Luiz Fernando Guimarães celebra 50 anos de carreira com a comédia “Curto-Circuito”

Com direção de Gustavo Barchilon, texto de Gustavo Pinheiro e dividindo a cena com a jovem Leticia Augustin, espetáculo estreia 18 de novembro no Teatro Copacabana Palace

por Jorge Rodrigues
Luiz Fernando Guimarães e Leticia Augustin - Foto: Leo Aversa

Diferentes personagens se expõem em hilárias situações-limite de suas “pequenas grandes” vidas: um paciente prestes a ser “trancado” no tubo da ressonância magnética; um estudante que não sabe nada da matéria na hora da prova do Enem; um comissário de bordo em um voo com turbulência; uma celebridade, a 10 metros de altura, sendo homenageada por uma escola de samba; um indivíduo enfrentando a pressão de uma urina que teima em não sair no mictório masculino; um insone que luta para  dormir antes que a manhã chegue.  Dando vida a tudo isso e costurando as histórias, a mente ativa e hilária de um dos maiores atores do Brasil: Luiz Fernando Guimarães. Esse é o ponto de partida de ‘Curto-Circuito’, escrita por Gustavo Pinheiro especialmente para celebrar os 50 anos de carreira do ator. Com direção de Gustavo Barchilon, a comédia tem estreia nacional no Rio de Janeiro em 18 de novembro, no Teatro  Copacabana Palace.

Para comemorar o meio século de carreira, iniciada no grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone” com a montagem de “O Inspetor Geral” (1974), Luiz se cerca de figuras fundamentais em sua história (com participações em aúdios de grandes amigas e parceiras de cena, como Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Debora Bloch, Regina Casé, Patrycia Travassos), sem deixar de abrir os braços para as próximas gerações, dividindo a cena com a jovem Leticia Augustin que,  entre outras intervenções, interpreta a amígdala cerebral do ator, prestes a pedir as contas e ir embora, exausta de viver dentro de uma mente que não para de pensar. “O Luiz tem uma coisa muito engraçada: um pensamento meio torto, nada óbvio e hilário para as coisas mais simples da vida. À medida em que ia conversando com ele, trocando ideia, me divertindo horrores, foi me caindo essa ficha: o jeito de ser e pensar do Luiz também tem que ser um personagem, tem que estar em cena. Então propus a ele uma comédia que se passa dentro da cabeça dele. Esse era o ponto de partida para aparecerem os personagens”, explica Gustavo Pinheiro. “Para mim, é uma enorme honra e alegria estar dividindo a cena e aprendendo com um dos maiores atores e comediantes do Brasil”, diz Leticia, em sua segunda incursão no teatro.

A escolha do texto se deu também por uma admiração mútua entre Luiz Fernando Guimarães e o autor. “Eu não escolhi. Na verdade, a peça me escolheu. Sempre procuro me associar a pessoas que eu tenho como exemplo. Já estava namorando o Gustavo, tenho acompanhado as peças que ele escreveu. Eu falei: ‘Gustavo, eu tenho muita vontade de trabalharmos juntos’. E eu acredito que a gente tenha muita coisa em comum. Ele tem uma brilhante escrita, é dinâmica, profunda, saborosa, divertida. Eu sou fã dele. Ele me trouxe esse texto sensacional, que foi amor à primeira vista”, explica Luiz Fernando. “Quando entreguei o texto, lemos juntos, demos muitas risadas e acho que consegui o meu principal objetivo: fazer uma dramaturgia que traduza o humor do Luiz”, celebra Gustavo Pinheiro.

