“Para provocar inquietação, quis que as pessoas pensassem como a gente pode estar tão perto de ter soluções práticas, verdadeiras e eficazes para as nossas vidas privadas e também coletivas, se a gente conseguir resgatar hábitos tão fundamentais, tão ancestrais, quanto, por exemplo, o bom dormir, o bom sonhar e o bom compartilhar de sonhos”, declara Sidarta Ribeiro na inédita ‘Conversa com o Curador’ realizada na sala expositiva de ‘Sonhos: História , Ciência e Utopia’, do Museu do Amanhã. Devido ao sucesso da mostra, que em quatro meses conquistou mais de 180 mil visitantes, ela foi prorrogada até o dia 27 de maio.
O pesquisador, fundador do Instituto do Cérebro da UFRN e autor de obras como ‘O Oráculo da Noite’ e ‘Sonho Manifesto’ debateu sobre seu processo criativo e como os sonhos podem nos ajudar a enfrentar os desafios do mundo contemporâneo, em uma conversa que misturou neurociência, antropologia, psicanálise e espiritualidade.
“Sonhar gera novas ideias, e novas ideias vêm das ideias antigas que são recombinadas. E o sonho é o estado mental em que isso talvez esteja no seu máximo, essa capacidade de reestruturar memórias para encontrar novos futuros, para construir uma saída para uma solução que aparentemente não tem saída, mas sempre tem. Para construir o futuro, a gente tem que viver o presente”. Com essa provocação, Sidarta convidou o público a repensar o ato de sonhar como um instrumento poderoso de transformação.
O sucesso da exposição se deve à união de elementos artísticos, interativos, imersivos, reflexivos, históricos, científicos e intrigantes. Iniciada pela instalação ‘Labirinto – Somos Descendentes de Sonhadores’, que simula um labirinto com ilustrações, textos e jogos de luz e sombra, a mostra segue para ‘Meditação – Sonhar-criar’, espaço de meditação guiada com almofadas, redes e bancos. Junto à voz de Sidarta Ribeiro, as experiências relaxantes se tornam únicas.
Mais adiante, homenageia-se o trabalho arteterapêutico iniciado pela Dra. Nise da Silveira e, em parceria com o Museu de Imagens do Inconsciente, exibe 18 obras de artistas como Adelina Gomes, Carlos Pertuis, Emygio de Barros e Fernando Diniz que representam o que podemos acessar oniricamente. No setor interativo ‘O Sono é a Cama do Sonho’, jogos, instalações e um painel gráfico mostram as fases do nosso sono e as de animais, além de alertar para escolhas do nosso dia a dia que podem servir de empecilho ao sonhar.
Finalizado por ‘Utopias’, onde há obras produzidas com inteligência artificial generativa e produção de vídeos, a ‘Galeria de sonhos e de grandes sonhadores’, homenageia sonhadores de nossa história como Bertha Lutz, Cacique Raoni, Chico Mendes, Darcy Ribeiro, Dona Ivone Lara, Lélia Gonzalez, Lynn Margulis, Martin Luther King, Nise da Silveira, Paulo Freire, Pepe Mujica e Yoko Ono.
Museu do Amanhã
O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão — idg. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo. Exemplo bem-sucedido de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, o Museu conta com o Banco Santander Brasil como patrocinador master, a Shell, Motiva, por meio do Instituto CCR, e Instituto Cultural Vale como mantenedores e uma ampla rede de patrocinadores que inclui ArcelorMittal, Engie, IBM e TAG. Tendo a Globo como parceiro estratégico e Copatrocínio do Mercado Livre e Águas do Rio, conta ainda com apoio de Bloomberg, B3, Rede D’or, White Martins, EGTC, Caterpillar, Renner, Granado, TechnipFMC e SulAmérica Saúde. Além da DataPrev, Fitch Ratings e SBM OffShore apoiando em projetos com a Lei de Incentivo Municipal, conta com os parceiros de mídia Rádio Paradiso, Rádio Mix, Revista Piauí e Canal Curta ON.
idg
Há mais de 20 anos, o idg atua na gestão e desenvolvimento de projetos culturais, ambientais e educacionais. Une conhecimento, inovação, criatividade e ousadia para dar vida a ideias e contar histórias que provocam reflexões e criam experiências.
Guiado pelo propósito de esperançar futuros possíveis, implementou e gere o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; o Museu das Favelas e o programa CultSP PRO, em São Paulo; e o Paço do Frevo, no Recife. Também é gestor operacional do Fundo da Mata Atlântica, no Rio de Janeiro, e, até o final de 2025, inaugurará o Museu das Amazônias, em Belém.