Em cartaz no Rio de Janeiro há seis meses, o monólogo “Meu Remédio”, produzido, escrito e estrelado por Mouhamed Harfouch, segue encantando público e crítica e agora ganha nova temporada, com estreia no dia 31 de julho, no Teatro Nelson Rodrigues, da CAIXA Cultural Rio de Janeiro, onde permanece até 10 de agosto, em sessões de quinta a domingo. Com ingressos populares entre R$10 e R$40 e patrocínio da Caixa Capitalização – uma empresa do grupo Caixa Seguridade -, a nova fase do espetáculo marca sua passagem por cinco diferentes palcos cariocas, consolidando-se como um dos grandes sucessos teatrais recentes no Rio de Janeiro. Após o encerramento na capital fluminense, a produção segue para temporada em São Paulo, no Teatro Santos Augusta, a partir de 30 de agosto.
“Todo nome guarda uma história para contar” é o ponto de partida de um espetáculo que mergulha em temas universais de identidade, pertencimento e aceitação. Dirigido por João Fonseca, o monólogo é uma jornada pessoal e envolvente, onde Harfouch explora sua história de vida com uma mistura equilibrada de comédia e drama. Criada a partir de um processo criativo íntimo, a peça revisita momentos marcantes da trajetória do ator, especialmente sua relação com seu nome e herança cultural.
Em “Meu Remédio”, Mouhamed transforma um projeto profundamente pessoal em uma experiência única no palco. Com mais de 40 produções teatrais no currículo e uma carreira consolidada na TV, ele é conhecido por papéis em novelas como “Pé na Jaca”, “Cordel Encantado”, “Amor à Vida” e “Órfãos da Terra”, além de séries como “Rensga Hits” e “Betinho – No Fio da Navalha” e filmes como “Nosso Lar 2”. No teatro, também brilhou em musicais como “Querido Evan Hansen”, que lhe rendeu o prêmio de Destaque Elenco no Prêmio Destaque Imprensa Digital 2024, e “Ou Tudo ou Nada”, pelo qual foi indicado ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator em 2016. Agora, em “Meu Remédio”, ele se reinventa, assumindo diferentes papéis no palco e fora dele, expondo-se de forma corajosa.
O espetáculo traz à cena questões relacionadas à cultura árabe, memórias importantes da vida do ator e o impacto de suas escolhas pessoais e profissionais. Harfouch reflete sobre sua infância, marcada pelo peso e pelo significado de carregar um nome incomum no Brasil dos anos 70. “Sou filho de imigrantes – sírios por parte de pai e portugueses por parte de mãe. Crescer com um nome tão diferente não foi fácil em uma época cheia de preconceitos. A peça é uma comédia, mas carrega uma reflexão sobre aceitação e pertencimento. Muitas vezes, o maior remédio é aceitar quem somos”, compartilha.
A ideia de criar “Meu Remédio” começou a ganhar forma durante as gravações de “Órfãos da Terra”, quando o ator começou a revisitar sua história e sua relação com o pai e com os imigrantes ao seu redor. Esse processo se intensificou durante a peça “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”, estrelada ao lado de Vera Fischer. Essas vivências deram origem ao monólogo, que levou meses de escrita e desafiou Harfouch tanto como ator quanto como produtor.
Produzir e atuar ao mesmo tempo foi um desafio significativo. “Já tinha produzido no início da minha carreira, mas agora, com mais maturidade, me senti preparado para enfrentar essa responsabilidade. Foi difícil equilibrar os dois papéis, mas contar com parceiros como Tadeu Aguiar e Eduardo Bakr tornou o processo possível”, afirma.
Outro pilar fundamental foi a parceria com o diretor João Fonseca, conhecido por sua habilidade em dirigir histórias biográficas como os musicais de Tim Maia, Cazuza, Cássia Eller e Elvis Presley, e com quem repete a parceria afinada no monólogo on-line “Homem de Lata”, em 2020. “João acreditou no projeto desde o começo e trouxe a sensibilidade necessária para equilibrar comédia e emoção na narrativa. Sem ele, essa transição entre autor e ator não teria sido tão tranquila”, comenta.
Misturando autobiografia, ficção e música, “Meu Remédio” utiliza canções e paródias cantadas ao vivo para marcar momentos importantes da narrativa. A peça apresenta personagens inspirados em figuras marcantes da infância do ator, ao mesmo tempo em que preserva a privacidade de sua história pessoal. Mais do que uma reflexão sobre nomes e origens, o espetáculo convida o público a olhar para dentro, entender suas próprias histórias e reconhecer a arte como uma forma de cura. “Um nome nunca é só um nome. Ele fala dos que vieram antes de nós e dos que virão depois. Aceitar quem somos é curativo, e a arte tem esse poder de salvar”, finaliza Harfouch.
Ficha Técnica:
- Idealização, produção e texto: Mouhamed Harfouch
- Elenco: Mouhamed Harfouch
- Direção: João Fonseca
- Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal
- Iluminação: Daniela Sanchez
- Cenógrafo: Nello Marrese
- Coordenação Geral: Edmundo Lippi e Valéria Meirelles
- Assessoria: GPress Comunicação
SERVIÇO:
Meu Remédio
- Local: Teatro Nelson Rodrigues | Caixa Cultural Rio de Janeiro
- Av. República do Paraguai, 230 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20031-180
- Temporada: 31 de julho a 10 de agosto
- Sessões: Quintas e sextas às 19h | Sábados e domingo às 17h
- Valor: Plateia: R$40 (inteira) R$20 (meia) | Balcão: R$20 (inteira) R$10 (meia)
- Vendas: Bilheteria Local e site Bilheteria Cultural
- Duração: 75 minutos
- Classificação: 10 anos