Multifoco Companhia de Teatro celebra 15 anos com as peças Esperando, Alma, Elefante e Café da Manhã no Flamengo

por Waleria de Carvalho
Esperando

Na temporada que comemora a trajetória dedicada à cena contemporânea do teatro edo circo serão exibidos os espetáculos “Esperando…” e “Alma”, e ainda “Elefante” e “Café da Manhã”, peças infantojuvenis convidadas. A partir de 03 de julho, a Multifoco Companhia de Teatro comemora seus 15 anos com uma mostra especial de repertório no Futuros – Arte e Tecnologia, no Flamengo, um dos mais importantes palcos do Rio de Janeiro. A celebração reúne duas criações autorais, as mais recentes desenvolvidas pela companhia, que mescla com maestria teatro e circo em seus espetáculos. Os dois trabalhos são “ESPERANDO…”, espetáculo que já tem agenda pro Chile no segundo semestre e abre as celebrações da companhia no dia 03 de julho se apresentando àsquintas e sextas-feiras, e a peça “ALMA”, que estreia em temporada na capital fluminense no dia 05 de julho ficando em cartaz aos sábados e domingos. Ambas acontecem sempre às 19h.

“Chegar aos 15 anos como grupo de teatro independente é uma conquista coletiva, feita de insistência, afeto e criação. Nosso desejo com essa mostra é compartilhar com o público um recorte da nossa trajetória mais recente, em diálogo com o tempo presente”, afirma Ricardo Rocha, um dos fundadores e diretores da Multifoco. Fixada na cidade do Rio de Janeiro, a companhia é formada por mais de 15 artistas trabalhadores da cultura que desenvolvem uma pesquisa continuada entre teatro, dramaturgia física, acrobacia e experimentações visuais. Ao longo desses anos, a Multifoco se consolidou como uma companhia carioca inventiva na criação de obras autorais e ações formativas. E se toda festa de debutante tem seus convidados, nesta a tradição se reafirma – e amplia o público. Compondo sua comemoração, de 12 de julho a 3 de agosto a Multifoco receberá dois trabalhos para o público infantojuvenil aos sábados e domingos. 

Experiência lúdico-sensorial, “Elefante” acontece às 11h30 investigando a viagem de um elefante que se separou de seu grupo em busca do sonho de conhecer o mar. Às 15h é a vez de “Café da Manhã”, que mistura as linguagens da palhaçaria e do circo refletindo o emprego desmedido da inteligência artificial na vida contemporânea, bem como suas implicações no cotidiano dos trabalhadores.

Como se vê, na Multifoco os integrantes se revezam entre as funções do fazer teatral, mastambém acolhem e integram ao seu trabalho o de outros artistas. A atriz Samantha Jones, quetambém é cantora e compositora, já assinou as canções de duas montagens da companhia. “Oprocesso foi tão fluido que é como se a música fosse se compondo sozinha — e eu estivesse ali num trabalho quase de transcrição das sensações que o palco e a ideia inicial me sugeriam. Lembro de ir ao primeiro encontro e sentir que eles sabiam, na medida certa, o que queriam, e pensei: ‘Como é que alguém que sabe tanto o que quer, autoriza tanto o que há de vir?’.

Tomei para mim essas sensações e defino a experiência com uma frase do Lewis Carroll: ‘Cuide dos sentidos, que os sons cuidarão de si mesmos’”, define a multiartista.

“A mostra é uma celebração de 15 anos de trabalho continuado e ininterrupto, que convida o público a conhecer diferentes fases da nossa pesquisa, lugares por onde passamos e que, no final, são parte de uma grande investigação ao longo do tempo, como a verticalização na linguagem circense a partir de um clássico do teatro com ‘ESPERANDO…’, e o universo onírico, o frescor e a jovialidade de ‘ALMA’. São obras que colocam o corpo, a visualidade e o afeto em jogo”, complementa Viviane Pereira, uma das fundadoras e artista da companhia.

