Muita emoção em A Vida Passou por Aqui

A Vida Passou Por aqui

Os olhos chegam a lacrimejar ao se deparar com a situação de Silvia, uma professora aposentada e artista plástica que sofreu um AVC e está internada num asilo (ou seria numa casa de repouso?). A visita do amigo de muitas décadas, o Floriano, um homem sempre de bem com a vida, é esperada com ansiedade e muito contentamento. Quantas pessoas, ao longo dos anos, tiveram a oportunidade de ter uma amizade, o amor em sua forma mais sublime, em sua existência? Talvez poucas, mas a verdade é que como reza o ditado “quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro”.

Há algum tempo não me emocionava tanto diante de um espetáculo teatral. De sensibilidade ímpar e com direito a boas risadas, A Vida Passou Por Aqui é um misto de sentimentos e leva o público a refletir sobre o caminhar da vida, raramente linear. A dobradinha entre Claudia Mauro, autora da peça que encontrou nos guardados da mãe essa história fascinante e dá vida a Silvia no palco, e Édio Nunes, é perfeita. A virada dos dois atores entre passado e presente de beleza singular. Na plateia, eu escutava atenta os murmúrios dos espectadores falando sobre a forma como a atriz conduzia as mãos, os gestos e a dificuldade de andar de quem passa por esse problema de saúde. 

Durante os 90 minutos, a peça, dirigida por Alice Borges, encanta ao abordar um grande amor entre amigos, permeado de lembranças do passado com trilha sonora de Claudio Lins e Patricia Mauro e coreografias, também assinadas por Édio Nunes. O texto é um primor, com grande lirismo e poesia. Vale um olhar especial para o cenário de Nello Marrese e figurino de Ana Roque. Corre lá no Teatro Prudential, na Glória, que a temporada é curtíssima. Vai só até o dia 10 de dezembro. Imperdível!!!

FICHA TÉCNICA
Texto: Claudia Mauro
Direção: Alice Borges
Elenco: Claudia Mauro e Édio Nunes
Cenografia: Nello Marrese
Figurinos: Ana Roque
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Trilha Sonora: Claudio Lins e Patricia Mauro
Coach: Larissa Bracher
Supervisão de Movimento: Paula Águas
Coreografias: Édio Nunes
Designer Gráfico: Marcos Ácher
Fotos: Dalton Valério
Contabilidade: LCG Assessoria
Produtoras Associadas: Alice Borges e Claudia Mauro
Produção: Junior Godim

SERVIÇO:
A Vida Passou por Aqui
Local: Teatro Prudential (Rua do Russel 804, Glória)
Data: até 10 de dezembro
Dias e Horários:
Quinta, Sexta e Sábado – às 20h
Domingo às 18h
Preços:
R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) – Plateia A
R$ 50 (Inteira) e R$ 25,00 (meia) – Plateia B
Duração: 90 minutos
Classificação:14 anos
Ingressos Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/78163/d/166737

Musical A Christmas Carol estreia no Teatro Santander em 10 de dezembro

Foto Adriano Doria

O musical natalino A Christmas Carol, inspirado no clássico do escritor inglês Charles Dickens (1812-1870), estreia no dia 10 de dezembro, no Teatro Santander. A versão brasileira tem texto de Daniela Cury, direção de Fernanda Chamma e direção musical de Catarina Marcato e Vinícius Loyola.

Participam desta nova montagem brasileira, entre 80 artistas em cena, jovens talentos e nomes consagrados do teatro musical. Entre os destaques do elenco, estão Miguel Falabella e Arizio Magalhães (que se alternam no papel principal), Gustavo Daneluz, Vinicius de Loyola, Bruno Cavalcanti, Veridiana Toledo, Teteu Cabrera, Henrique Camargo e até a influenciadora cearense Juju Teófilo, que marca sua estreia nos palcos.

O espetáculo é conhecido em todo o mundo em montagens bem-sucedidas, especiais para a TV, filmes, desenhos animados, e outros, servindo até de inspiração para personagens da Disney e de diversos clássicos como o “Tio Patinhas”. 

“Eu me apaixonei por essa história quando li o livro e assisti ao musical há mais de 10 anos. Acredito que é o único espetáculo natalino que realmente fala de resgate de valores e isso me encantou, desde o primeiro instante da obra”, revela a diretora Fernanda Chamma.

Amigos e parceiros de longa data, Fernanda e Miguel Falabella sempre sonharam em contar a história do velho avarento Scrooge juntos. “Esse ano conseguiremos, alternando  com o querido e talentoso Arizio Magalhães. Será uma festa!”, completa Falabella.

