MPB4 comemora os 50 anos do LP “Cicatrizes” com show no Rio de Janeiro

MPB4 (Foto: Camilla Guimarães)

Eram tempos de chumbo quando o MPB4 lançou o LP “Cicatrizes”, com um repertório refletindo o clima soturno do país sufocado pela ditadura. Lançado há 50 anos, o trabalho é considerado o mais importante da discografia do grupo, que, da formação original, conta com Miltinho e Aquiles Reis, além de Dalmo Medeiros (integrante desde 2004) e Paulo Malaguti Pauleira (integrante desde 2012), que substituíram os saudosos Ruy Faria e Magro Waghabi, respectivamente. A data vai ser comemorada com o show “Cicatrizes – 50 anos” no Teatro Riachuelo, no dia 7 de abril.

Aos 57 anos de carreira, o MPB4 lamenta que o disco esteja tão atual. “A gente canta músicas de 50 anos atrás, e a plateia entende exatamente do mesmo modo que aquela plateia dos anos 1970 entendia. É triste, andamos pra trás… Só que lá atrás, tivemos anistia, eleições diretas, momentos de esperança…”, recorda Miltinho, que sente orgulho de o MPB4 ter feito parte do movimento pela democracia no país.

O LP “Cicatrizes” trazia canções que fazem parte do repertório do grupo até hoje, como “San Vicente” (Milton Nascimento / Fernando Brant) e “Partido alto” (Chico Buarque), que atualmente é cantada nos shows com uma estrofe que nunca foi gravada: “Deus me fez um cara surdo, cego e censurado / Submisso, submerso, subalimentado / Mas um dia o vento vira, e é bem tomar cuidado / Pois a coisa fica feia também pro seu lado / Passe bem, muito obrigado”.

A censura dos anos 1970 perseguiu o MPB4, principalmente porque o grupo trabalhava muito com Chico Buarque, um dos nomes mais visados pelo regime militar de então. Miltinho, Aquiles, Magro e Ruy tiveram problemas significativos com a censura, inclusive shows proibidos. Uma das músicas do disco “Cicatrizes”, “Pesadelo” (Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro), que também faz parte do show, só escapou da sanha dos censores porque um de seus autores, Paulo César Pinheiro, enviou a letra para a censura junto com outras escritas para o repertório de Agnaldo Timóteo. Valeu o drible!

No total, o show contará com sete canções do disco com os arranjos vocais originais de Magro Waghabi (diretor musical, arranjador e ex-integrante, falecido em 2012), que serão intercaladas por grandes sucessos do MPB4, como “Roda viva” (Chico Buarque), “Amigo é pra essas coisas (Aldir Blanc / Silvio da Silva Jr) e “Vira virou” (Kleiton Ramil). Também faz parte do repertório do espetáculo, a faixa-título do disco, “Cicatrizes”, responsável por jogar luz sobre o lado de compositor de Miltinho.

Para o show comemorativo das cinco décadas de “Cicatrizes”, o MPB4 estará acompanhado no palco por João Faria (baixo), Pedro Reis (guitarra e bandolim) e Marcos Feijão (bateria), banda que acompanha o grupo há pouco mais de 30 anos.

Anotou na agenda? MPB4 em “Cicatrizes – 50 anos”, dia 7 de abril, no Teatro Riachuelo. É show para todo mundo cantar junto. Afinal de contas, fãs unidos jamais serão vencidos!

SERVIÇO
Data: 07 de abril | Quinta-feira às 20h
Ingressos: Plateia VIP R$ 120 |Plateia e Balcão Nobre R$ 100 | Balcão Simples R$50
Acesse: https://bit.ly/3gUiiRj
Lotação: 999 lugares
Classificação: Livre
Duração: 80 minutos

Related posts

Jay Vaquer no Teatro Rival Petrobras

“Sufocando a Alma”: MÁ DONATO estreia no reggaeton e emociona com nova fase musical

Thalles Roberto e grandes nomes da música gospel agitam o Palco Leme no Rio Réveillon 2025