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Montagem brasileira de premiado espetáculo norte-americano estreia no Teatro Faap

Protagonizada por Lucas Drummond, Ernani Moraes e Rafael Queiroz e dirigida por Fernando Philbert, espetáculo conta a história de dois irmãos órfãos que sequestram um misterioso homem de negócios e acabam encontrando a figura paterna com a qual sempre sonharam

Depois de temporadas de sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro e de uma turnê por dez cidades do estado, espetáculo Órfãos chega a São Paulo para temporada no Teatro Faap, de 12 de junho a 1º de agosto. As sessões são sempre às quartas e quintas, às 20h.

Dirigida por Fernando Philbert, a versão brasileira de Órfãos, de Lyle Kessler, tem idealização e coordenação artística do ator e produtor Lucas Drummond, que está em cena ao lado de Ernani Moraes e Rafael Queiroz. 

Com extensa carreira internacional, o texto de 1983 deu projeção ao roteirista e ator norte-americano Lyle Kessler como dramaturgo e lhe rendeu comparações a Tennessee Williams pela crítica especializada. A montagem brasileira recebeu 17 indicações a prêmios, sendo 3 ao Prêmio APTR, 2 ao CESGRANRIO e 12 ao CENYM. Venceu Ator Coadjuvante (Ernani Moraes) no Prêmio APTR e 3 categorias no Prêmio CENYM: Ator Coadjuvante (Rafael Queiroz), Direção de Arte e ⁠Qualidade Técnica de Produção.

Em cena, dois irmãos órfãos (Lucas Drummond e Rafael Queiroz) sequestram um misterioso homem de negócios (Ernani Moraes) para pedirem resgate e acabam encontrando a figura paterna que nunca tiveram e com a qual sempre sonharam. “Me apaixonei por essa peça desde que a li pela primeira vez, em 2018. É uma história linda sobre a luta do homem pela sobrevivência e, principalmente, sobre o afeto, que às vezes pode ser bruto, tóxico”, resume Lucas Drummond. 

“Meu personagem (Phillip) é criado pelo irmão mais velho, Treat (Rafael Queiroz), que bate carteira na rua para sustentar nós dois. E por acreditar que tem uma alergia terrível à maioria das coisas, Phillip não sai de casa há anos. Então, toda a sua visão de mundo é baseada no que ele vê pela janela, pela TV e pelo que o irmão conta para ele. É um personagem extremamente sensível, poético e com uma imaginação incrível”, conta Drummond.

Órfãos é o terceiro projeto teatral de Lucas Drummond em parceria com o amigo de longa data Bruno Mariozz, diretor da Palavra Z, uma das produtoras à frente do espetáculo. Antes, os dois já haviam realizado o espetáculo adulto Tudo o que há Flora (2016-19), com direção de Daniel Herz, e o musical infantojuvenil O pescador e a estrela (2020-24), escrito por Drummond e Thiago Marinho, que também assina a direção do espetáculo.

Órfãos
Órfãos – Foto: Jo Prazeiro @joprazeiro

Para a direção de Órfãos Lucas convidou Fernando Philbert, realizando um antigo desejo de trabalhar com o diretor. “Órfãos tem a natureza de uma fábula: dois meninos que vivem num lugar abandonado em uma grande cidade e, de repente, chega uma figura que vai ajudar, tentar dar um caminho e melhorar a vida dos dois, abrir horizontes. É o velho arquétipo do pai perdido, de alguém que surge para nos tirar de um lugar escuro”, analisa Philbert.

A temporada marca o retorno de Ernani Moraes para os palcos paulistanos depois de 15 anos. Aos 27 anos, o ator veio para São Paulo onde morou por 12 anos e integrou o grupo Tapa em montagens como A Megera DomadaA Mandrágora e Viúva Porém Honesta. No papel de Harold, o homem mais velho que transforma a vida dos dois jovens, Moraes destaca o desafio lançado pelo diretor para a composição de seu personagem: “Pela primeira vez em teatro, me deram um adjetivo para eu pesquisar, que é ‘elegante’. Normalmente, estou no universo dos ogros, dos malucos, dos torturadores, e o Phil está puxando isso de mim, que é fazer um personagem elegante, sem esforço, calmo, falando com a voz normal. Para quem me conhece como ator, sabe que eu transito muito no outro lado. Está sendo muito desafiador”. 