Na Multifoco desde sua criação, Bárbara Abi-Rihan salienta sua admiração pelo que chama de potencial pedagógico no trabalho de grupo da companhia. “Para nós, são 15 anos de processo formativo. Considero verdadeiramente que todo esse tempo trabalhando junto com o desenvolvimento da companhia são parte fundamental na minha formação artística. A gente forma a companhia, a companhia forma a gente. Não à toa, um grupo que dá seus primeiros passos com quatro estudantes de teatro, hoje conta com mais de 20 colaboradores regulares. É lindo ver o coletivo crescer – numérica e simbolicamente – e poder acompanhar o crescimento individual de cada um dos artistas que foram chegando para fortalecer essa jornada, artistas educadores em sua maioria expressiva. Não é por acaso o processo de pesquisa artística continuada e a perspectiva pedagógica estarem tão imbricadas”, concluiBárbara.

A mostra também contará com oficinas formativas voltadas a estudantes e artistas, mastambém a crianças e interessados nas linguagens do teatro e da acrobacia contemporânea. A programação completa das oficinas será divulgada em breve nas redes da companhia.

SERVIÇO

“ESPERANDO…”

  • Inspirado em “Esperando Godot”, peça teatral mais conhecida do dramaturgo irlandês Samuel
  • Beckett. Dois sujeitos estão à espera de alguma coisa que nunca aparece. Na total ausência de perspectiva sobre sua chegada, eles preenchem o tempo com o vazio de suas ações sem propósito, numa espera sem fim.
  • Intérpretes: Bárbara Abi-Rihan e Palu Felipe
  • Direção, Cenografia, Iluminação e Trilha Sonora: Ricardo Rocha
  • Direção de Produção: Multifoco Produções Culturais
  • Quando: 3 de julho a 8 de agosto
  • Horário: Quintas e Sextas-feiras às 19h
  • Ingressos: R$ 25 (meia-entrada) / R$ 50 (inteira)
  • Classificação Indicativa: 16 anos
  • Duração: 60 minutos
  • Local: Teatro Futuros | Futuros – Arte e Tecnologia
  • Endereço: Rua Dois De Dezembro, 63 – Flamengo

“ALMA”

Uma reflexão sobre o tempo e a ausência dele. Um jogo narrativo de três atrizes, onde a presença e a metalinguagem trazem à experiência uma visita às próprias lembranças de jovens e adultos. Alma é uma mulher sem tempo, sem pausa, com sono e sonhos atrapalhados pelocaminho. Vive sua rotina acelerada, sempre atrasada. Um dia, se dá conta que sua alma, a metade de si, ficou pra trás. Entre as narrativas de sua memória da infância e uma espera, que lhe permite pausar, se prepara para o reencontro consigo mesma e sua metade.

  • Intérpretes: Bárbara Abi-Rihan, Clarissa Menezes e Viviane Pereira
  • Direção, Cenografia, Iluminação: Ricardo Rocha
  • Direção de Produção: Multifoco Produções Culturais
  • Quando: 5 de julho a 10 de agosto
  • Horário: Sábados e Domingos às 19h
  • Ingressos: R$ 25 (meia-entrada) / R$ 50 (inteira)
  • Classificação Indicativa: Livre
  • Duração: 60 minutos
  • Local: Teatro Futuros | Futuros – Arte e Tecnologia
  • Endereço: Rua Dois De Dezembro, 63 – Flamengo

“ELEFANTE”

Uma experiência lúdico-sensorial conduzida por um narrador – um curioso, um cientista ou um historiador – que investiga a viagem de um elefante que se separou de seu grupo em busca do sonho de conhecer o mar. A peça fala da importância de sonhar e desejar para encontrar seus próprios caminhos e produzir novos futuros. E da beleza a ser desvendada na singularidade e na diversidade.

