Fechando o Mês da Consciência Negra, o espetáculo “Ninguém sabe o meu nome” retorna ao Rio de Janeiro para uma curtíssima temporada de 29 de novembro a 15 de dezembro no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Idealizada por Ana Carbatti, que assina a dramaturgia com Mônica Santana, a montagem com direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti foi aclamada por público e crítica em diversos estados do Brasil, trazendo na bagagem indicações a prêmios. Tendo como ponto de partida o dilema de uma mãe preta ao falar sobre o racismo com o filho, em cena a atriz se multiplica em muitas vozes para trazer ao palco reflexões sobre os códigos racistas já implícitos em nossa sociedade, bem como seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparação.
“É lindo e muito emocionante retornar ao Rio, é como voltar para casa! Este projeto nasceu de reflexões muito pessoais, e foi construído com uma equipe que se tornou uma família. Como uma aldeia. E todo mundo sabe como é difícil manter um espetáculo teatral no nosso país. A resposta do público e da mídia que recebemos até hoje é um privilégio. E a gente não para de fazer novos planos para a peça, que se realimenta a cada temporada, a cada teatro que a gente visita, em cada cidade munida de suas peculiaridades, porque ele se realiza com a presença do público, mesmo. Estou com uma expectativa muito positiva pra essa temporada”, entusiasma-se Ana, indicada ao Prêmio Shell e Prêmio APTR por sua performance.
A peça começa quando a personagem acorda de um pesadelo onde ocorre o desaparecimento do menino. A partir daí, começa a questionar sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe. Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, falando através de todos os seus sentidos. Usando o humor, a peça provoca engajamento e empatia e procura conscientizar o público da dívida histórica que se tem para com a população preta e a necessidade de reparação, combatendo ainda o racismo estrutural. Para a diretora Isabel Cavalcanti, é urgente falar sobre o racismo no Brasil e sobre a violência sofrida pelas pessoas pretas, que compõem a maioria da população do Brasil – primeiro país do mundo com maior população preta fora do continente africano.
“É fundamental repensar a história brasileira e promover esse debate no teatro, onde ainda é possível estabelecer um diálogo amoroso”, declara Isabel. “Como artista e como mulher negra em plena atividade eu fico muito contente de estar, de alguma forma, contribuindo para a construção de uma sociedade inclusiva. O Mês da Consciência Negra é um espaço pra se lembrar do quanto esse país precisou da presença negra para se constituir. Enquanto eu puder e enquanto me for dado espaço, eu quero estar ali, no palco, sendo motor dessa lembrança”, complementa Ana Carbatti. Imbuída do intuito de partilhar as descobertas da cena e partindo de um objeto não dramático, a atriz oferece a oficina de teatro gratuita “Meu corpo: ação e emoção teatral” no dia 07 de dezembro, das 14h30 às 18h30, no próprio teatro onde se apresenta com a peça.
A atriz e idealizadora reitera, contudo, que a intenção da montagem nunca foi constranger ninguém. “O barato é que o espetáculo fala pra todo mundo. Algumas pessoas não negras me dizem que se sentem envergonhadas. Eu não faço esse espetáculo pra isso, lógico que não! Mas eu entendo que essa sensação ajuda a se colocar numa posição que vai além da contemplação, além da resignação. E é disso que nós precisamos para mudar o caminho. As pessoas pretas veem suas histórias repetidas ali, se sentem acolhidas, representadas, e encontram espaço de expressão. Já as brancas abrem suas escutas e reconhecem seus lugares de privilégio, se fazem perguntas que nunca haviam feito antes. Então, eu fico com a impressão que a sociedade, como um todo se sente, contemplada”, comemora Ana.
