“Memória Viva: Messi – Um Gol na Vida”: quando a inteligência artificial vira arte

por Redação

Criada pelo artista de mídia Refik Anadol em parceria direta com Lionel Messi, a obra de arte de IA “Memória Viva: Messi – Um Gol na Vida” transforma em experiência sensorial o famoso gol de cabeça de Messi na final da UEFA Champions League de 2009 contra o Manchester United. A escultura digital, exibida em resolução 16K, mapeia 17 pontos do corpo do craque e combina dados biométricos — respiração, batimentos cardíacos e nuances emocionais extraídas de entrevistas — para conduzir o público ao exato instante em que a bola balançou as redes.

Colaboração humano-máquina em equilíbrio

Anadol descreve o processo criativo como “50 % humano, 50 % máquina”: ele alimentou algoritmos de IA com as métricas do corpo de Messi, enquanto o atleta disponibilizou seus próprios registros emocionais. O resultado é um “templo da memória” de oito minutos, considerado pela Christie’s um marco de ética e transparência no uso criativo da inteligência artificial.

O gol que definiu uma era

O lance eternizado aconteceu em 27 de maio de 2009, no Estádio Olímpico de Roma. Mesmo com 1,70 m, Messi subiu mais alto que toda a defesa do United para converter o cruzamento de Xavi e selar o título do Barcelona, coroando a primeira tríplice coroa da equipe catalã. Entre mais de 860 gols da carreira, o argentino elegeu esse momento como o preferido.

“Esse projeto me toca profundamente porque revive uma lembrança inesquecível e, ao mesmo tempo, ajuda quem mais precisa”, afirmou Messi.

Leilão recorde e impacto social

Realizado online pela Christie’s de 8 a 22 de julho de 2025, o leilão terminou com um lance de US$ 1,87 milhão. O vencedor recebeu o arquivo digital autenticado por certificados assinados por Messi e Anadol. Antes da venda, a obra ficou em exibição pública no Rockefeller Center, atraindo 3 500 visitantes durante 10 dias e repercutindo em 64,8 milhões de visualizações na mídia.

Todo o valor arrecadado será destinado a projetos educacionais na América Latina e no Caribe, por meio da parceria entre a Fundação Inter Miami CF e a UNICEF — reforçando o compromisso do astro argentino com causas sociais. A Christie’s também aceitou criptomoedas como forma de pagamento, embora essa opção não estivesse disponível para compradores da China continental.

Por que esta obra importa?

  • Inovação artística – Combina big data biométrico e IA generativa em altíssima definição.

  • Relevância esportiva – Imortaliza um dos gols mais icônicos do futebol moderno.

  • Retorno social – Converte prestígio esportivo em financiamento direto para a educação infantil.

A venda da “Memória Viva: Messi – Um Gol na Vida” não só reafirma o valor de criações alimentadas por IA no mercado de arte contemporânea, como também mostra como a tecnologia pode ampliar o alcance de iniciativas humanitárias.

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