Gustavo Barchilon também não esconde o entusiasmo com o texto e com o reencontro com o ator. “O que me atraiu foi justamente a oportunidade de revisitar o besteirol, do qual Luiz Fernando é uma das referências no gênero. Esse teatro tinha uma comunicação muito forte com o público jovem que, hoje em dia, já é adulto e trouxe um frescor que até hoje ecoa. Montar uma peça com ele é, para mim, uma forma de celebrar não só a carreira dele, mas os 45 anos do besteirol no Brasil”, exalta. “É um mergulho no espírito do besteirol, um teatro que nasceu da irreverência carioca, cheio de humor ácido, paródia e crítica social disfarçada de bobagem. É uma comédia que faz rir, mas também expõe nossas ansiedades e neuroses contemporâneas. O besteirol está em alta lá fora e aqui também começa a voltar, é um gênero que fala com o presente, que desarma o público e cria novas pontes com quem talvez não estivesse indo ao teatro”, acrescenta o diretor.

50 anos de carreira é um momento ímpar e Luiz Fernando Guimarães fez questão de voltar aos palcos com um texto inédito para essa celebração. “50 anos de carreira, matematicamente falando, têm um significado muito importante, porque 50 é metade de 100. E, diferente de todas as outras comemorações, é uma data para mim muito expressiva. Eu sempre procurei estar perto de pessoas que eu admiro e tenho como exemplo seguir”, afirma o ator.

A retomada da parceria com o diretor vem exatamente desse desejo de estar cercado de pessoas que admira, especialmente em uma data tão importante. “O Gustavo Barchilon foi realmente um encontro de almas, tivemos muita sintonia. Ele me convidou há um tempo para fazer ‘Ponto a Ponto’, que foi uma peça sensacional, um momento muito gostoso que a gente viveu. Ele é um diretor moderno, que está sempre à procura de soluções. É muito bom trabalhar com ele e vê-lo se divertindo, trocando com os atores, e eu me divertindo com a direção dele”, exalta Luiz Fernando.

Para Gustavo Barchilon esse reencontro também é muito importante. “Eu e o Luiz tivemos afinidade desde o nosso primeiro processo. Temos um humor parecido, gostamos das mesmas coisas e nosso dia a dia juntos é muito prazeroso. A minha função como diretor é conduzir o ritmo, as pausas, as respirações e criar o espaço para que ele brilhe. Como sempre, Luiz é generoso e, mesmo com tantos anos de carreira, ele gosta de ser dirigido, gosta quando marco intenções e proponho caminhos. Nossa troca é leve, divertida e, ao mesmo tempo, muito rica”, revela.

A história da comédia brasileira se entrelaça com a trajetória do ator Luiz Fernando Guimarães. Seja em momentos icônicos do teatro como o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone ou a montagem das peças ‘Fica comigo esta noite’ e ‘5x Comédia’; seja em clássicos do humor na televisão como ‘TV Pirata’, ‘Brasil Legal’, ‘Os Normais’, ‘Programa Legal’, ‘Vida ao vivo show’, entre outros. “O Luiz é herói da minha infância e juventude! Ele estava em tudo que eu amava ver! Esse espetáculo é uma declaração de amor ao Luiz, ao jeito hilário de ser e pensar desse gênio, que faz o Brasil rir há cinco décadas”, celebra Gustavo Pinheiro. “A genialidade cômica do Luiz transforma qualquer direção em algo muito melhor”, exalta Gustavo Barchilon.

SERVIÇO:

Teatro COPACABANA PALACE

Av. Nossa Sra. de Copacabana, 261 – Rio de Janeiro / RJ

CEP: 22020-002

Datas e horários

Novembro

18/11 (estreia)

19/11, 24/11, 25/11 e 26/11

Horário: 20h

Dezembro

Sábados (06, 13 e 20/12)

Horário: 20h

Domingos (07, 14 e 21/12)

Horário: 17h

Sexta (19/12)

Horário: 20h

Preços:

Plateia VIP: Inteira: R$ 150,00
Meia-entrada: R$ 75,00 –

Plateia: Inteira: R$ 120,00
Meia-entrada: R$ 60,00

Camarote:
Frisas: Inteira: R$ 100,00
Meia-entrada: R$ 50,00

Balcão: Inteira: R$ 50,00
Meia-entrada: R$ 25,00

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