Além de 10 cidades no estado do Rio de Janeiro, a montagem já passou por Belo Horizonte (MG), Passo Fundo (RS), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Salvador (BA). “O espetáculo mantém sua estrutura original, mas ele tem essa coisa linda que só o teatro carrega de acontecer no momento presente, na presença da relação entre ator e público. Então, sinto que a peça muda sempre, porque a resposta e a interação do público é 50% do que faz desse espetáculo o acontecimento que ele é”, finaliza Ana Carbatti.
FICHA TÉCNICA:
Idealização, Texto e Pesquisa: Ana Carbatti
Dramaturgia: Mônica Santana
Direção Artística: Inez Viana e Isabel Cavalcanti
Elenco: Ana Carbatti
Direção Musical: Vidal Assis
Direção de Movimento: Cátia Costa
Cenografia: Tuca Mariana
Figurinos: Flávio Souza
Design de Luz: Flávia Mantovani e Lara Cunha
Operadora de luz: Thayna Maciel
Operador de som: Marco Agrippa
Operador de vídeo: Alex Nanim
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação
Direção de Produção: Aliny Ulbricht
Coordenação de Produção: Ana Carbatti Produções e Artes
Produção: Raissa Imani
Co-Produção: Kawaida Produção Cultural
SERVIÇO:
- Temporada: 29 de novembro a 15 de dezembro de 2024
- Horário: 6ª feira e sábado, às 20h; Domingo às 19h
- Ingressos: R$ 25 (meia-entrada) / R$ 50 (inteira)
- Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto
- Endereço: Rua Humaitá, 163 – Humaitá – Rio de Janeiro
- Tel.: (21) 2535-3846
- Classificação Indicativa: 12 anos
- Duração: 80 minutos
- Instagram: @ninguemsabemeunome_
Musical Natal Mágico comemora 10 anos no Teatro Claro Mais SP
O Teatro Claro Mais SP será transformado num mundo de fantasia a partir do próximo dia 7 de dezembro, para receber o musical Natal Mágico, uma megaprodução do diretor italiano Billy Bond, que há dez anos encanta toda a família. O espetáculo, que reúne personagens amados pelo público e uma trama que mistura tecnologia e muita emoção, tem apresentações de 7 a 22 de dezembro de 2024.
A versão 2024 da peça traz uma nova dinâmica à história e promete fazer a plateia vivenciar momentos de magia em aventuras hipnotizantes e muitos efeitos especiais. Billy Bond é considerado o maior diretor de musicais em atividade no Brasil, responsável por produções como After de Luge, Rent, A Bela e A Fera, Les Miserables, O Beijo da Mulher Aranha, O Mágico de Oz, Um dia na Broadway, Peter Pan, Branca de Neve, entre muitas outras.
Efeitos especiais
Com o chamado efeito 4D, as pessoas sentirão os efeitos climáticos das cenas, com direito a ventanias e até cheiros. “O público será levado para a Magia do Natal, o que irá mexer com a imaginação das crianças”, afirma o diretor Billy Bond.
Os efeitos especiais não param por aí. Além de projeções em 3D, há movimentos de cenário controlados por computadores e uma iluminação diferenciada. “Nosso objetivo é dar um upgrade moderno no espetáculo. Misturar cinema, teatro e show. Acho que o teatro merece essa renovação tecnológica. É até mesmo uma maneira de interagir com o público, principalmente as crianças”, diz Bond.
A montagem conta com 32 atores cantando ao vivo, entre eles 10 crianças, totalizando 70 personagens, 200 figurinos, 5 cenários e Leds de altíssima definição, tudo para compor o plano de fundo dessa época mágica.