A trama acompanha Ebenezer Scrooge, um homem avarento e amargurado que abomina o Natal. Ele trabalha em um escritório em Londres com Bob Cratchit, um pobre – mas feliz – empregado, pai de quatro filhos – incluindo seu frágil Pequeno Tim, que tem problemas nas pernas. 

Na véspera do Natal, Scrooge recebe a visita de seu ex-sócio, Jacob Marley, morto há sete anos naquele mesmo dia. Marley diz que o seu espírito não pode descansar em paz já que não foi bom nem generoso em vida, mas que o amigo ainda tem uma chance de se salvar. Para isso, ele receberá a visita de três espíritos naquela noite. 

O primeiro fantasma a chegar é um ser com uma luz que emana da sua cabeça e um apagador de velas debaixo do braço à guisa de chapéu. Este é o Espírito dos Natais Passados, que leva Scrooge de volta no tempo e mostra a sua adolescência e o início da sua vida adulta, quando ele ainda amava essa data comemorativa. Triste com as lembranças, o protagonista enfia o chapéu na cabeça do espírito, ocultando a luz dele. A entidade, então, desaparece, deixando o velho sozinho em seu quarto.

O segundo espírito a dar as caras é o Natal do Presente, um gigante risonho com uma coroa de azedinho e uma tocha na mão. Ele mostra a Scrooge as celebrações do presente, incluindo a humilde comemoração natalícia dos Cratchit, que, apesar de pobre, é uma família muito feliz e unida. A tocha na mão do espírito tem a utilidade de dar um sabor especial à ceia daqueles que fossem “contemplados” com a sua luz. No fim da viagem, o espírito revela sob o seu manto duas crianças de caras terríveis, a Ignorância e a Miséria, e pede que os homens tenham cuidado com elas. Depois disso vai-se embora.

O terceiro espírito, o dos Natais Futuros, apresenta-se como uma figura alta, envolta num traje negro que oculta o seu rosto, deixando apenas uma mão aparente. O espírito não diz nada, mas aponta, e mostra a Scrooge a sua morte solitária, sem amigos. 

Após a visita dos três espíritos, o velho amanhece como um outro homem. Passa a amar o espírito de Natal e a ser generoso com os que precisam – começa, inclusive, a ajudar o seu empregado Bob Cratchit, tornando-se um segundo pai para Pequeno Tim. Diz-se que ninguém celebrava o Natal com mais entusiasmo que ele. A Christmas Carol é um espetáculo para toda família!

Ficha Técnica

  • Texto: Daniela Cury
  • Direção Geral e Coreografias: Fernanda Chamma
  • Direção Musical: Catarina Marcato e Vinícius Loyola
  • Figurinos: Fernanda Chamma
  • Participação especial: Miguel Falabella como Ebenezer Scrooge nas sessões que serão realizadas nos dias 16, 17 e 18 de dezembro.
  • Ensaiador: Roberto Justino
  • Cenografia e Projeções: Richard Luiz – Protótipo Filmes
  • Visagismo: Edgar Cardoso
  • Desenho de luz: Tulio Pezzoni
  • Desenho de som: Guilherme Mark
  • Fotos: Adriano Doria
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio
  • Produção: Marilia Toledo

Elenco:

  • Miguel Falabella e Arizio Magalhães como Ebenezer Scrooge
  • Gustavo Daneluz como Fred (sobrinho de Ebenezer Scrooge)
  • Vinicius de Loyola como Jacob Marley
  • Bruno Cavalcanti como Bob Cratchit 
  • Veridiana Toledo como Fantasma do Passado
  • Teteu Cabrera como Tiny Tim
  • Henrique Camargo como Ebenezer Scrooge jovem
  • Juju Teófilo como Miranda Crachit

Serviço

  • A Christmas Carol
  • Curta temporada!
  • Dias 10, 11, 16, 17 e 18 /12/2022, Sextas-feiras, às 19h; Sábados e Domingos, às 18h;
  • Teatro Santander – Complexo JK Iguatemi – Avenida Pres. Juscelino Kubitschek, 2041, Itaim Bibi

Ingressos:
Plateia vip – R$ 180,00
Plateia superior – R$ 150,00
Frisa plateia superior – R$ 120,00
Balcão – R$ 120,00
Frisa balcão – R$ 100, 00
Internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência):

Atendimento Presencial: Todos os dias 12h às 18h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

Autoatendimento: A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos sem taxa de conveniência 24h por dia.

