Museu de Arte do Rio comemora 10 anos com abertura da exposição “A Construção do MAR e a Pequena África”

O secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, participou, na tarde desta sexta-feira (31/3), da abertura da exposição “A construção do MAR e a Pequena África”, com mais de cem obras, entre fotografias e vídeos, que relembram fatos importantes da história do Museu de Arte do Rio. A mostra marca o aniversário de 10 anos de fundação do MAR, na Praça Mauá. A festa teve bolo para o público e convidados, distribuição de livros e uma edição especial do projeto Mar de Música, em parceria com o Circo Voador e apresentação da Orquestra Voadora.

– Muito importante lembrarmos de um momento político, aquele abraço coletivo para que o Museu existisse, isso é importante porque coloca instituições como o MAR como ponta de lança tanto para o conhecimento como para garantir a civilização e contrapor a barbarie – afirmou Marcelo Calero, que cortou o bolo ao lado do menino David Piau Bernardo, vizinho ao MAR que mora na Providência e cresceu dentro do museu.

Inaugurado em março de 2013, o Museu de Arte do Rio surgiu da união de dois prédios distintos, que passaram por obras complexas. O Palacete Dom João VI, inaugurado em 1916 e tombado pelo município em 2010, foi submetido a um longo e meticuloso processo de restauro. Um dos maiores desafios da equipe da obra foi unir dois edifícios tão diferentes. A harmonia entre os imóveis foi possibilitada pela cobertura fluida que lembra ondas do mar, uma das características mais marcantes na arquitetura do complexo. Profissionais de diferentes áreas de conhecimento participaram desse processo – arquitetos, carpinteiros, pintores, artistas e administradores.

A exposição apresenta o projeto arquitetônico, as alterações nos edifícios que compõem o museu, as manifestações pela sua permanência e a aproximação do MAR com a comunidade. A mostra tem curadoria do presidente do Conselho Municipal do MAR, Luiz Chrysostomo, e da equipe curatorial do museu formada por Marcelo Campos, Amanda Bonan, Jean Carlos Azuos, Thayná Trindade e Amanda Rezende.

Moradora do morro da Conceição há 40 anos, a vizinha e colaboradora Dona Luziete Fernandes participa há anos das ações do MAR com o território. Um projeto de vizinhos dentro de uma escola de museu.

-Essa foi a primeira grande obra do Porto Maravilha, o primeiro presente no meio do caos das obras que foi isso aqui. Através da Escola do Olhar é que tudo acontece e onde os vizinhos têm contato com o MAR.

O Museu de Arte do Rio teve o desafio de ressignificar seu sentido como espaço de arte e dialogar com a chamada Pequena África desde a sua construção na Praça Mauá. A narrativa da nova exposição que entra em cartaz no MAR conta boa parte dessa história por meio das obras e fotografias de Jaime Acioli, Thales Leite, César Barreto, Giselle Beiguelmann, Ayrson Heráclito, Tia Lúcia, Virgínia de Medeiros, Luiz Baltar, Francisco de Souza, Paula Trope, Yuri Firmeza, Lasar Segall, entre outros

-O MAR é um território de diversidades que desafia a cidade a viver sua diversidade – comentou João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.

Também para comemorar o aniversário, a Biblioteca do MAR realizou o Rolezinho de Livros, distribuindo gratuitamente os principais catálogos e publicações que já passaram pela instituição. Os catálogos foram disponibilizados no térreo do MAR, espaço ambientado e dedicado a se conectar a memória dos visitantes.

-Sinto-me muito privilegiado por fazer parte deste espaço que recebeu, em uma década, mais de cem exposições e 200 mil pessoas, mantendo dez mil itens museológicos, contribuindo para a democratização da cultura com um espaço de pertencimento – disse Raphael Callou, diretor e chefe da Representação da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) no Brasil, que faz a gestão do Museu.

A comemoração teve ainda uma edição especial do projeto “MAR de Música”, com apresentação da Orquestra Voadora. O projeto, criado em 2014, nasceu com o objetivo de aproximar a linguagem musical do espaço do museu e assim unir as artes visuais e a música. Para esta edição, a equipe do Circo Voador assina a curadoria musical do projeto.

Ao todo, já foram realizadas 60 edições do “MAR de Música”, levando aos pilotis do museu mais de 60 mil pessoas. Vários artistas já passaram por ali, entre eles Elza Soares, Diogo Nogueira, Letrux, Linn da Quebrada, o rapper BK, Otto, o grupo Samba Que Elas Querem e Galocantô.

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