O espetáculo
O espetáculo “Natal Mágico” retrata essa época de renovação e esperança. O musical começa com a saída do Papai Noel da Lapônia, em um trenó, para ir ao encontro de três crianças no Brasil: Nesta nova megaprodução, Papai Noel volta para realizar um sonho de Clarinha e Felipe que, por ventura, acabam lhe mostrando valiosas lições de fraternidade e amor. Clarinha solicita em sua cartinha ao bom velhinho que seu irmão se interesse e participe deste universo
Cartinha de pedidos
Os atores cantam ao vivo no espetáculo que narra a saída do Papai Noel da Lapônia em um trenó para ir ao encontro de uma família no Brasil. Em cartinha ao Papai Noel, os irmãos Clarinha e Felipe revelam seus desejos ao bom velhinho. Clarinha pede para conhecer as princesas de suas fábulas preferidas além de querer cantar e dançar com Frozen, enquanto o garoto gostaria de encontrar seus super-heróis. No desenrolar da história, Papai Noel realiza o sonho de ambos.
A partir daí, uma série de quadros musicais leva os pequenos ao mundo encantado das princesas – a Bela Adormecida, Rapunzel, Branca de Neve, Cinderela, a rainha Elza e seu inseparável Olaf (Frozen) – e dos super-heróis – Batman, Mulher Gato, Homem-Aranha, Super-Homem e O Incrível Hulk. As crianças também irão passear pela misteriosa Fábrica de Brinquedos do Papai Noel e assistir à clássica dança dos Papais Noéis espelhados em um encantador presépio ao vivo. Nesta trajetória, eles participam, ainda, do baile das princesas e seguem o caminho dos Três Reis Magos até a manjedoura, vivenciando o espírito do Natal.
A encenação insere as crianças em aventuras por histórias clássicas e personagens que ganham vida em uma narrativa lúdica com Batman, Homem-Aranha e Super-Homem, entre outros super-heróis que irão lutar para salvar o mundo numa jornada eletrizante.
“As crianças da plateia ficam loucas com a dança os ursinhos, realizada com bonecos confeccionados em dois metros de altura, ao som do tema de O Quebra-Nozes, de Tchaikovsky, e o presépio ao vivo“, conta Andrea Oliveira, diretora de produção. “A nova versão traz mais dinâmica à história com a proposta de levar a plateia a embarcar em aventuras hipnotizantes, embaladas por efeitos especiais”, diz Billy.
A montagem, com figurinos, cenários, máquinas e equipamentos multimídia, lota 3 carretas de 40 pés. Além disso, um painel de leds de altíssima definição, utilizado em grandes centros culturais de Nova York e Londres, é um dos recursos para compor o pano de fundo dessa época mágica e resgatar a esperança do Natal, junto com os principais personagens das histórias infantis.
Ficha Técnica
- Papai Noel: Marcio Yacoff
Atores cantores:
- Cidinho
- Joana Lapa
- Luiza Lapa
- Quéren Raquel
- Thiago Perticarrari
Crianças:
- Clarinha Jordão
- Felipi Cepeda
- Laura Albuquerque
Bailarinas:
- Amanda Flowers
- Axila Felix
- Carla Reis
- Carolina Verzolla
- Fernanda Perfeito
- Gabriela Hage
- Luciana Romani
- Mayla Betti
- Rafaela Oliveira
- Tabata Cristina
- Thais Coelho
Bailarinos acrobatas:
- Gustavo Pereira
- Hudson Ramos
- Italo Rodrigues
- Léo Souza
- Lyoha
- Vinicius Cosant
- Vitor Vieira
Figurinos:
- Carlos Alberto Gardin
- Feliciano San Roman
Assistência de figurinos:
- Reinaldo Gulart
- Alice Gardin
- Fernanda Versolatto
Realização de figurinos:
- Anna Cristina Cafaro Driscoll
- Benedita Calistro
- Hilda de Oliveira
- Israel Alves
Assistência na realização de figurinos:
- Dalva Albertina dos Santos Lima
