Niterói receberá a 1ª edição de projeto voltado para visibilidade de obras artísticas femininas

1º Mostra Manas de Artes Integradas – EntreVivências leva para um dos cenários mais bonitos de Niterói uma programação de obras artísticas realizadas por mulheres, com apresentações de performances, shows, apresentação musical, artes visuais, exibição de filmes e oficinas. O evento acontecerá nos dias 14 e 15 de janeiro (sábado e domingo), das às 14 às 22h, no Teatro Popular de Niterói, aberto ao público e com entrada gratuita.

No primeiro dia, a Mostra contará com o show “Cantando Novas Histórias Sobre Pessoas Pretas” de Flow Nzinga. Inspirada nos griots africanos contadores de histórias, poetas e cantores responsáveis por guardar a tradição de seus povos através da oralidade, a artista apresenta um trabalho com narrativas positivas sobre a população negra e a cultura africana através da potencialidade da música rap e da poesia. A apresentação conta com canções autorais e poemas que emponderam o ser negro, a ancestralidade e experiências próprias da rapper enquanto uma pessoa negra LGBTQIA+.

Ainda no sábado, a Oficina de Poesia com Preta Poética vai estimular a criatividade e a escrita dos participantes. Ao longo da atividade, será abordado sobre o slam, poesia marginal, gênero literário no conceito da favela, que tem sido muito utilizado por artistas periféricos e reconhecido pela academia como um gênero novo dentro da poesia. Nesse dia também será realizado mais uma edição do Cine&Manas, cineclube itinerante que circula pela região metropolitana do Rio com filmes dirigidos por mulheres, com a exibição do filme “Uma Paciência Selvagem me trouxe até aqui’, com direção de Érica Sarmet. Seguido de uma roda de Slam que vai premiar em dinheiro as três primeiras poetas colocadas.

No domingo, 15/01, a artista Samira Marana, apresenta o espetáculo “Esgotamento Contínuo”, primeiro solo Brasileiro de gumboot dance onde a pluralidade cultural e as influências entre África-Brasil estão conectadas sócio politicamente pelas questões históricas e atuais do mundo do trabalho. Gumboot dance é uma dança majoritariamente feita por homens e este é um espetáculo solo concebido e interpretado por uma mulher brasileira. A artista é uma das únicas mulheres coreografas e pesquisadoras da dança sul africana Gumboot Dance fora da África do Sul. A dramaturgia do espetáculo aborda temas globais urgentes sobre a preservação do meio-ambiente, impactos socioeconômicos e culturais da atividade mineradora, preservação dos territórios dos povos originários e as demandas da classe trabalhadora precarizada. Uma composição multidisciplinar que além da dança conta com música, poesia, texto e depoimentos de lideranças políticas brasileiras na trilha sonora.

Também no domingo, terá a Oficina Experimentações com o Barro – Introdução à escultura, com o Ateliê Pytã que tem origem no Morro do Palácio em Niterói, que vai propor a construção de objetos-esculturas feitos com argila e materiais reciclados, tendo como objetivo criar estímulos sensoriais, brincadeiras e exercícios de observação. A intenção deste encontro, é trazer aos participantes diversas maneiras de compreender a escultura e estimular a liberdade criativa.

Nos dois dias o evento contará com as instalações artísticas. Partenon, da artista visual Karen Campbell, apresentará, através do reaproveitamento de materiais descartados nas caçambas de lixo da cidade, novas imagens formadas com a utilização de pintura e a própria composição desses materiais, ressignificando o descarte e criando uma leitura para a beleza encontrada no ambiente. E Maracatu SubUrbano, uma vídeo instalação projetada a partir de elementos artesanais, o familiar, o lúdico e o humano que se combinam com o industrial, o digital, o urbano, o tecnológico. Um boneco gigante caracterizado como um bate bola de três metros de altura, a instalação é um monumento em homenagem às manifestações culturais suburbanas cariocas. A construção de bonecos é brincadeira e pesquisa da artista com formação multidisciplinar Pamella Magno com seus filhos, Fernando (9) e Augusto (5), criando experiências artísticas com material reutilizável e lixo eletrônico, ao mesmo tempo em que as experiências são gravadas e remixadas por celulares.

O projeto está sendo realizado por meio do Edital “Retomada Cultural RJ 2”, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. A Mostra é realizada pela Manas Produtora, que atua no mercado criativo desde 2017 com desenvolvimento e realização de projetos de protagonismo feminino com intuito de impulsionar a produção e o consumo dessas produções.

“A Manas é uma produtora que trabalha em rede. Acreditamos que uma vez que nos conectamos podemos potencializar o trabalho uma das outras. Por isso abrimos uma chamada pública para montar essa programação. Com as propostas selecionadas, conseguimos fechar dois dias de programação com dois recortes principais, um mais voltado para artes urbanas: cinema a céu aberto, show de rap e um slam de poesia que vai premiar as 3 primeiras colocadas. E no segundo dia a mostra celebra a cultura popular para fechar com aquela energia gostosa de roda de samba no por sol belíssimo da Baía de Guanabara.”, conta Carolina Rodriguez, produtora cultural da Manas Produtora.

“A Mostra EntreVivências foi idealizada como um espaço de difusão para o trabalho de artistas independentes. Porque tão importante quanto fomentar a produção artística de mulheres, é distribuir esses trabalhos, fazer com que essas obras cheguem até o público.”, conta Helena Claro, produtora cultural da Manas Produtora.

“A Mostra foi muito pensada na diversidade das artistas e expressões artísticas. É fundamental o projeto contemplar visões de mulheres diversas ocupando um espaço importante da cidade.”, conta Bruna Aguiar, produtora da Manas Produtora.

Além dos dois dias de evento aberto ao público, a produtora realizará ações sociais nos dias 12 e 13 de janeiro (quinta e sexta-feira), através da parceria com o Coletivo Oca Viradouro e com o projeto Jovens Comunicadores.

Serviço:
1º Mostra Manas de Artes Integradas – EntreVivências
Local: Teatro Popular Oscar Niemeyer, Niterói
Datas: 14 e 15 de Janeiro (sábado e domingo)
Horários: 14 às 22h
Entrada gratuita

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