Quatro coretos da cidade serão palco da 4a edição do projeto ‘O Som dos coretos 4ª Edição: Luzeiro’. Serão quatro apresentações nos meses de setembro e outubro: Gamboa, (participações especiais: Negadeza e Andrea Ernest Dias), Sepetiba, Méier e Aterro do Flamengo, além de um bate papo virtual com os integrantes do grupo sobre a história e a linguagem das bandas de música.
O projeto é contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura e realizado pela Maracujá Cultural Produções.
Antigamente o que guiava os ouvidos era a música. Os instrumentistas se apresentavam em coretos, espalhados pelas praças da cidade. Era um barato. O grupo Luzeiro indica esse bom caminho, sem maquiagens, e toma esses bucólicos espaços públicos com o mesmo repertório dos velhos tempos, na verdade, obras atemporais. A partir de 20 de setembro, ‘O Som dos coretos 4ª Edição: Luzeiro’ inicia uma turnê por quatro coretos em diferentes pontos da cidade.
No dicionário, está lá a definição: luzeiro é tudo o que emite luz, que brilha; astro, estrela. Sim, assim são os integrantes do Luzeiro, músicos da maior grandeza, professores da Escola Portátil de Música. E não menos brilhantes são as músicas das bandas tradicionais (também chamadas bandas sinfônicas, ou filarmônicas) resgatadas em seu repertório, temas que datam do início do século XX e se estabeleceram, sendo ouvidas e curtidas com o mesmo frescor até os dias de hoje. Entre polcas, choros, valsas, marchas e dobrados, o roteiro apresenta ainda obras de compositores contemporâneos, como Moacir Santos, Maurício Carrilho e Cristóvão Bastos.
Palco de poetas e cantadores nos tempos idos, os coretos – que ainda resistem em cidades do interior, mas nas capitais estão abandonados – vão voltar a vibrar. As apresentações, gratuitas, serão realizadas dias 20 e 21 de setembro e dias 4 e 5 de outubro. Além disso, no dia 19 de setembro, será realizado um bate papo virtual, no canal do Youtube da realizadora do projeto, a Maracujá Cultural, com os integrantes do grupo que contarão um pouco da história e linguagem das bandas de música.
SERVIÇO:
19/09 (sexta) – 19h30: Bate papo virtual sobre a história e linguagem das bandas de música
Youtube @maracujacultural6759
20/09 (sábado) – 16h: Encontro no Coreto da Praça da Harmonia – Gamboa (Participações especiais: Negadeza e Andrea Ernest Dias)
21/09 (domingo) – 10h: Apresentação no Coreto da Praça Washington Luís – Sepetiba
04/10 (sábado) – 16h: Apresentação no Coreto do Jardim do Méier – Méier
05/10 (domingo) – 10h: Apresentação no Coreto Modernista do Aterro do Flamengo – Flamengo
Grupo Luzeiro
Formado em 2009 por Marcelo Bernardes (Flauta/Flautim), Rui Alvim (Clarinete), Pedro Paes (Sax Tenor), Aquiles Moraes (Trompete), Everson Moraes (Trombone), Thiago Osório (Tuba), Magno Julio (Percussão) e Marcus Thadeu (Percussão), o grupo Luzeiro trabalha para difundir e manter viva a tradição das bandas de música. No repertório do projeto estão polcas, choros, valsas, schotisch, marchas e dobrados presentes no repertório de bandas tradicionais, adaptadas pelo grupo para a sua formação. São interpretadas obras de compositores do inicio do séc XX, como Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth e Pixinguinha, e de compositores contemporâneos, como Mauricio Carrilho e Nailor Proveta.
O projeto
“O Som dos Coretos” se propõe a realizar um resgate histórico tanto do repertório das bandas tradicionais quanto da utilização dos coretos no Rio de Janeiro. O projeto foi idealizado em 2011 pelo grupo Luzeiro, a partir da percepção de que a história das bandas tradicionais de música e a história dos coretos de praça mantêm uma forte relação.
Na primeira edição do projeto, foram realizadas quatro apresentações do grupo em diferentes coretos de praças públicas do Rio de Janeiro: Coreto do Jardim do Méier, Coreto da praça da Harmonia (Gamboa), Pagode Chinês (Quinta da Boa Vista) e Coreto Modernista do Flamengo.
Na segunda edição, em 2014, o Luzeiro fez cinco apresentações recebendo grupos convidados (Fanfarrada, Orquestra Voadora, Go East Orkestar, OOJazz e Na Paralela do Frevo), multiplicando as possibilidades de repertório e sonoridade que grupos com formação de sopros e percussão podem oferecer. As apresentações foram realizadas nos Coretos de Vigário Geral, Coreto do Jardim do Méier, Coreto da Praça da Harmonia (Gamboa), Coreto Modernista do Flamengo e Coreto de Sepetiba.
Na terceira edição, em 2016, o projeto homenageou Anacleto de Medeiros. Foram quatro apresentações, incluindo uma na Ilha de Paquetá, local onde nasceu o homenageado (Coreto da Praça São Roque), com a participação da banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, que teve Anacleto como primeiro maestro. As datas se completaram na capital carioca, no Coreto Modernista do Parque do Flamengo, com participações de Antônio Rocha, Zé da Velha e Silvério Pontes, e Nailor Proveta.
A história dos coretos
No Brasil os coretos populares, construídos em praças públicas, surgiram no início do século XX para atender cantadores, poetas e principalmente bandas de música que habitualmente se apresentavam nesses locais. Por isso até hoje muitos se referem às bandas de música tradicionais como “bandas de coreto”. No interior do estado do Rio os coretos de praça ainda são ativos, e recebem constantemente suas bandas locais. Mas na capital, eles se tornaram monumentos abandonados e silenciosos, que precisam ser revitalizados.
Serviço:
- Evento: ‘O Som dos coretos 4ª Edição: Luzeiro’
- Entrada: Gratuita
- Realização: Maracujá Cultural Produções Artísticas
- Apresentação: Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura
- Instagram: @luzeiro_coretos