- Célia Calistro
- Cida Calistro
Camareiras de figurinos:
- Tereza de Jesus Catalani
- Lucy Coutinho
Aderecistas:
- Silvio Galvão
- Inês Sacay
Transporte de figurino:
- Amilton Rodrigues de Carvalho
- Caio Bragha
Makes e caracterização:
- Westerley Dornellas
Maquiadores e cabeleireiros:
- Marcos Ribeiro
- Danilo Mazzuca
- Tatiana Mendes
- Carol Chin
- Elaine Ferreira da Silva
- Naraya Pontes
- Yara Casasola
- Saraça Maejima
- Reinaldo Kiwii Canashiro
Perucas e postiços:
- Feliciano San Roman
Cenografia:
- Marcelo Larrea
Assistente de cenografia:
- Gabriel Neves
Produtor de cenografia:
- Fabio Vizotto
Assistente de produção de cenografia:
- Tânia Vizotto
- Adaptação: Billy Bond e Lilio Alonso
- Diretor geral de dramaturgia: Billy Bond e Andrew Mettine
- Direção de cena: Marcio Yacoff
- Coreografia: Italo Rodrigues
- Direção vocal: Luiza Lapa
- Direção Musical: Bond e Villa
- Diretor técnico: Isaac Tibúrcio
- Designer de som: Paul Gregor Tancrew
- Designer de luz: Paul Stewart
- Efeitos especiais: Gabriele Fantine
- Filmes e animações: George Feller e Lucas Médici
- Mapping: Nicolas Duce
- Fotos: Bianca Tatamiya
- Direção de Produção: Andréa Oliveira
- Direção Geral: Billy Bond
Serviço
Natal Mágico
- Temporada: 7 a 22 de dezembro
- Aos sábados e domingos, às 17h30.
- Dias 8, 5 e 22 tem sessões extras às 11h30 da manhã.
- Teatro Claro São Paulo – Rua Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia, São Paulo – SP.
Ingressos:
Plateia Papai Noel – R$ 125,00 e R$ 250,00 / Plateia Renas – R$ 110,00 e R$ 220,00 / Balcão Princesas – R$ 100,00 e R$ 200,00 / Balcão Heróis – R$ 80,00 e R$ 160,00 / Natal Popular – R$ 37,50 e R$ 75,00
Capacidade: 803 lugares
Classificação: Livre
Duração: 120 minutos
Grupo Lunar de Teatro apresenta Escola de Mulheres – Uma Sátira ao Patriarcado em duas sessões acessíveis
O Grupo Lunar de Teatro faz uma crítica ao machismo limitante na comédia musicada Escola de Mulheres – Uma Sátira ao Patriarcado, uma livre adaptação ao clássico escrito em 1662 pelo dramaturgo francês Molière (1672-1673).
O espetáculo, dirigido e adaptado por Suzana Muniz com música e letra de Mau Machado, faz duas apresentações em São Paulo, no CCSP, dentro da Mostra Lizette Negreiros em dezembro:
Dia 3 de dezembro: leitura musicada do espetáculo com roteiro adaptado para pessoas com deficiência visual;
Dia 4 de dezembro: apresentação do espetáculo com intérprete de libras.
Escola de Mulheres – Uma Sátira ao Patriarcado estreou em agosto de 2023 e já cumpriu duas temporadas na capital paulista, além de ter sido apresentado em festivais. A atividade de acessibilidade do dia 3/12 no CCSP é parte da nova temporada de circulação, possível graças ao edital Lei Paulo Gustavo SP nº 20/2023 – Difusão Cultural.
O elenco traz Ana Clara Fischer, Angelina Miranda, Elvis Zemenoi, Mau Machado, Pamella Bravo, Suzana Muniz, Tom Freire e Vitor Ugo. O espetáculo ainda tem preparação vocal de Ana Clara Fisher, cenografia de Vitor Ugo, figurinos de Daíse Neves, máscaras de Rafael Mariposa e iluminação de Dida Genofre.
A montagem do Grupo Lunar altera a narrativa do texto original, escrito e encenado no século XVII, para as vozes femininas atuais, devolvendo à protagonista a escrita de seu próprio destino. Inês, assim como no texto original, é uma jovem inocente destinada a casar-se com Arnolfo, um velho burguês que a escolheu quando ela ainda era uma criança e a educou para ser uma esposa submissa e dependente.
