A Meta Platforms formalizou a aquisição da Manus, startup sediada em Singapura especializada em agentes autônomos de inteligência artificial. O movimento, anunciado em 28 de dezembro, representa o esforço da companhia liderada por Mark Zuckerberg para traduzir aportes massivos em tecnologia em fontes diretas de receita. A Manus é reconhecida por fornecer soluções de automação para pequenas e médias empresas por meio de modelos de assinatura.
Embora o valor da transação não tenha sido revelado, a aquisição garante à Meta o controle sobre uma operação com desempenho financeiro acelerado. Semanas antes do fechamento do acordo, a Manus reportou uma taxa de execução de receita anual de US$ 125 milhões. A marca de US$ 100 milhões em receita recorrente foi atingida oito meses após o lançamento oficial, ocorrido em março de 2025, estabelecendo um recorde de crescimento no setor.
Alinhamento estratégico e escala de operações
A integração da startup reflete a prioridade da Meta em construir um ecossistema comercial robusto em torno de seus sistemas de inteligência artificial. Para 2025, a empresa planeja despesas de capital de ao menos US$ 70 bilhões, valor que pode ultrapassar os US$ 100 milhões no ano subsequente, com foco central em infraestrutura de processamento.
A tecnologia desenvolvida pela Manus consiste em agentes de IA de propósito geral. Essas ferramentas executam tarefas complexas, como pesquisas de mercado, automação de processos e desenvolvimento web, exigindo intervenção humana mínima. Desde sua fundação, a plataforma processou 147 trilhões de tokens e gerou mais de 80 milhões de computadores virtuais.
“Unir-se à Meta nos permite construir sobre uma base mais forte e sustentável sem alterar como a Manus funciona ou como as decisões são tomadas”, afirmou Xiao Hong, CEO da Manus, em nota institucional. A empresa manterá sua sede em Singapura e a oferta de serviços via aplicativo e site oficial.
Expansão do portfólio de agentes virtuais
A aquisição ocorre em um momento de expansão agressiva. Recentemente, a Meta também incorporou a Limitless, startup focada em dispositivos vestíveis de inteligência artificial. A visão estratégica de Zuckerberg prevê a coexistência de bilhões de agentes virtuais, onde cada organização operaria sua própria entidade de IA para interações comerciais e atendimento ao cliente.
Dados da Manus indicam que, após o lançamento da versão 1.5 do sistema em outubro, a startup registrou crescimento mensal superior a 20%. A incorporação fortalece a tese da Meta de que a “superinteligência pessoal” será um pilar central da economia digital nos próximos anos.
Raio-X da Aquisição
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Empresa adquirida: Manus (Singapura)
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Objeto: Agentes autônomos de IA para empresas
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Receita recorrente anual (ARR): US$ 125 milhões
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Meta de investimento (Capex Meta 2025): US$ 70 bilhões+
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Status operacional: Manutenção da sede em Singapura e dos serviços de assinatura