Rafael Queiroz concorda: “Fernando tirou a gente da zona de segurança, onde a gente transita bem, tirou nossa base, desestruturou para reestruturar da maneira que ele quer e que sabe que vai ter o melhor resultado. É desafiador, mas ele é preciso, estica a corda até onde sabe que é possível”.

O cenário assinado por Natalia Lana reforça o abandono que caracteriza os irmãos órfãos, vivendo de forma precária em um apartamento decadente. Mesas, cadeiras e objetos variados evocam lembranças, reais ou não, especialmente em Phillip, que passa todo o tempo confinado. E são as janelas, que rodeiam todo o cenário, que fazem a ponte entre o mundo imaginário de Phillip e o mundo exterior.

A trilha original está a cargo do diretor musical Marcelo Alonso Neves: “Há duas linhas distintas que desenvolvo no espetáculo. Primeiro, quis buscar a memória de uma época, em cima de áudios históricos de programas de televisão, de filmes de cinema. Além disso, uma trilha incidental cria essas atmosferas, para permear momentos de tensão e emoção”, resume.

A figurinista Rocio Moure partiu de ícones representativos do momento em que os personagens estão inseridos na história, através de silhuetas e peças de roupa clássicas e bem definidas, inspiradas no cinema e na cultura da época: “Procurei marcar a diferença clara do encontro entre as gerações dos três personagens, levando toques de personalidade para cada um deles com objetos de indumentária que destacam a diferença nos detalhes”, adianta.

A trajetória internacional de Órfãos

Montada originalmente há quase 40 anos, Órfãos tem premiada trajetória nos EUA e em dezenas de países, entre eles França, Alemanha, Estônia, México, Japão e Turquia. Em 1985, foi dirigida pelo também ator Gary Sinise e, em 1986, a versão inglesa rendeu a Albert Finney o Olivier Award de Melhor Ator. A montagem norte-americana mais recente, produzida na Broadway, em 2013, foi estrelada por Alec Baldwin e indicada ao Tony Awards na categoria Melhor Peça. A história ganhou as telas de cinema em 1987, no longa dirigido por Alan J. Pakula e protagonizado por Albert Finney, Matthew Modine e Kevin Anderson.

Siga a peça no Instagram: @orfaosteatro

Ficha Técnica:

Idealização e coordenação artística: Lucas Drummond. Texto: Lyle Kessler. Tradução: Diego Teza. Direção: Fernando Philbert. Elenco: Ernani Moraes (Harold), Lucas Drummond (Phillip), Rafael Queiroz(Treat). Figurino: Rocio Moure. Cenário: Natalia Lana. Iluminação: Vilmar Olos

Trilha Sonora: Marcelo Alonso Neves. Fotografia e Vídeo: Costa Blanca Films. Direção de produção: Bruno Mariozz. Direção de movimento: Toni Rodrigues. Coordenação de Produção: Angélica Lessa. Produção executiva: Nathalia Gouvêa. Assistente de direção: Luisa Vianna. Assistente de direção de movimento: Monique Ottati. Assistente de produção: Pedro Rivera. Assistente de comunicação: Rafael Prevot. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Produção: Gaulia Teatro e Palavra Z Produções Culturais.

Serviço:

Espetáculo Órfãos

  • Estreia dia 12 de junho, quarta-feira, às 20h no Teatro Faap.
  • Temporada: de 12 de junho a 1º de agosto – Quartas e quintas, às 20h.
  • Duração: 90 minutos.
  • Capacidade: 477 lugares.
  • Classificação indicativa: 14 anos.
  • Teatro FAAP – Rua Alagoas, 903 – Higienópolis, São Paulo/SP
  • Ingresso: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia)

Site de compras: https://teatrofaap.showare.com.br/

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