Entretanto, diferente da história original, nesta versão, quando a jovem chega na idade de se casar, um sonho a desperta para um caminho alternativo àquele arquitetado por seu suposto benfeitor.
A história é contada a partir da a fusão de referências da cultura europeia do século XVII e dos tipos clássicos da Commedia Dell’Arte com influências do folclore popular brasileiro e de tradições afro-brasileiras, como elementos carnavalescos e rituais de divindades, como a Pombagira, representando sensualidade e libertação feminina.
O espetáculo tem como base a linguagem de coro cênico, na qual o elenco permanece no palco durante a peça compondo imagens, jogando com a cena e tocando ao vivo. As canções da peça misturam influências renascentistas com raízes, composições e arranjos brasileiros, buscando a união entre o lírico e o popular. Cantadas e tocadas ao vivo, elas provocam uma reflexão além da sátira, tornando-se um elemento fundamental ao compor um alerta crítico sobre o patriarcado, fazendo a ponte da história com os tempos atuais.
Grupo Lunar de Teatro
O Grupo Lunar de Teatro foi idealizado em 2018 por Suzana Muniz – atriz, diretora e produtora – e Mau Machado – ator e músico. Ambos fizeram trabalhos relevantes junto a diretores conceituados no cenário teatral paulistano.
Como parte de sua pesquisa cênica, a dupla ministrou cursos de corpo e voz na Oficina Cultural Oswald de Andrade (2018) e na SP Escola de Teatro (2020) e foi responsável pela preparação do coro da peça “Condomínio Visniec”, com direção de Clara Carvalho. Por este trabalho a dupla ganhou, em 2020, o 20º Prêmio Cenym de Teatro de Melhor Preparação Corporal.
Em 2021, foi lançada a peça audiovisual surrealista “O Homem do Besouro”, com elenco provenientes de oficinas ministradas pela dupla e a participação especial de Mariana Muniz como a voz da narradora. A dupla também desenvolveu, em 2020, dois projetos musicais online com músicas autorais de Mau Machado e direção de roteiro de Suzana Muniz: “Senhores do Tempo” para os miniconcertos virtuais do #coraluspemcasa e “Enquanto a Minha Sombra Valsar”, ambos disponíveis no Youtube do Grupo Lunar de Teatro.
No início de 2022 o Grupo Lunar de Teatro ganhou o edital de chamamento para residência artística no Teatro de Incêndio, onde desenvolveu uma pesquisa de coro cômico sobre a dramaturgia de Molière que resultou no espetáculo Escola de Mulheres – Uma Sátira ao Patriarcado e em sua versão pocket, Opereta Lunar, de música e poesia, apresentada no Festival Jornadas – Novo Anhangabaú em janeiro de 2023.
O espetáculo teve sua abertura de processo em outubro de 2022 na SP Escola de Teatro, realizou sua temporada de estreia no Teatro Itália Bandeirantes em agosto de 2023, participou dos festivais Satyrianas e Festival Nacional de Teatro de Cidade Vitória em outubro/2023 e em novembro do mesmo ano finalizou sua segunda temporada em São Paulo, no Espaço Parlapatões.