  • Criação, Dramaturgia e Performance: Flavio Souza
  • Direção de Movimento: Denise Stutz
  • Quando: 12 de julho a 3 de agosto
  • Horário: Sábados e Domingos às 11h30
  • Ingressos: R$ 20 (Meia-entrada) | R$ 26 (desconto GIRO CARD*) | R$ 40 (Inteira)
  • Classificação Indicativa: Livre
  • Duração: 50 minutos
  • Local: Teatro Futuros | Futuros – Arte e Tecnologia
  • Endereço: Rua Dois De Dezembro, 63 – Flamengo

“CAFÉ DA MANHÔ

O Palhaço Tapioca é responsável por cuidar de um teatro. Certo dia ouve a propaganda de um novo eletrodoméstico capaz preparar seu café da manhã em apenas três segundos. O palhaço fica maravilhado com a novidade e decide comprar o produto. Porém, após alguns dias de uso, Tapioca fica assustado ao perceber que CAFEXA, sua cafeteira e assistente virtual, anda fazendo mais coisas do que o seu café da manhã.

  • Dramaturgia: Cássio Duque e Vinícius Mousinho
  • Atuação: Vinícius Mousinho
  • Direção: Cássio Duque
  • Quando: 12 de julho a 3 de agosto
  • Horário: Sábados e Domingos às 15h
  • Ingressos: R$ 20 (Meia-entrada) | R$ 26 (desconto GIRO CARD*) | R$ 40 (Inteira)
  • Classificação Indicativa: Livre
  • Duração: 60 minutos
  • Local: Teatro Futuros | Futuros – Arte e Tecnologia
  • Endereço: Rua Dois De Dezembro, 63 – Flamengo

Cristina Pereira dirige o solo “E o resto é silêncio”, no Teatro Glauce Rocha

Érica Collares

Érica Collares – Foto de Guilhermo Dalchiele

A corajosa e comovente trajetória de Juana Inés de la Cruz, poetisa barroca, filósofa, dramaturga e freira mexicana do século XVII, ganha os palcos com o solo “E O Resto É Silêncio”, sob a direção de Cristina Pereira. A montagem, que estreia no dia 4 de julho no Teatro Glauce Rocha, celebra os 40 anos de carreira de Érica Collares. Em seu primeiro monólogo, a atriz mergulha fundo na história desta mulher perseguida e silenciada por desafiar o sistema patriarcal e religioso de seu tempo. Escrita por Júlio Kadetti, a peça dá nova vida a uma figura histórica que, 300 anos após sua morte, continua referência na luta pela igualdade de gênero.

Intérprete conhecida pela potência cênica, Érica encara o desafio de dar corpo e voz à complexa figura de Juana Inés. “Quase ninguém conhece a história dela, apesar da Juana Inés ser considerada a primeira grande feminista da América Latina. É importante exaltarmos essa figura neste momento de empoderamento feminino, porque lá trás ela lutou para ter uma voz quando as mulheres não tinham direito a ter qualquer opinião. Driblou inquisidores e só não foi parar na fogueira porque tinha uma inteligência fora do comum”, conta a atriz

Conhecida como “A Décima Musa” e “Fênix da América”, Juana foi uma mulher à frente de seu tempo. Transgredindo as normas sociais, chegou a se vestir de homem para estudar e viveu um intenso romance com a vice-rainha Leonor Carreto. Condenada pela Inquisição, teve seus livros retirados, foi presa e silenciada em um convento carmelita até o fim da vida.

A obra fala de liberdade, diversidade, educação e resistência — temas urgentes e universais, levados para a cena pela direção precisa de Cristina Pereira. “Ela tem um amor pelo teatro tão grande, é de uma criatividade impressionante. Acima de tudo, é uma artista de uma generosidade sem tamanho. Fico muito satisfeita que seja ela me dirigindo no meu primeiro monólogo. Sua escuta e empenho são fascinantes”, diz Érica. 

O espetáculo pretende provocar reflexões e reafirmar o papel do teatro como ferramenta de transformação. “Traçamos um panorama da época. Érica faz as vezes de narradora e personagem, e também encarna outros papéis na encenação. Essa dinâmica percorre todo o espetáculo. Juana é uma figura absolutamente ímpar. O texto de Júlio Kadett é poético, especial e rico, e, por isso, oferece várias nuances na interpretação de Érica”, analisa Cristina. 