Classificação etária: Livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Duração: 70 minutos

Amargura e desilusão em peça no Teatro Ágora

Caminho Para o Cemitério – Foto de Ligia Jardim

Vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1929, o conceituado escritor alemão Thomas Mann (1875-1955) tem um de seus contos transformado na peça O Caminho do Cemitério Corria Sempre ao Lado da Estrada. O espetáculo, que tem direção de Celso Frateschi, no Teatro Ágora, fica em cartaz até 15 de dezembro, com apresentações às quartas e quintas-feiras, às 20h.

Filho de um alemão e uma brasileira, Mann é mais conhecido por romances como “O Buddenbrooks”, “A montanha mágica”, “Morte em Veneza” e “Doutor Fausto”, no entanto, ele também se dedicou a escrever contos e novelas ao longo de toda a sua produção literária. Suas obras ressaltam os conflitos éticos, morais, políticos, sociais e psicológicos de forma vigorosa. 

Escrito em 1901, “O Caminho do Cemitério” (título original) está entre as obras mais expressionistas do autor, que geralmente estão povoadas por personagens amargos, apresentados em situações irônicas e comoventes. A montagem teatral adota o texto original de Mann na íntegra e sem adaptações dramatúrgicas.

A história acompanha um senhor desiludido com a vida que caminha em direção ao cemitério para visitar os túmulos de sua esposa e filhos. A tristeza desse homem rancoroso destoa da tarde vibrante e ensolarada. O caminho do protagonista se cruza com o de um jovem ciclista que passeia desavisadamente por aquele lugar e acaba perturbando o ritual do homem amargurado. 

A atriz mineira Maria Cristina Vilaça, que idealizou a montagem, conta que esse texto a acompanhou em diversos momentos de sua vida profissional. “Há 30 anos eu conheci esse conto que, como leitora e atriz, nunca deixou de me surpreender, a cada nova oportunidade de investigação. Num texto tão breve, a mim são reveladas diferentes e profundas dimensões, que não se esgotarão no processo dessa montagem teatral, tenho certeza.” Ela ainda acrescenta que convidar o Celso Frateschi para dirigir foi uma escolha natural, conhecendo o processo dele nos núcleos de pesquisa do Ágora Teatro. “Além da pesquisa do narrativo, o fato do Celso não separar o fazer artístico da militância política, possibilitou eu ter modificada uma percepção romantizada do texto literário, o que amplia enormemente meu próprio olhar para as circunstâncias apresentadas pelo autor. Se eu acreditava conhecer bastante o conto, não poderia imaginar o mundo de possibilidades que o estudo do texto e da construção da cena teatral me traria, na direção do Celso, ao me debruçar mais uma vez nas palavras do Thomas Mann. 

Já o ator Plínio Soares, que divide a cena com Vilaça, foi aluno de Celso Frateschi na Escola de Arte Dramática – ECA/USP e tem trabalhado com o diretor desde então. Ao longo dos anos, eles tiveram a oportunidade de atuar juntos no teatro e na televisão. 

O espetáculo ainda conta com a trilha sonora original de Carlos Zimbher, os arranjos e produção musical de Luca Frazão; o desenho de luz de Miló Martins, e o cenário e os figurinos de Sylvia Moreira. 

O Caminho do Cemitério Corria Sempre ao Lado da Estrada é a primeira realização da MC Produções Artísticas, com estreia confirmada sem auxílio das leis de incentivo.

Ficha Técnica

Direção: Celso Frateschi

Assistência de Direção: Rodrigo Melgaço
Elenco: Maria Cristina Vilaça e Plínio Soares

Trilha Sonora Original: Carlos Zimbher 

Arranjos e Produção Musical: Luca Frazão 

Desenho de Luz: Miló Martins

Cenário e Figurinos: Sylvia Moreira
Programação Visual: Amanda Vieira
Fotos: Ligia Jardim

Som e Luz: Guilherme Leite

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização: MC Produções Artísticas Ltda

Serviço
O Caminho do Cemitério Corria Sempre ao Lado da Estrada, de Thomas Mann

Ágora Teatro – Rua Rui Barbosa 672 – Bela Vista
Temporada: Até 15 de dezembro, às quartas e quintas, 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)

Vendas online: www.sympla.com.br

Capacidade: 60 lugares

Acessibilidade: Local acessível para cadeirantes

Duração: 45 minutos

Classificação etária: Livre

Tudo pode ser visto até 17 de dezembro no Teatro Sesi 

Tudo – Foto de Flávia Canavarro

Três fábulas morais (“como as de Esopo, mas sem animais”) compõem o espetáculo “Tudo”, que traz o olhar do diretor Guilherme Weber para a obra do dramaturgo argentino Rafael Spregelburd. O elenco é formado por Julia Lemmertz, Dani Barros, Vladimir Brichta, Claudio Mendes e Márcio Vito.

