Os dez contos do livro foram criados entre 2009 e 2010, após a morte do pai do autor, vítima de um câncer. A obra é dedicada a ele, mas fala de perdas em diferentes matizes, da morte à desilusão amorosa, passando pela solidão e o desemprego, segundo Moutinho. Para ele, agora atualizado, o livro ficou melhor. O texto de “Água”, que abre “A palavra ausente” traz um filho ajudando o pai no banho, mas o escritor faz questão de separar real e ficção:
– Gosto de lembrar que autor e narrador não são sinônimos. Tem havido certa confusão quanto a isso, leitores exigindo que ficcionistas tenham “lugar de fala”, o que seria uma negação da própria gênese da ficção. Ficção não é testemunho pessoal, é fabulação. É a experiência da alteridade levada ao paroxismo. Como dizia Rimbaud, “eu é um outro”.
Com 112 páginas (R$ 48), o livro tem ilustrações de Raul Leal. Outras informações sobre “A palavra ausente” estão no site da editoramale. Já o Bar Madrid fica na Rua Almirante Gavião 11.