SINOPSE
Século XVII, Nova Espanha (atual México). Juana Inés de la Cruz, descendente de indígenas, é condenada pela Inquisição e obrigada a viver em silêncio num convento. Lá, revela ao público sua trajetória marcada por batalhas contra o machismo estrutural, amores proibidos e a incessante busca por conhecimento e liberdade. Um espetáculo envolvente, que mistura rigor histórico e poesia cênica, para reviver uma das figuras mais inspiradoras da história.

FICHA TÉCNICA
Texto e dramaturgia: Júlio Kadetti
Direção: Cristina Pereira
Interpretação: Érica Collares
Produção e arte: Guillermo Dalchiele
Direção de movimento: Júlia Franca
Cenografia: Letícia Ponzi
Figurinos: Helena Myara
Trilha sonora: Henrique Bulhões
Realização: Cia. do Além
Assessoria de comunicação: Dobbs Scarpa

SERVIÇO
Espetáculo: E o Resto é Silêncio – Juana Inés de la Cruz
Local: Teatro Glauce Rocha – Sala Murilo Miranda
Endereço: Av. Rio Branco, 179 – Centro, Rio de Janeiro
Temporada: de 4 a 20 de julho
Horários: Sextas e sábados às 19h30 | Domingos às 18h30
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 60
Link ingressos aqui 

Macaé e Rio das Ostras recebem “Têmpora”, espetáculo gratuito com acessibilidade e oficinas

Têmpora

Têmpora Foto de Hugo Tolipan

 

Escrito, dirigido e idealizado pela macaense Simone Kalil, o espetáculo “Têmpora” chega às cidades de Macaé e Rio das Ostras neste final de semana, com apresentações gratuitas e acessibilidade ampliada. As sessões acontecem nos dias 4 e 5 de julho, às 20h, no Teatro Sesi Macaé, e no dia 6 de julho, às 19h, no Teatro Municipal Joel Barcellos, em Rio das Ostras.

A peça aborda temas como relações familiares, ancestralidade, tecnologia e o eterno ciclo da vida, trazendo à cena o cotidiano de uma família que está vivenciando um momento delicado, propiciando uma perspectiva contemporânea e paralelamente sagrada sobre o impacto do tempo em suas vidas.

Como parte da programação, o projeto oferece oficinas gratuitas de “Dança Afro para Iniciantes”, com Jéssica Freitas, e “Interpretação Cênica a partir da Corporeidade Negra”, com Diogo Nunes. Em compromisso com a inclusão e diversidade, 50% das vagas das oficinas são destinadas a pessoas negras, indígenas, PCDs e pessoas trans. Após cada apresentação, haverá um bate-papo com profissionais da área de saúde mental, promovendo um espaço de escuta e diálogo com o público.

Em “Têmpora”, o público acompanha a convivência de três irmãos — uma cientista, um filósofo e um terapeuta holístico — que atravessam um momento crítico em suas vidas. Enquanto a mãe dos personagens, diagnosticada com Alzheimer, permanece em um quarto, em outro cômodo a esposa da cientista enfrenta um parto humanizado de 24 horas. Enquanto os irmãos dialogam, a presença de Iroko, o Orixá do Tempo, simbolizando ancestralidade e continuidade, permeia a narrativa — a figura de Tempo, que também é Deus, é interpretada por uma mulher negra que vai rejuvenescendo e que compartilha o espaço cênico com os outros personagens, mas por meio de uma outra dimensão, trazendo sabedoria através de provérbios africanos.

O espetáculo traz questões atuais, como os efeitos da tecnologia nas relações e na vida, além da ansiedade induzida pela sociedade acelerada. No entanto, apesar de sua densidade temática, a peça é feita com humor, refletindo a vida cotidiana, um texto realista, dentro de uma estética não realista. “É possível se reconhecer na relação entre os irmãos e paralelamente a isso, há a figura onipresente do Orixá do Tempo, nos fazendo refletir sobre a sabedoria ancestral, o significado de família e a influência do tempo na humanidade”, destaca Simone Kalil.