A peça, que fez sua pré-estreia no 30º Festival de Curitiba e estreou oficialmente em junho, no Rio de Janeiro, passou por diversas cidades do País e agora retorna ao Teatro Sesi para uma temporada especial de três semanas, de 1 a 17 de dezembro.

“Tudo” está indicado em seis categorias do próximo Prêmio Cesgranrio de Teatro: Melhor Espetáculo, Direção, Ator, Atriz, Desenho de Luz e Cenografia.

As fábulas levadas à cena investigam o indivíduo em confronto com o poder a partir de três perguntas. A primeira (“Por que todo Estado vira burocracia?”) apresenta um grupo de funcionários vivendo suas rotinas em uma repartição pública, quando começam a questionar valores impostos e alguns comportamentos absurdos. A segunda (“Por que toda arte vira negócio?”) mostra os convidados de um jantar de natal que dão início à ceia somente após uma contundente discussão sobre valores absolutos e particulares do pós-modernismo. A terceira (“Por que toda religião vira superstição?”) traz um casal e seu filho recém nascido que fica doente em uma noite de tempestade.

Para Weber, Spregelburd é uma das vozes mais originais da dramaturgia contemporânea, atento às questões latino-americanas, mas com olhar profundamente universal e humano. “Montá-lo no país é também uma compreensão de nossa identidade como latino-americanos, atravessada pela história do continente. O Brasil, pelo seu tamanho e pluralidade, é uma espécie de lente de aumento dos impasses da problemática latino-americana; uma espécie de fantasma no qual todo o continente vê seus medos e desejos. Situar no Brasil estas fábulas morais é ressignificar, sob a ótica nacional, as contradições de nossa identidade e o surrealismo da obra de Spregelburg”, observa Weber.

As cenas, aqui, se apresentam como perguntas sobre a transformação ideológica que qualquer sociedade passa. Ao tentar construir respostas, os personagens e os espectadores se deparam com temas como o absurdo das regras que definem um determinado grupo social, a dissolução das palavras e seus significados, a ausência de Deus e a inexorável presença da morte.

“Toda pergunta sobre ideologia implica uma estreita relação com o conceito de cidade/ comunidade. O que é que em um determinado momento torna-se a “identidade” de um povo? E o que a história faz aos povos? Acreditamos que nossa identidade é casual? Somos uma solidariedade partilhada perante o temor dos nossos colapsos coletivos?”, pontua o diretor. “Nesse sentido “Tudo” adquire, às vezes, o valor de um manifesto, mas que visa efeitos sensoriais e ambíguos e em nenhum momento cai na armadilha da arte que faz do discurso e do didatismo sua meta explícita”, diz o diretor. É uma comédia apresentada em ritmo de farsa.

Cientes da função da comédia em espelhar este momento complexo da nossa sociedade, os personagens destas fábulas vão nos fazer rir para castigar costumes.

Ficha Técnica:

  • De: Rafael Spregelburd 
  • Tradução, adaptação e direção: Guilherme Weber 
  • Elenco: Julia Lemmertz, Dani Barros, Vladimir Brichta, Claudio Mendes e Márcio Vito
  • Cenografia: Dina Salem Levy – Figurino: Kika Lopes – Iluminação Renato Machado – Preparador corporal: Toni Rodrigues. Diretora-assistente: Verônica Prates.
  • Produção: Quintal Produções
  • Direção geral: Verônica Prates
  • Coordenação artística: Valencia Losada
  • Produtor executivo: Thiago Miyamoto 

SERVIÇO

TUDO

  • Da obra de Rafael Spregelburd
  • Direção: Guilherme Weber
  • Elenco: Julia Lemmertz, Dani Barros, Vladimir Brichta, Claudio Mendes e Márcio Vito
  • De 1 a 17 de dezembro
  • Quintas e sextas, às 19h. Sábados e domingos, às 18h.
  • Teatro Firjan Sesi Centro
    Av Graça Aranha, 1 – Centro
  • Ingressos a R$ 40 e R$ 20
  • Classificação: 14 anos
  • Duração: 1h30

 

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