Peça Louise Os Ursos

“Louise/os ursos”, da Pandorga Cia. de Teatro, estreia no Sesc Tijuca

Inédita no Brasil, peça da autora francesa Karin Serres tem direção de Cleiton Echeveste

por Redação

Conhecida por seu repertório dedicado especialmente ao público infantojuvenil, a Pandorga Cia. de Teatro estreia o espetáculo “Louise/os ursos” em 29 de abril no Sesc Tijuca, com sessões aos sábados e domingos, às 16h, até 4 de junho. A montagem é a primeira no Brasil de uma obra da autora francesa Karin Serres – que tem mais de trinta textos encenados na Europa, Estados Unidos e Canadá. Escrita em 2006, “Louise/os ursos” foi finalista no Grande Prêmio Francês de Literatura Dramática e integra a listagem de textos de excelência, segundo o Ministério da Educação da França. Com direção de Cleiton Echeveste, integrante e fundador da Pandorga, a peça teve seu texto traduzido especialmente para esta montagem por Thaís Loureiro e Hugo Moss. A realização é da Pita Produções e da Pandorga Cia. de Teatro. “Louise/os ursos” foi selecionado através do Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2023.

Formado por Chris Rebello, Eduardo Almeida (integrante e fundador da Pandorga), Giuseppe Marin e Ingrid Peixoto, o elenco conta a história de Louise, uma menina de 11 anos que mora em Alberta, no Canadá, com o pai e a irmã mais velha. Certo dia, algo extraordinário acontece em sua vida: ela vê atrás de si um grande urso branco transparente, que a segue por todos os lugares: em casa, na rua, na escola. Não é fácil convencer sua família de que ele existe – principalmente quando, aos poucos, ursos transparentes surgem por toda parte, atrás do pai, da irmã e de todos os habitantes da cidade. A questão é: apenas Louise consegue ver e ouvir os ursos. Ela vê coisas que os outros não vêem ou eles são muito desatentos?

Diretor de “Louise/os ursos”, Cleiton Echeveste é integrante do Centro Brasileiro da Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude (CBTIJ/ASSITEJ Brasil), tendo participado, em 2014, do “New Visions, New Voices” – um programa bienal de dramaturgia promovido pela ASSITEJ (Associação Internacional de Teatro e Artes Cênicas para Crianças e Jovens) no Kennedy Center for the Performing Arts, nos Estados Unidos. Foi durante esse encontro que Cleiton conheceu a Karin Serres, dramaturga convidada para o projeto de tradução do evento, com a peça “Louise/os ursos”.

“Desde de 2014, mantive contato com a Karin e outros participantes. Depois, passei a integrar junto com a Karin da comissão diretiva da rede de dramaturgia ‘Write Local. Play Global’, da ASSITEJ Internacional”, diz o diretor. “Acho que o que me atraiu na peça, em primeiro lugar, foi essa porta de acesso ao mundo imaginário. Esse processo de transformação ou transição de uma fase da vida para outra, que eu acho que todos os personagens vivem. Mas, particularmente com a Louise, fui seduzido por essa discussão sobre os limites do que é hoje entendido como saúde mental; e sobre essa conexão da criança com o mundo imaginário e a perspectiva dessa transição da infância para adolescência.”

Artista inquieta e múltipla, Karin Serres começou a carreira como cenógrafa. Ao longo de sua trajetória, trabalhou como diretora, figurinista, dramaturga e tradutora. Essa é a primeira vez que uma de suas peças é encenada no Brasil. “Escrever para teatro é sempre deixar grandes buracos para que os artistas possam preenchê-los quando forem encenar a peça. Para mim, a riqueza do teatro é que cada texto pode ser encenado por em diferentes equipes e preencher esses buracos de formas distintas”, contou Karin durante um papo virtual com o elenco e a equipe de criação da montagem da Pandorga. “Louise/os ursos” é a peça mais traduzida de sua autoria em outras línguas. “Cada nova tradução traz novos aspectos da história, porque nem tudo é possível de ser traduzido como foi escrito em francês”, diz.

Com a ideia de promover a acessibilidade e inclusão de crianças e jovens neurodivergentes durante toda a temporada, a Pandorga convidou a artista, educadora e pesquisadora Cristiane Muñoz para se juntar ao processo de montagem do espetáculo, participando de leituras e ensaios, a fim de criar um ambiente de regulação sensorial. Este espaço será o saguão do teatro, que ficará disponível para que crianças e jovens com transtorno do espectro autista (TEA) ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) possam sair da sala, se acalmar e retornar quando se sentirem prontas.

“Os teatros não estão preparados para pessoas autistas, que têm necessidades específicas”, explica Muñoz. “Estamos falando de formação de plateia. Às vezes, uma cena pode ter um impacto grande na criança, mas não quer dizer que ela não tenha gostado. Então, se a criança precisar sair da sala, ela vai sair, se regular e retornar.”

