Clara Santhana. Outras Marias

Musical ‘Outras Marias’ estreia no dia 02 de junho no Sesc Tijuca

por Redação

Depois de viver Clara Nunes nos palcos, Clara Santhana joga luz sobre as Marias que contribuíram para o fortalecimento da mulher na sociedade e na identidade cultural brasileiras. Musical estreia no dia 02 de junho no Sesc Tijuca

Maria é, segundo a mitologia semita, a mulher escolhida por Deus para gerar e criar seu filho, Jesus. Maria é, certamente por isso, um nome popular no mundo e, em especial, no Brasil. Muitas são as Marias que lutaram (e lutam) por fazer valer seus direitos neste país tão desigual. A atriz e cantora Clara Santhana olha para essas mulheres em seu novo espetáculo. Conhecida por personificar Clara Nunes no musical “Deixa Clarear”, que, ao longo de 9 anos, foi visto por mais de 500 mil espectadores, ela evoca agora sete mulheres. São elas figuras históricas como Maria Bonita e Maria Felipa de Oliveira (que lutou na Conjuração Baiana, em 1798) e Marias que tornaram-se divindades em cultos de origem brasileira e matriz africana, como as Marias Molambo, Navalha, Quitéria e a mais conhecida delas, Maria Padilha – amante de um monarca no antigo reino de Castela. Elas têm suas vidas e lutas contadas e cantadas no musical Outras Marias, que estreia no dia 02 de junho no Sesc Tijuca, onde fica até 03 de julho. Patricia Selonk, uma das mais respeitadas atrizes da sua geração, faz com a montagem sua estreia como diretora. A dramaturgia é assinada por Marcia Zanelatto, com quem Clara volta a trabalhar, e a direção musical é de Claudia Elizeu. O projeto foi contemplado pelo edital Sesc RJ de Cultura 2022.

As histórias de vidas dessas Marias sustentam a narrativa que, por sua vez, resulta da costura entre textos falados e cantados. Alguns deles são célebres como “Olha, Maria”, música de Tom Jobim letrada por Vinicius de Moraes e Chico Buarque, e “Saias e cor”, parceria de Ana Costa e Zélia Duncan. Essas canções misturam-se a ladainhas e a pontos e louvores às entidades religiosas, como “Arreda homem” e “Pra ser rainha”, ambos de domínio público. Um dos temas é a inédita “Brinca, Maria”, composta pelo professor Luiz Antônio Simas, um dos mais respeitados estudiosos do samba e da africanidade no país.

Não é somente em cena que as mulheres se fazem presentes. Para este projeto, Clara Santhana fez questão de que a equipe técnica fosse não unicamente, mas majoritariamente feminina. Daí a retomada da parceria com Marcia Zanelatto, autora de “Deixa Clarear”, a aproximação com a diretora musical Claudia Elizeu, o convite à atriz Patrícia Selonk, que estreia como diretora e com quem Clara trabalha pela primeira vez, e a presença da diretora de movimento Cátia Costa, nome de suma importância na gênese do espetáculo.  “Como as mulheres retratadas no espetáculo lutaram por seus direitos e, algumas, foram vítimas de feminicídio, quis ter cabeças femininas auxiliando na concepção e no resultado deste trabalho”, justifica Clara.

A parceria com Selonk coroa uma admiração que remonta ao ano de 2005, quando Clara mudou-se para o Rio de Janeiro para, aos 17 anos, ingressar na Uni-Rio, onde cursou teatro. Desde então, não perdeu uma montagem da Cia Armazém, grupo do qual Selonk é integrante. Uma imagem que ficou na memória da jovem Clara é a da Geni, vivida pela atriz em “Toda nudez será castigada”. “A Patricia é uma referência como atriz. Ela se transmuta a cada montagem e isso é algo que acho incrível no trabalho de um ator. Ela, por ser uma atriz de companhia, acaba por fazer um pouco de tudo e isso faz dela múltipla”, explica Clara, que chama atenção para outra característica, a da cumplicidade: “Justo por ela ser atriz, ela tem um olhar interno de ver por onde vai passar o caminho do ator. Ainda mais no caso desse espetáculo, que é um solo”.

Ficha técnica:

  • Atuação, idealização e pesquisa: Clara Santhana
  • Texto: Márcia Zanelatto
  • Direção: Patrícia Selonk
  • Direção Musical: Cláudia Elizeu
  • Direção de Movimento: Cátia Costa
  • Percussão: Beà Ayòóla
  • Acordeom: Verónica Fernandes
  • Atriz convidada (voz em off): Ilea Ferraz
  • Cenografia: Dóris Rollemberg
  • Iluminação: Daniela Sanchez
  • Figurino: Wanderley Gomes
  • Visagismo: Diego Nardes
  • Arte gáfica: Raquel Alvarenga
  • Fotos arte: João Saidler
  • Fotos cena: Ariel Cavotti
  • Bordadeira: Angela Santtana
  • Assessoria de Imprensa: Christovam de Chevalier
  • Produção Executiva: Nicholas Bastos
  • Direção de Produção: Diga Sim! Produções (Sandro Rabello)
  • Realização: Naine Produções Artísticas
  • Realização SESC/ ARRJ
  • Projeto contemplado no EDITAL SESC RJ DE CULTURA 2022

Serviço:

  • Temporada: de 02 de junho a 03 de julho de 2022
  • Dias e horários: quintas, sextas e sábados, às 19h; domingos, às 18h.
  • Local: Sesc Tijuca. Teatro 02 (Rua Barão de Mesquita, 539. Tijuca Tel: 4020-2101)
  • Ingressos: grátis (PCG), R$ 7,50 (Credencial Plena), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira)
  • Funcionamento bilheteria: de terça a domingo, de 9h às 19h
  • Classificação indicativa: 12 anos
  • Duração: 60m
  • Lotação: 44 lugares

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