Amir Haddad e elenco do Teatro Universitário Carioca (TUCA) hoje em dia

“Memória Viva! Sérgio Ricardo 90 anos” encerra ocupação em Botafogo com Amir Haddad e grande elenco em peça sobre a ditadura e show de João Gurgel e Marina Lutfi

Projeto que homenageia o ícone da música e do cinema recebe a peça RE-ACORDAR e espetáculo sobre a sua obra na quarta-feira (28/09)

por Redação

Após três meses de temporada, o projeto “Memória Viva! Sérgio Ricardo 90 anos”, que homenageia o emblemático multiartista, encerra a sua ocupação em Botafogo com teatro e música em uma grande noite de celebração à cultura e à democracia na quarta-feira, 28 de setembro, a partir das 21h, no cinema Estação Net Rio. A programação contará com a peça RE-ACORDAR, dirigida por Amir Haddad, e o show de Marina Lutfi e João Gurgel, filhos de Sérgio Ricardo. A entrada é um valor colaborativo no local.

Peça revisita memórias dos anos de chumbo

A peça RE-ACORDAR conta a história dos integrantes do Teatro Universitário Carioca (TUCA), formado em 1966 e atuante em meio à ditadura militar, até o seu reencontro, 50 anos depois. O texto é uma criação coletiva a partir da peça “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo, apresentada pelo TUCA em 1967, com direção e participação de Amir Haddad e música original de Sérgio Ricardo, e fala como, através das vivências com censura, prisões e exílio, chegamos ao hoje.

As cenas se mesclam e sucedem poemas de Marta Klagsbrunn, relatos e reflexões de remanescentes do grupo e imagens do período. São citadas também passagens históricas importantes do combate à ditadura e do resgate da democracia, como a Passeata dos Cem Mil; o retorno do exílio de personagens importantes da vida política nacional, como Miguel Arraes, Leonel Brizola, Paulo Freire, Betinho e Augusto Boal, e a campanha pelas Diretas Já. No elenco, Alberto Strozenberg, Ana Célia Castro, Amir Haddad, Dora Zaverucha, Márcia Fiani, Marta Klagsbrunn (In Memoriam), Mônica Arruda, Regina Célia Dantas, Ricardo Valle, Sérgio Alevato e Victor Hugo Klagsbrunn. A direção musical da peça é de Luiz Cláudio Ramos, a edição das músicas é de Márcia Fiani e a sonoplastia de Evandro Castro. A produção é do TUCAARTE (Associação TUCA de Arte e Cultura).

– Essa é a história de toda uma geração contra a ditadura, principalmente por meio de ações culturais – conta Amir Haddad.

  Show ecoa obra plural, contestadora e atemporal

Após a peça, João Gurgel e Marina Lutfi encerram a noite e a ocupação com um show repleto de clássicos da obra do pai, conduzindo o público a um passeio biográfico pelos principais momentos da sua carreira, que se confunde com a história recente do país, do teatro e do cinema. Canções como “Bichos da Noite” (da trilha da peça “O Coronel de Macambira” e do filme “Bacurau”), “Esse Mundo é Meu” (da trilha do filme homônimo, dirigido pelo próprio em 1964), “Perseguição” e “O Sertão Vai Virar Mar” (da trilha do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de 1964, dirigido por Glauber Rocha), “Cacumbu” e “Vou Renovar” são algumas que ganharão versões nas vozes dos irmãos.

– Será uma noite maravilhosa! Foram 3 meses de muita cultura, cinema, música, história e, acima de tudo, homenagens aos 90 anos de nascimento de Sérgio Ricardo – exalta Marina Lutfi.

O cinema Estação Net Rio fica na rua Voluntários da Pátria, 35, em Botafogo.

Multiartista retratou a realidade de um mundo desigual

Nascido João Lutfi em 1932, Sérgio Ricardo é um multiartista brasileiro, original da cidade de Marília (SP). Muda-se para o Rio de Janeiro na década de 1950, onde trabalha como crooner, ator e apresentador de televisão e participa da fundação da Bossa Nova, ao lado de João Gilberto e Tom Jobim. Nos anos de 1960, Sérgio lança seu primeiro e premiado filme, “O Menino da Calça Branca” (1961), com montagem de Nelson Pereira dos Santos e fotografia do irmão Dib Lutfi, unindo-se então ao Cinema Novo, o que lhe rendeu uma parceria frutífera com Glauber Rocha. Figura marcante nos festivais da década, protagonizou uma das cenas mais emblemáticas da MPB durante o 3º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, em 1967, quando quebrou seu violão e o arremessou diante da plateia, que, com vaias, o impedia de interpretar o samba “Beto Bom de Bola”, que denunciava a corrupção no futebol. Nos anos 70, mergulha ainda mais nas questões sociais e passa a expressá-las em todas as suas artes. Questiona e resiste à ditadura militar, sofrendo censuras e boicotes do regime. Jamais parou de lutar e produzir música, cinema, poesia, livro, peça e pintura. Faleceu em julho de 2020, aos 88 anos, deixando o seu verdadeiro legado: a paixão pela cultura do povo e a necessidade de debater e expressar as “fomes”, desejos e vontades do Brasil.

Como apoiar o projeto

A ocupação “Memória Viva! Sérgio Ricardo 90 anos” é uma realização da Cacumbu Produções e do acervo Sérgio Ricardo Memória Viva em parceria com a Cavídeo, o grupo Estação Net de Cinemas e o grupo Nós do Morro. O projeto busca apoio para desenvolver a sua programação pelo país até o fim do ano, além de outras ações ligadas à preservação e difusão da obra do multiartista. Para ajudar, saiba mais em https://linktr.ee/sergioricardomemoriaviva

Serviço:    

“Memória Viva! Sérgio Ricardo 90 anos”: encerramento da Ocupação em Botafogo

Dia e horário: quarta-feira, dia 28 de setembro, às 21h.

Endereço: Net Rio – rua Voluntários da Pátria, 35, Botafogo, Rio de Janeiro.

Entrada: valor colaborativo no local.

Mais informações:

https://www.instagram.com/sergioricardomemoriaviva/

http://www.grupoestacao.com.br/

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