Ficha Técnica
- Texto: Molière
- Idealização: Suzana Muniz e Mau Machado
- Direção geral e adaptação: Suzana Muniz
- Direção musical, música e letra: Mau Machado
- Arranjos: Grupo Lunar de Teatro
- Elenco: Ana Clara Fischer, Angelina Miranda, Elvis Zemenoi, Mau Machado, Pamella Bravo, Suzana Muniz, Tom Freire e Vitor Ugo
- Preparação vocal: Ana Clara Fischer
- Preparação corporal de Commedia Dell’Arte: Flávia Bertinelli
- Preparação corporal de coro cênico: Mau Machado e Suzana Muniz
- Consultoria de tradições afro-brasileiras: Claudia Alexandre
- Consultoria de acessibilidade: Gean Marchesine
- Cenografia e elementos cênicos: Vitor Ugo
- Máscaras: Rafael Mariposa
- Figurino: Daíse Neves
- Luz: Dida Genofre
- Operação de luz: Dida Genofre e Jessica Estrela
- Fotos: Ronaldo Gutierrez
- Identidade Visual: Mau Machado
- Registro de vídeo: Isa Baptista
- Assessoria de imprensa: Pombo Correio
- Coordenação de produção: Suzana Muniz
- Direção de Produção: Marcela Horta
- Produção Executiva: Safira Santos
- Realização: Grupo Lunar de Teatro
Serviço
Escola de Mulheres – Uma Sátira ao Patriarcado
- Classificação: 12 anos
- Duração: 90 minutos
- Entrada gratuita
- São Paulo – Centro Cultural São Paulo
- Espaço Cênico Ademar Guerra
- Rua Vergueiro, 1.000
- Dia 3 de dezembro: leitura musicada do espetáculo com roteiro adaptado para pessoas com deficiência visual;
- Horário: 19h
- Dia 4 de dezembro: apresentação do espetáculo com intérprete de libras.
- Horário: 19h
- A peça é livremente inspirada na obra literária ‘A Guerra do Fim do Mundo’, de Mario Vargas Llosa e estreia no Sesc Vila Mariana
Artistas do Brasil e do Japão estreiam espetáculo inspirado em livro sobre a Guerra de canudos
Diante do avanço das IAs (inteligências artificiais) e do surgimento de guerras em todo o mundo, faz-se necessário questionar: o que é o ser humano e para onde a humanidade está caminhando? E este é justamente um dos cernes de Saudade na Miragem, com direção e dramaturgia do japonês Hiroshi Koike, que tem sua temporada de estreia no Sesc Vila Mariana, de 30 de novembro a 15 de dezembro, com apresentações de quarta a sábado, às 21h; e aos domingos, às 18h.
O espetáculo questiona a relação entre religião, espiritualidade, conflito, e a ambivalência da justiça, propondo uma visão do futuro inspirada pelo livro A Guerra do Fim do Mundo, de Mario Vargas Llosa, que se debruça sobre a Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia, entre 1896 e 1897.
Danilo Dal Farra, Eduardo Okamoto, Fernando Lufer, Jéssica Barbosa, João Guisande, Júlio Lorosh, Paulo Sokobauno e Yana Piva compõem o elenco de artistas do Brasil, enquanto Jinya Imai e Ichiya Nishikawa são artistas japoneses que integram o time. Os artistas do Brasil foram selecionados a partir de uma audição que contou com 384 inscrições.
“Movido pela arte do encontro, o Sesc recebe a estreia de Saudade na Miragem, do diretor Hiroshi Koike, cuja presença se dá a partir da longeva parceria com a Fundação Japão São Paulo, dando início às celebrações dos 130 anos do tratado de amizade entre Brasil e Japão, reverberando tanto a pluralidade da cultura japonesa quanto desdobramentos próprios das relações interculturais”, afirma Luiz Deoclecio Massaro Galina, diretor do Sesc São Paulo.
Projeto Firebird
O espetáculo faz parte do projeto Firebird e faz residência no CPT – Centro de Pesquisa Teatral. A iniciativa lançada em 2022, que busca refletir sobre o futuro do mundo a partir de diferentes culturas, propõe a criação e colaboração entre artistas e músicos de diferentes origens da Ásia, Europa e América do Sul.
“O objetivo do projeto é sugerir a coexistência e celebrar as diferenças. Ser capaz de imaginar a coexistência é mais importante do que nunca, neste momento que o mundo está mudando rapidamente e enfrenta uma crise que afeta todo o planeta Terra. Firebird é um projeto para imaginar o renascimento humano diante do caos, da guerra e da destruição”, explica Koike.