Após estrear no Sesc Tijuca, por meio do edital Sesc Pulsar, a peça realizou temporada em 2024 no Teatro Ruth de Souza e no Parque Glória Maria, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Em 2025, o espetáculo foi contemplado pelo edital PNAB – Fluxos Fluminenses, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, que viabilizou as apresentações em Macaé e Rio das Ostras e incluiu na programação sessões no Teatro Correios Léa Garcia, no Rio de Janeiro, e no Instituto Cultural Cerne, em São João de Meriti.

SERVIÇO

MACAÉ

ESPETÁCULO TÊMPORA

  • Datas: 4 e 5 de julho de 2025 | Horário: 20h
  • Endereço: Teatro Sesi Macaé – Alameda Etelvino Gomes, 155 – Riviera Fluminense II
  • Entrada gratuita | Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
  • Todas as apresentações terão tradução em Libras

OFICINAS GRATUITAS

Dança Afro para Iniciantes, com Jéssica Freitas

  • Data: 5 de julho de 2025 | Horário: 9h às 11h
  • Endereço: Teatro Sesi Macaé – Alameda Etelvino Gomes, 155 – Riviera Fluminense II
  • Público alvo: Pessoas em geral
  • Inscrições: https://shre.ink/xKjZ

Interpretação Cênica a partir da Corporeidade Negra, com Diogo Nunes

  • Data: 5 de julho de 2025 | Horário: 11h15 às 13h15
  • Endereço: Teatro Sesi Macaé – Alameda Etelvino Gomes, 155 – Riviera Fluminense II
  • Público alvo: Atores, atrizes e estudantes de teatro
  • Inscrições: https://shre.ink/xKjs

RIO DAS OSTRAS

ESPETÁCULO TÊMPORA

  • Data: 6 de julho de 2025 | Horário: 19h
  • Endereço: Teatro Municipal Joel Barcellos – Av. Amazonas, s/nº, 2º piso, – Centro
  • Entrada gratuita | Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
  • A apresentação terá tradução em Libras

OFICINAS GRATUITAS

Dança Afro para Iniciantes, com Jéssica Freitas

  • Data: 06 de julho de 2025 | Horário: 9h às 11h 
  • Endereço: Onda – Centro de Formação Artística – Praça José Pereira Câmara, S/N
  • Público alvo: Pessoas em geral
  • Inscrições: https://shre.ink/xKjs

Interpretação Cênica a partir da Corporeidade Negra, com Diogo Nunes

  • Data: 06 de julho de 2025 |Horário: 11h15 às 13h15 
  • Endereço: Onda – Centro de Formação Artística
  • Público alvo: Atores, atrizes e estudantes de teatro
  • Inscrições: https://shre.ink/xKjs

RIO DE JANEIRO

ESPETÁCULO TÊMPORA

  • Datas: 11 e 12 de julho de 2025 | Horário: 19h
  • Endereço: Teatro Correios Léa Garcia.  R. Visc. de Itaboraí, 20 – Centro
  • Entrada gratuita | Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
  • Todas as apresentações terão tradução em Libras 

OFICINAS GRATUITAS – As inscrições para as oficinas no Rio de Janeiro serão abertas em breve no perfil oficial do espetáculo @temporateatro.

SÃO JOÃO DE MERITI

ESPETÁCULO TÊMPORA

  • Data: 27 de julho de 2025 | Horário: 19h
  • Endereço: Instituto Cultural Cerne. Tv. Nogueira – Centro, São João de Meriti
  • Entrada gratuita | Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
  • A apresentação terá tradução em Libras 

OFICINAS GRATUITAS – As inscrições para as oficinas em São João de Meriti serão abertas em breve no perfil oficial do espetáculo @temporateatro.

