Mouhamed Harfouch estreia monólogo “Meu Remédio” no Teatro Ipanema

Mouhamed Harfouch em cena de "Meu Remédio" | Foto Gustavo de Freitas Lara

Após o sucesso de três apresentações especiais em Juiz de Fora, Minas Gerais, Mouhamed Harfouch leva seu monólogo “Meu Remédio” para o Rio de Janeiro, com estreia marcada para 10 de janeiro de 2025, no Teatro Ipanema. Dirigido por João Fonseca, o espetáculo traz uma narrativa profundamente pessoal e emotiva, onde Harfouch mergulha na sua história de vida, lidando com temas como identidade, pertencimento e aceitação de sua própria história. A peça é uma mistura de comédia e drama, resultado de um processo criativo íntimo que levou o artista a revisitar momentos de sua própria trajetória, especialmente sua relação com seu nome e sua herança cultural.

Com “Meu Remédio”, Mouhamed celebra 30 anos de carreira e transforma um projeto profundamente pessoal em uma expressão artística única, tanto no palco quanto fora dele. O ator e cantor, que acumula mais de 40 produções teatrais em seu currículo, além de uma carreira de destaque na TV, é bastante lembrado por suas performances em novelas como “Pé na Jaca”, “Amor à Vida” e “Órfãos da Terra”, em séries como “Rensga Hits” e “Betinho – No Fio da Navalha”. Sua trajetória inclui também produções teatrais musicais como “Querido Evan Hansen”, vencedor do prêmio de Destaque Elenco no Prêmio Destaque Imprensa Digital 2024, e em “Ou Tudo ou Nada”, trabalho que lhe garantiu uma indicação ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator em 2016. Contudo, é agora, em “Meu Remédio”, que ele se reinventa, assumindo diversas funções e se desafiando na autoexposição. O espetáculo traz à tona questões do universo árabe, relembra episódios importantes que fizeram parte de sua jornada e revela, de forma sincera e orgânica, o impacto de suas escolhas em sua trajetória profissional e na vida pessoal.

“‘Meu Remédio’ nasce da minha vontade de entender e compartilhar a relação com o meu nome, com minha história de vida, com a mistura de culturas que carrego. Sou filho de imigrantes – sírios por parte de pai e portugueses por parte de mãe. Crescer com um nome tão emblemático em um Brasil dos anos 70, em que o preconceito e a dificuldade de aceitação eram muito presentes, não foi fácil. A peça é uma comédia, mas carrega uma reflexão sobre aceitação e pertencimento, sobre entender que, muitas vezes, o maior remédio é aceitar quem somos”, explica Harfouch, que busca, com o espetáculo, tocar o coração do público ao falar sobretudo, como cada ser é único e especial em sua individualidade, origem e essência.

Embora a ideia de levar “Meu Remédio” aos palcos tenha surgido há dois anos, uma inquietação sobre o tema já acontecia desde a novela “Órfãos da Terra”. Durante as gravações, Harfouch foi levado a olhar mais profundamente para sua própria história, sua relação com o pai e com os muitos imigrantes que o cercam. Esse desejo de explorar sua ancestralidade e as dificuldades vividas ao lidar com seu nome e identidade se intensificou ao longo das apresentações da peça “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”, estrelada ao lado de Vera Fischer. A reflexão do ator durante a turnê foi o impulso que consolidou a ideia do monólogo e depois de meses de escrita, finalmente, o projeto tomou forma, desafiando-o para além da atuação solo.

A decisão de assumir a produção do monólogo, que é um dos maiores desafios da sua carreira, foi um passo corajoso. “Meu Remédio” não é apenas uma obra autoral, mas também o reflexo de sua visão como criador. “Já tinha produzido no começo da minha carreira, mas agora, com mais maturidade, me senti mais preparado para enfrentar esse desafio. Produzir e atuar ao mesmo tempo é uma tarefa árdua. A maior dificuldade foi lidar com as duas funções e ainda me manter fiel à ideia que queria transmitir. Mas, com o apoio de grandes amigos e parceiros como Tadeu Aguiar e Eduardo Bakr, senti que tínhamos força para fazer isso acontecer”, revela ele, que viu na soma de funções um grande desafio ao ter que equilibrar seu tempo entre o papel de ator e o de produtor.

Já a parceria com o diretor João Fonseca foi outro pilar fundamental para tirar o sonho do papel. Com vasta experiência à frente de obras biográficas, a exemplo dos Musicais sobre a vida de Tim Maia, Cazuza, Cássia Eller, Elvis Presley e Tom Jobim, a condução do criativo trouxe à cena a delicadeza necessária para que o espetáculo equilibrasse o tom de comédia e a profundidade emocional da história. “João Fonseca é um amigo e um grande diretor. Ele segurou a minha barra de maneira sensível e honesta, e acreditou no meu projeto desde o início. Sem ele, não sei se teria conseguido fazer essa transição entre o autor e o ator de forma tão tranquila”, comenta ele sobre Fonseca, com quem repete a parceria afinada em “Homem de Lata”, monólogo online criado durante a pandemia.

Misturando elementos autobiográficos e ficcionais, a peça, que já na escolha do título faz referência a uma situação vivida com o seu nome de batismo – e que é explicada em cena -, apresenta um monólogo íntimo, costurado a algumas canções, entre hits e paródias, cantadas e tocadas ao vivo, marcando transições importantes da narrativa, onde o autor recria personagens que representam figuras significativas nas duas primeiras décadas da sua vida, mantendo, ao mesmo tempo, a privacidade de sua própria história. Com uma abordagem sensível e profunda, a obra convida o público a refletir sobre a importância da autocompreensão e do existir de cada um. “Meu Remédio” destaca como o nome, muitas vezes imposto, carrega histórias que conectam o indivíduo ao passado e iluminam seu futuro, e convida a todos a olhar para dentro, entender melhor a própria caminhada e perceber como a arte pode ser um remédio. Como ele mesmo afirma: “Um nome nunca é só um nome. É uma jornada, fala dos que vieram e dos que virão. Poder enxergar melhor os caminhos de fora e nossos desejos é algo que me move. ‘Meu Remédio’ foi um ponto de partida, pois aceitar quem somos é curativo e a arte salva”, finaliza.

Ficha Técnica:

  • Idealização, produção e texto: Mouhamed Harfouch
  • Elenco: Mouhamed Harfouch
  • Direção: João Fonseca
  • Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal
  • Iluminação: Dani Sanchez
  • Cenógrafo: Nello Marrese
  • Produtora Executiva: Valéria Meirelles
  • Coordenação Geral: Edmundo Lippi
  • Assessoria: GPress Comunicação | Grazy Pisacane

SERVIÇO:

Meu Remédio

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