A cada ano, o projeto cria uma nova performance dirigida por Koike em um desses lugares. O primeiro trabalho surgiu na Polônia, em 2022, e trouxe à cena uma versão do romance “Kosmos”, de Witold Gombrowicz. Em 2023, a segunda etapa se inspirou no clássico grego, a “Odisséia”, de Homero, com artistas na Malásia. Agora temos a estreia no Brasil e a última montagem será no Japão, em 2025.
A montagem no Brasil é o terceiro trabalho do projeto e discute o tema “Destruição e Nascimento – Como poderemos seguir como seres humanos?”. Aqui, a iniciativa conta com o apoio da Fundação Japão, produção da Périplo e realização da Hiroshi Koike – Bridge Project e do Sesc em São Paulo.
O diretor Hiroshi Koike conta que escolheu o Brasil para a coprodução porque já havia trabalhado com artistas brasileiros na década de 2000 e, a partir dessa experiência, sentiu uma profunda afeição pela cultura brasileira e pela coexistência no país entre pessoas de diferentes etnias e grupos.
“O Brasil é realmente o país mais avançado do mundo no processo de se tornar multicultural e multiétnico. O Japão está próximo do exato oposto. A sociedade brasileira define a diversidade em pessoas, cultura e filosofia. O que vemos no país pode ser uma pista para a direção da humanidade à medida que nos tornamos mais diversificados e globalizados. Eu queria criar com artistas brasileiros na terra e na cultura onde artistas como Glauber Rocha, Cartola e Sebastião Salgado viveram. Fui fortemente influenciado e inspirado por sua ousadia”, relata o diretor.
O caminho leva a uma compilação de todos esses trabalhos para criar uma nova obra, que será apresentada em Kyoto e Tóquio, no Japão, em 2025.
Revisitando Canudos
Saudade na Miragem é inspirado na Guerra de Canudos, conflito armado que ocorreu no interior da Bahia, entre 1896 e 1897. Na ocasião, o exército brasileiro, pressionado por latifundiários da região, dizimou milhares de pessoas lideradas pelo peregrino Antônio Conselheiro, que buscava uma salvação milagrosa para a grave crise econômica, social e hídrica enfrentada pela população.
O espetáculo se passa no futuro, de onde falam pessoas mortas, o que permite um trânsito de tempos e uma combinação de realidades que inclui passado e presente, sem a necessidade de situar geograficamente ou de muita especificidade. Nesse sentido, a Guerra de Canudos, ou o livro de Mario Vargas Llosa, A guerra do fim do mundo, interessam mais pela narrativa épica, que é um tema perseguido por Hiroshi em todos os espetáculos do projeto Firebird.
O espetáculo não se propõe a resgatar fidedignamente o episódio histórico, mas lança um olhar para esse evento como um espelho das lutas contemporâneas, interligando questões como a memória coletiva, a dor e a regeneração. A ideia é reimaginar de forma criativa a obra e os personagens de Mario Vargas Llosa em “A Guerra do Fim do Mundo”.
Sobre a escolha dessa história, o diretor Hiroshi Koike comenta: “Para os brasileiros, a Guerra de Canudos é um evento que representa um profundo desconforto, como um osso atravessado na garganta. Da mesma forma, a Guerra do Pacífico, o terremoto de Tohoku em 2011 e o acidente na usina nuclear de Fukushima devem ser sempre questionados pelos japoneses. Por que tudo isso aconteceu? Nesse sentido, Canudos não é um problema distante, mas uma possibilidade que pode ocorrer em qualquer lugar do mundo”.
A narrativa é composta por personagens complexos que representam a diversidade e os conflitos da experiência humana. Através de uma linguagem teatral que mistura elementos de diversas tradições artísticas, o espetáculo explora a tensão entre caos e harmonia, questionando o que significa viver em um mundo tão fragmentado.