FICHA TÉCNICA

  • Idealização, texto e direção: Simone Kalil
  • Assistente de produção: Norberto Bacelar
  • Preparação corporal: Cátia Costa
  • Direção musical: Beà Ayòóla
  • Preparação Vocal: Pedro Lima
  • Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal
  • Assistente de Figurino: Manu Lacerda
  • Cenografia: Clarisse Oliveira
  • Elenco: Diogo Nunes, Jefferson Almeida, Jéssica Freitas, Perola Acioly
  • Desenho de Luz: Ademir Lamego
  • Assessoria de Imprensa: Natália Vitória
  • Registro Fotográfico: Hugo Tolipan
  • Operador de som: Cadu Silva
  • Mídias Digitais: Cadu Silva
  • Orientação de acessibilidade: Cris Muñoz
  • Realização: Mabruk Produção Cultural e Artística LTDA

APOIO CULTURAL

Macaé: O Zé Gastronomia, Sítio Restaurante do Gaguinho, Nuvem de Mel, Buraco da Fechadura, Finalmente Bistrô.
Rio das Ostras: Restaurante Sítio do Gaguinho

Dora de Assis estreia “Na Quinta Dor” em 4 de julho no Teatro do Central Cultural da Justiça Federal

Na Quinta Dor

Na Quinta Dor – Foto de Hugo Moura

A experiência de quase morte é o ponto de partida de “Na Quinta Dor”, espetáculo que estreia em 4 de julho no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no Centro do Rio, para curta temporada, com apresentações sextas e sábados, às 19h, até o dia 26 do mesmo mês.

Sob a direção de Joana Dória e Lara Coutinho, a atriz Dora de Assis, que também assina a dramaturgia, visita as memórias de uma vivência dolorosa numa tentativa de reelaborar o que viveu. Em menos de dois meses, no último ano, Dora passou por três internações e duas cirurgias, que deixaram cicatrizes em sua pele e em sua história, que a fizeram repensar a vida e revisitar também suas lembranças escolares, na infância de adolescência, e como professora de artes para turmas de crianças pequenas.

Mas que ninguém espere um espetáculo pesado. Apesar de tratar de um assunto trágico – uma sucessão de situações hospitalares em um curto período de tempo, que teve início com uma amigdalite que se transformou em um abscesso retrofaríngeo, seguida de uma sutura no pé e logo depois, uma apendicite que revelou um câncer no órgão — “Na Quinta Dor” trata desses e outros temas com humor e leveza. A dramaturgia usa a internação, a doença e a quase morte como metáforas para discutir questões mais amplas sobre a condição humana.

Por meio de relatos pessoais, que envolvem a vivência como artista e educadora de arte, e da influência que os acontecimentos hospitalares tiveram diante de sua vida e trabalho, Dora se desdobra em relatos a fim de estabelecer uma relação mais íntima entre o existir, o fazer artístico e o trabalho educacional através do risco, no sentido do ímpeto, como possibilidade única de ação.

Dora sofreu negligência e violência médica. A situação, que já era delicada, se agravou ainda mais. Mas o foco do espetáculo não é esse, mas passa por esse lugar. ‘Na Quinta Dor’ fala, com leveza e humor, sobre os impactos que o corpo sofre e o que permanece nele.

“A cena permite que eu entre em contato com tudo o que eu sofri de uma maneira diferente, não apenas o que aconteceu comigo, mas através de mim e o que estou fazendo com tudo isso. Quis fazer do riso uma arma. O humor pode ser uma estratégia de sobrevivência e de combate à violência, de não querer admitir a derrota. Isso tem a ver com meu trabalho e como minha conduta de vida. A peça fala sobre isso também”, adianta Dora de Assis. “O espetáculo faz um paralelo com a educação, sistema que tem um papel fundamental na formação do indivíduo. Mas que também pode trazer danos que carregamos conosco a longo prazo”, completa.