Pandorga Cia de Teatro – Criada em 2006, a companhia foi gestada durante oficinas ministradas pelos integrantes Cia. dos Atores, na sua sede na Lapa, naquele ano. Composta originalmente por Cleiton Echeveste (dramaturgo e diretor) e Eduardo Almeida (ator e produtor), a Pandorga tem contado com a colaboração regular de diversos parceiros artísticos, nas diversas áreas da criação. Como companhia de repertório dedicada especialmente ao público infantojuvenil e jovem, habitualmente compartilha seus processos criativos através de leituras, encontros, oficinas, conferências e outras atividades artístico-pedagógicas. No seu repertório, estão os espetáculos: “O Menino que Brincava de Ser” (2007) “Cabeça de Vento” (2012), “Juvenal, Pita e o Velocípede” (2015), “Como Dobrar um Lençol com Elástico – Um Experimento Cênico (2021)”.

Cleiton Echeveste – Ator, dramaturgo, diretor e pesquisador, mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Processos de Criação no Teatro para a Infância e Juventude. Sua pesquisa investiga dissidências de gênero e de sexualidade no Teatro para a Infância e Juventude, a partir de trabalho desenvolvido com sua companhia de teatro, a Pandorga. Possui graduação em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde cursou também Letras. Tem peças premiadas e traduzidas para o espanhol, e publicadas no Brasil, Peru e Argentina. Desenvolve projetos ligados à literatura, memória e terceira idade. Integra o Centro Brasileiro da Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude (CBTIJ/ASSITEJ Brasil), no qual atualmente é presidente do Conselho de Administração. É membro da comissão diretiva da rede de dramaturgia “Write Local. Play Global”, da ASSITEJ Internacional.

Karin Serres – Artista inquieta e múltipla, Karin Serres tem sua formação em cenografia, mas, ao longo de sua carreira, sua atuação desdobrou-se para a direção, o figurino, a literatura, a dramaturgia e a tradução. Autora de textos teatrais para todos os públicos, já teve mais de trinta deles encenados na Europa, EUA e Canadá, e alguns ainda inéditos nos palcos. “Louise/os ursos” foi escrita em 2005-2006 e publicada pela L’Ecole des Loisirs, em 2006. Em 2007, foi finalista no Grande Prêmio Francês de Literatura Dramática e passou a integrar a listagem de textos de excelência, segundo o Ministério da Educação da França. Em 2014, “Louise/os ursos ganhou uma tradução norte-americana de Paula Wing, tendo sido selecionada para o Translation Project do “New Visions, New Voices”, programa de nova dramaturgia para crianças e jovens promovido pelo Kennedy Center for the Performing Arts, nos Estados Unidos.

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Karin Serres
Tradução: Thaís Loureiro e Hugo Moss
Direção Artística: Cleiton Echeveste
Elenco: Chris Rebello, Eduardo Almeida, Giuseppe Marin e Ingrid Peixoto
Cenário e Figurino: Daniele Geammal
Visagismo: Francisco Leite
Direção Musical e Trilha Original: Vinícius Mousinho
Direção de Movimento e Assistência de Direção: Bárbara Abi-Rihan
Iluminação: Ricardo Lyra Jr. e Thiago Monte
Fotografia: Renato Mangolin
Assessoria para Acessibilidade e Inclusão: Cristiane Muñoz
Assessoria Psicopedagógica: Janine Hofmeister
Assessoria de imprensa e Mídias Sociais: Paula Catunda e Rafael Teixeira
Operação de som: Danuza Formentini
Costura: Caio Braga
Adereço de Cenografia: Bea Simões
Designer Gráfico: Serena Sollini
Direção de Produção: Eduardo Almeida
Produção Executiva: Bruno Paiva
Assistência de Produção: Pedro Barroso
Realização: Pandorga Cia. de Teatro & Pita Produções

SERVIÇO
Espetáculo: “Louise/os ursos”
Temporada: de 29 de abril a 4 de junho de 2023
Horários: Sábados e domingos, às 16h
Local: Sesc Tijuca – Teatro 1 (Rua Barão de Mesquita, 539. Tijuca)
Valores:
Grátis (PCG), R$ 2 (Credencial Plena), R$ 5 (meia entrada) e R$ 10 (inteira)
Horário de funcionamento da bilheteria:
De terça a sábado, das 9h às 19h e Domingo, das 9h às 18h.
Classificação indicativa: Livre
Recomendação etária: a partir de 6 anos
Gênero: Infantojovenil
Duração: 60 minutos
Lotação: 238 lugares

Pandorga nas redes:
Facebook e Instagram: @pandorgaciadeteatro

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