NARA – A MENINA DISSE COISAS

Musical sobre Nara Leão volta ao Rio de Janeiro

O musical NARA – A MENINA DISSE COISAS fará única apresentação em Niterói, dia 10 de fevereiro, às 20h, no Centro Petrobras de Cinema. Em cena, Aline Carrocino e Marcos França revivem personagens marcantes em texto de Hugo Sukman e do próprio França

por Redação

O Brasil conheceu uma cantora que foi popular e contundente  – quando unir tais características era possível. E influente, quando isso não era medido por likes ou views. E plural, como outras só seriam nos anos 1990. E corajosa, tanto por dar voz a canções que criticavam as mazelas do país quanto por suas declarações, muitas delas contra o governo militar de então. Essa cantora, única por ser tão multifacetada, era Nara Leão, que saiu de cena em 1989, após lutar por anos contra um aneurisma. Nara volta a ter sua vida contada (e cantada) no teatro. “Nara – A menina disse coisas”, musical escrito pelo jornalista Hugo Sukman em parceria com o diretor e ator Marcos França, volta a Niterói, onde cumpriu temporada em 2018, para única apresentação em fevereiro. A personagem é vivida por Aline Carrocino, também produtora do projeto, idealizado pelo jornalista Christovam de Chevalier. Aline divide a cena com França, que personifica os papéis masculinos, e mais cinco músicos. A montagem, com direção artística de Priscila Vidca e musical de Guilherme Borges, foi selecionada pelo edital Retomada Cultural 2, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro para apresentação, dia 10 de fevereiro, às 20h, no Centro Petrobras de Cinema (Sala Nelson Pereira dos Santos).

O texto aborda momentos marcantes da vida da artista entremeando-os com mais de 15 canções, todas significativas do seu repertório. O ponto de partida é um show de Carlos Lyra em idos dos anos 80, quando o cantor é surpreendido pela presença de Nara na platéia. Ela sobe ao palco e, na hora de cantar, tem um dos seus lapsos de memória, cada vez mais comuns. Essa característica é o artifício para a primeira das muitas mudanças de tempo na trama. E a vida da cantora começa a ser esmiuçada, sem, contudo, seguir uma ordem cronológica. Entre as passagens, sua emancipação aos 16 anos, seu encontro com Ronaldo Bôscoli, com quem romperia relações em seguida (e consequentemente com a bossa nova), a descoberta do tumor, sua aproximação do samba de morro, das canções de protesto, da Tropicália e o exílio na França, de onde, volta apaziguada com a bossa nova e com outros clássicos do cancioneiro brasileiro, os quais visitaria já consagrada.

Nara tinha o hábito de anotar alguns de seus sonhos num caderno. E parte desses registros também foi usada pelos autores, que os costuram a declarações da artista, muitas delas à grande imprensa, além de fontes outras como o poema escrito por Carlos Drummond de Andrade para a cantora – e do qual os autores tiraram o título para o musical. Drummond é, aliás, um dos muitos personagens interpretados por Marcos França, que dá voz também ao pai de Nara e a nomes como Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, entre outros tantos.

E as dualidades enfrentadas por Nara estão todas ali. Talvez a principal delas seja entre a figura humana e a persona artística. “Não sou musa de nada!”, declara num dado momento. E em se tratando de um musical, as canções são peças-chaves. O roteiro inclui temas como “Primavera” (Lyra e Vinicius), “Carcará” (João do Vale, do emblemático show “Opinião”), “Se é tarde me perdoa” (Lyra e Bôscoli) e canções daquele que foi o compositor mais presente no repertório da intérprete: Chico Buarque. São músicas como “João e Maria”, “Soneto”, “História de uma gata” (do musical “Os saltimbancos”) e, claro, “A banda”, a primeira das muitas canções que gravaria do autor. O compacto com essa música, vale dizer, vendeu 50 mil cópias – feito que desbancou Frank Sinatra na época.

Desbancar o cantor favorito de Bôscoli foi apenas um dos muitos feitos de Nara Leão. Uma cantora que abriu portas para suas colegas de geração e às vindouras. Uma mulher que não se deixou calar ou abater – nem nos seus momentos finais. Se alguém perguntar por ela, é só dizer que está logo ali, no Teatro Ipanema.

ROTEIRO MUSICAL

Você e eu (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)

Primavera (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)

Desafinado (Tom Jobim / Newton Mendonça)

Deus vos salve esta casa santa (Caetano Veloso / Torquato Neto)

Lindonéia (Caetano Veloso / Gilberto Gil)

Se é tarde me perdoa (Carlos Lyra / Ronaldo Bôscoli)

Cabra macho (Guto / Mariozinho Rocha)

Como será o ano 2000? (Padeirinho)

Little boxes (Malvina Reynolds / versão Nara Leão)

Opinião (Zé Keti)

Vence na vida quem diz sim (Chico Buarque / Ruy Guerra)

A banda (Chico Buarque)

Soneto (Chico Buarque)

Carcará (José Cândido / João do Vale)

João e Maria (Chico Buarque / Sivuca)

Mambembe (Chico Buarque)

A saudade mata a gente (Antônio Almeida / João de Barro)

História de uma gata (Luis Enrìquez Bacalov / Sergio Bardotti / adaptação Chico Buarque)

Além do arco-Íris (Harold Arlen / E.Y.Harburg / versão Nara Leão)

Diz que fui por aí (Hortênsio Rocha / Zé Keti)

EQUIPE TÉCNICA

Idealização: CHRISTOVAM CHEVALIER

Dramaturgia: HUGO SUKMAN e MARCOS FRANÇA

Direção: PRISCILA VIDCA

Direção Musical: GUILHERME BORGES

Elenco: ALINE CARROCINO & MARCOS FRANÇA

Músicos: RALPHEN ROCCA (violão/guitarra), GUILHERME BORGES (teclado), ERICK SOARES/VICTOR GONÇALVES (sopros), DAVID NASCIMENTO (Baixo Acustico), LEO BANDEIRA (Bateria)

Iluminação: PAULO CÉSAR MEDEIROS Cenário: PATI FAEDO

Figurino: PAULA STRÖHER

Desenho de som: BRANCO FERREIRA

Assessoria de Imprensa: CHRISTOVAM CHEVALIER

Fotografia: JANDERSON PIRES

Produção Executiva: IGOR VELOSO

Direção de Produção: ALINE CARROCINO (Alce Produções) & MARCELO AOUILA (Essegaroto Aouila)

Realização: ALINE CARROCINO & GUILHERME BORGES

SERVIÇO

 

Apresentação:  dia 10 de fevereiro (sexta-feira), às 20h no Centro Petrobras de Cinema – Sala Nelson Pereira dos Santos (Av. Visconde do Rio Branco, 133, São Domingos, Niterói)

Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

Duração: 70 minutos

Classificação indicativa: 12 anos

Você pode gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceito Leia mais

Share via