“Na Quinta Dor” está associada ao Trabalho de Conclusão de Curso de Dora de Assis em Licenciatura em Artes Cênicas. O cenário, uma criação coletiva de toda equipe, é composto por 70 sacos transparentes pendurados, repletos de líquidos e diversos elementos como gaze, esparadrapos e remédios. Ao longo do espetáculo, eles são manipulados e gotejam, remetendo a fluidos como sangue, soro e lágrimas, e à rotina hospitalar. O figurino, idealizado por Rui Cortez e Lucília de Assis — multiartista, integrante do grupo O Grelo Falante, e mãe de Dora —, que, assim como a cenografia, representa o momento conturbado enfrentado pela protagonista: um macacão, costurado com retalhos e apliques variados, simboliza os órgãos vitais, os procedimentos cirúrgicos e as cicatrizes consequentes de todo processo.

Dora de Assis é filha de Alexandre Dacosta e Lucília de Assis, casal de multiartistas conhecidos por seu trabalho em diversas áreas, incluindo teatro, música e artes visuais. Juntos, Alexandre e Lucília criaram a dupla Claymara Borges & Heurico Fidélis, uma sátira ao sucesso convencional que performou em diversos programas de TV, gravou álbum, escreveu livro, fez teatro e exposição de artes visuais. Em 2024, meses antes da internação de Dora, pai, mãe e filha apresentaram, em família, o espetáculo “Felicidade à Venda”, uma reflexão cômica em torno do marketing da venda de fórmulas mágicas de sucesso. Além de Lucília coassinar o figurino de “Na Quinta Dor”, seu namorado Bruno Fidalgo é responsável pela trilha sonora do espetáculo e seu irmão, Tomás Dacosta, escreveu uma das músicas da montagem.

“Eu não acho que sou artista só por causa dos meus pais, mas é muito por eles também, claro, porque, para mim, essa é a única maneira de viver que me foi apresentada. Eles me ensinaram que é possível ser artista não apenas pelo ofício, mas pela oportunidade de fazer da vida uma obra de arte, uma experiência artística. Tem muito mais a ver com a maneira como você experiencia as coisas e se relaciona com as pessoas”, define.

Dora de Assis

Atriz, dramaturga, autora e artista visual. Nos palcos, assina a coautoria do espetáculo “Felicidade à Venda” (2024), dirigido por Natasha Corbelino, no qual também está em cena como atriz, junto de seus pais, Lucília de Assis e Alexandre Dacosta. Autora e atriz da peça “ponto ZER0” (2023-2024), dirigida por Débora Lamm. Seus dois livros, “Poesia Rouca” (2020) e “Lagartixa Sem Rabo” (2025), foram publicados pela Editora Philos. Trabalha como atriz há 11 anos, com sua estreia no cinema no filme “Mate-me Por Favor” (2015), de Anitta Rocha da Silveira. Seus últimos trabalhos no cinema foram como Sandra Pêra em “Homem com H”, de Esmir Filho, como Margarida Guedes Nogueira, uma das protagonistas no longa “Mário de Andrade, O Turista Aprendiz”, de Murilo Salles, e como Daniela em “Adeus, Verão!”, de Diego de Jesus. Na televisão, foi uma das protagonistas de “Malhação: Toda Forma de amar” (2019-2020). Formada em Artes Visuais pela UERJ (2021), com Licenciatura em Artes Cênicas pelo Célia Helena Centro de Artes e Educação (2024).

FICHA TÉCNICA

  • Dramaturgia e atuação: Dora de Assis
  • Direção: Joana Dória e Lara Coutinho
  • Direção de movimento: Henrique Arruda
  • Figurino: Rui Cortez e Lucília de Assis
  • Trilha sonora: Bruno Fidalgo e Tomás Dacosta
  • Luz: Gabriel Rochlin
  • Técnica de palco: Giulia Padovan e Fernanda Cabral
  • Assessoria de imprensa: Catharina Rocha
  • Operador de som: Bruno Fidalgo SERVIÇO
  • Espetáculo: “Na Quinta Dor”
  • Temporada: de 4 a 26 de julho de 2025
  • Apresentações: sextas e sábados, às 19h
  • Local: Centro Cultural da Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241 – Centro. Tel.: (21) 3261-2550
  • Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia).
  • Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 90 min.
  • Instagram@naquintador
  • Operadora de luz: Julia Morais

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