Um dia Feliz

Morte da princesa Diana é ponto de partida de espetáculo “Um Dia Feliz”

Idealizado pelo ator Diogo Savala, espetáculo aborda temas como amor e política através dos olhares controversos do casal de ex-namorados Reinaldo e Edilene

por Redação

Qual a relação entre a morte de uma importante figura da realeza britânica e um casal de ex-namorados moradores de Magé, na Baixada Fluminense? Este é o ponto de partida do espetáculo “Um Dia Feliz”, idealizado pelo ator Diogo Savala. A produção, que tem texto e direção de João Cícero, fará curta temporada no Teatro Cândido Mendes Ipanema, com apresentações as terças-feiras durante o mês de maio.

– Além de estabelecer a época em que se passa a história, a morte da princesa Diana mostra o contraste entre os dois personagens, Reinaldo e Edilene. Enquanto ela se identifica com a princesa, por ser uma mulher politizada e à frente do seu tempo, ele acha uma notícia irrelevante, porque não mudaria em nada sua vida – explica Savala.

Sinopse: Em 1997, durante a histórica cobertura do velório da Princesa Diana, os ex-namorados Reinaldo e Edilene se encontram para acompanhar os acontecimentos na casa da moça, em Magé. Personagens ficcionais que representam circunstâncias sociais e geopolíticas reais e históricas – Enquanto uma onda de assassinatos ocorre na Baixada Fluminense, a realeza britânica rouba os holofotes midiáticos brasileiros.

Nascido e criado em Magé, Reinaldo (Diogo Savala) é um homem endurecido pela realidade, porém ingênuo e ainda apaixonado pela ex-colega de classe. Já Edilene (Lays Mattos) seguiu a vida – se casou e teve três filhos. Entretanto, a morte do marido adiantou seu retorno a sua cidade natal.

– Ela vivenciou o mundo enquanto o Reinaldo se manteve no mesmo lugar, com a mesma opinião. Ele sabe da vida de todos os amigos do colégio, enquanto ela não lembra de nenhum deles, nem do próprio Reinaldo. E mesmo assim ele a admira, por causa da sua determinação, dessa coisa de ir atrás dos seus sonhos – afirma.

Além de discutir temas como o amor e o luto, a trama se aprofunda em questões políticas, como o surgimento da milícia na Baixada Fluminense e os diversos assassinatos que ocorrem na região.

– Descobri que no mês da morte da princesa Diana, agosto de 1997, um vereador havia sido assassinado em Magé. A peça discute sobre essa tensão de uma micropolítica afetiva entre as personagens, um homem e uma mulher, e as tensões macropolíticas simbólicas trazidas pela televisão e pela política local na constituição do modo de vida dessas personagens – acrescenta o diretor João Cícero.

Sem patrocínio, Diogo decidiu sair da sua zona de conforto e custear a peça ele mesmo, utilizando o que ganhou quando interpretou o Batata, na novela “Cara e Coragem”, da Globo.

– Desde a pandemia tive uma vontade enorme de voltar ao teatro. Então decidi pegar o dinheiro da novela e investir na peça. Sou um apaixonado por este projeto e acho que é uma história que precisa ser contada. A gente sabe das dificuldades de se fazer teatro independente no Brasil, mas realizar algo que eu acredito me dá muito prazer – detalha Savala.

Além do espetáculo, Diogo também leva alegria às crianças de comunidades carentes através da comédia “Ta Certo ou Não Tá?”, que conta a história do glorioso palhaço Carequinha

– É uma experiência incrível, porque pra maioria dessas crianças é o primeiro contato com o teatro. E seria legal se tivéssemos mais oportunidades dessas, pra estimular a cultura nas escolas. Ao mesmo tempo estamos resgatando a história do Carequinha, que é um personagem super importante na história do nosso país – completa.

Ele conta ainda que durante as apresentações a equipe passou por diversos perrengues, como tiroteios, e reitera a importância de valorizar educação.

– São lugares que possuem uma forte tensão violenta. Nunca imaginei fazer uma peça durante uma situação dessas, mas nos pareceu certo na hora. Mesmo com a guerra que acontecia do lado de fora, as crianças estavam ali protegidas. E acho precisamos investir mais em educação e cultura. É a única forma de preservamos as crianças – finaliza.

Serviço – “Um Dia Feliz”

Local: Teatro Cândido Mendes Ipanema

Endereço: R. Joana Angélica, 63, Ipanema – Rio de Janeiro – RJ

Temporada: de 02 a 30 de maio

Horário: Terças-feiras às 20h

Duração: 80 minutos

Gênero: Drama

Classificação: 16 anos

Ingressos: de R$20,00 (meia) a R$40,00 (inteira) – Lista amiga R$20,00

Venda de ingressos em –  https://bileto.sympla.com.br/event/82002/d/190032?_gl=1*1g0qhze*_ga*ODE5MTEyNTA3LjE2NDcyNzk4Mzk.*_ga_KXH10SQTZF*MTY4MjM0NDI5My41MC4xLjE2ODIzNDQyOTUuMC4wLjA.

FICHA TÉCNICA

Texto e Direção – João Cícero

Elenco – Diogo Savala e Lays Mattos

Assistência de Direção e vídeos – Thiago Emanuel

Direção de arte – João Dalla

Fotos – Sabrina da Paz

Trilha – Márcio Pizzi

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