Em meio a uma realidade global marcada por crises e divisões, “Saudade na Miragem” propõe uma visão de futuro que busca as “possibilidades de viver”. A obra convida o público a embarcar em uma jornada de autoconhecimento e entendimento, enfatizando a importância do diálogo e do respeito entre diferentes culturas. Ao final, a peça não só revisita o passado, mas também aponta para um caminho de esperança e regeneração em tempos difíceis.
O encenador ainda revela que a proposta do espetáculo é “refletir sobre novas formas de futuro, inspirando-se tanto nos eventos reais quanto na ficção, enquanto se expressa a grandeza de um universo em que humanos que nunca se misturam começam a se entrelaçar. Essa visão do mundo pode ser entendida como a percepção do lugar onde reside a possibilidade que emerge do amor infinito. E ao confrontar esse amor infinito e a força que dele decorre, o ser humano pode sucumbir à loucura, e a justiça, de fato, pode desaparecer completamente”.
“Confrontos, conflitos, guerras, enquanto as pessoas têm o potencial para o diálogo, o respeito e a harmonia. Por meio do ato de criar com artistas que normalmente não estariam juntos no palco, o projeto visa demonstrar a possibilidade de um mundo harmonioso”, acrescenta.
Ficha Técnica
- Idealização: Hiroshi Koike Bridge Project – Odyssey
- Concepção, Roteiro e Direção Geral: Hiroshi Koike
- Elenco: Danilo Dal Farra, Eduardo Okamoto, Fernando Lufer, Jéssica Barbosa, João Guisande, Julio Lorosh, Jinya Imai, Ichiya Nishikawa, Paulo Sokobauno e Yana Piva
- Composição e Execução Musical: Gregory Slivar
- Arte/Cenografia: Renato Bolelli Rebouças
- Figurino: Juliana Bertolini
- Vídeos/Projeções: Ivan Soares
- Iluminação: Gabriele Souza
- Desenho de Som: Alê Martins
- Caracterização: Amanda Mantovani
- Assistência de Direção: Marie Kuroda, Maria Lívia Goes
- Assessoria de imprensa: Pombo Correio
- Produção Executiva: Laís Machado
- Coordenação de Produção: Adolfo Barreto
- Direção de Produção: Marie Kuroda e Pedro de Freitas
- Produção Geral: SAI Inc. e Périplo
- Apoio Institucional: Fundação Japão em São Paulo
- Subsídio: Departamento para Assuntos Culturais, Governo do Japão, Conselho de Artes do Japão
- Financiamento: The Japan World Exposition 1970 Commemorative Fund – KANSAI OSAKA 21st Century Association
- Realização: Sesc SP, SAI Inc. e NPO Bridge for the Arts and Education
Serviços Saudade na Miragem
De 30/11 a 15/12
Quarta a Sábado às 21h – Domingo às 18h
Teatro Antunes Filho – Sesc Vila Mariana
Classificação: 12 anos
Ingressos: Os ingressos estarão disponíveis no aplicativo Credencial Sesc SP a partir do dia 19/11 ás 17h e no dia 21/11 às 17h, nas bilheterias da rede Sesc. R$ 21 (credencial plena); R$ 35 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 70 (inteira)
Sesc Vila Mariana | Informações
Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo
Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): terça a sexta, das 9h às 20h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (obs.: atendimento mediante a agendamento).
Bilheteria: terça a sexta, das 9h às 20h30; sábado, das 10h às 18h e das 20h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h.
Estacionamento: R$ 8,00 a primeira hora + R$ 3,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). R$ 17 a primeira hora + R$ 4,00 a hora adicional (outros). 125 vagas.
Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças). 16 vagas
Informações: 5080-3000
Sesc Vila Mariana
Rafael Nicolas