick Roadmaster, de 1953, e passou a dirigir o táxi pelas ruas da cidade. A bordo desse carro, construiu um retrato humano e poético de um país em transição, acompanhando três personagens reais (Norges, Linet e Catalina) em seus esforços para reinventar a vida em meio às contradições da Cuba contemporânea. O jornalista e ativista cubano Norges Rodríguez, um dos protagonistas do livro, acompanhará toda a viagem ao Brasil
Aclamado pela crítica europeia, o livro foi descrito como um documentário comovente sobre pessoas comuns e o sonho de uma vida melhor em Cuba. Além de ter sido considerado um retrato poderoso da Cuba moderna, escrito como um romance, mas com a força da não ficção.