No ano da COP30 no Brasil, Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) lança Programa Clima de Mudança que reúne ações culturais a favor da regeneração ambiental

Alinhado à 19ª Primavera dos Museus, ação anual coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), e à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que acontece em novembro em Belém (PA), o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) lança o Programa Clima de Mudança, que reúne ações culturais em prol da regeneração ambiental. Inédita, a iniciativa, que vai até dezembro de 2025, integra arte, memória e meio ambiente, promovendo ações que reforçam o cuidado com a cidade, com o consumo consciente, com a justiça socioambiental e com a regeneração dos territórios.

O objetivo principal é incentivar a educação ambiental e a valorização da biodiversidade brasileira por meio de práticas culturais e regenerativas, como a meliponicultura e demais iniciativas — entre elas, escultura, exposição, música, curso e cinema — que dialogam com o tema. Com isso, o programa se fortalece como um eixo transversal da programação cultural, projetando o CCJF como espaço de reflexão crítica e de diálogo vivo entre a cultura e os desafios climáticos atuais. A intenção é mobilizar a sociedade a pensar e agir em favor das gerações futuras. “Com o Programa Clima de Mudança, buscamos a arte como instrumento de regeneração, na intenção de despertar o interesse e a consciência acerca da crise climática em todos nós”, afirma Maria de Oliveira, diretora da Divisão de Cultura do CCJF.

A abertura geral do Clima de Mudança acontece no dia 23 de setembro, às 15h, com a inauguração do meliponário de abelhas nativas sem ferrão Jardins Vivos: Abelhas Nativas e a Arte da Meliponicultura no Coração do Rio nos jardins do CCJF — o primeiro localizado em um Centro Cultural no estado do Rio de Janeiro —, que será instalado pelo meliponicultor Gabriel Costa. Para ele, a criação do meliponário é mais do que uma ação simbólica: é um convite à reflexão sobre a importância da sustentabilidade em espaços urbanos. “Em um centro cultural no coração do Rio de Janeiro, estamos mostrando que é possível e fundamental reconectar a sociedade com a natureza, mesmo em meio ao concreto. O projeto Clima de Mudança nos permite atuar de forma prática, resgatando a polinização e a vida das abelhas nativas sem ferrão”, ressalta Costa que considera a iniciativa como de grande valor educativo e ambiental, que reforça o compromisso com a conscientização e a preservação.

Junto ao meliponário, no mesmo dia e local, será inaugurada a escultura Monumento à Biodiversidade Brasileira, da artista Manu Alves. A obra de arte em mármore e resina, que ficará permanentemente nos jardins do CCJF, marca o contexto de crise ambiental global e enaltece diversas espécies de abelhas brasileiras sem ferrão, destacando a beleza e unicidade de cada uma e conectando arte e educação ambiental, pauta que a artista se dedica há mais de 10 anos em trabalhos de pintura, instalação, escultura e literatura.

Como característica comum, todas as espécies de abelha nativa constroem a entrada do ninho de maneira singular, e a partir de representações esculpidas por Manu, o monumento promove a valorização do território nacional, a reflexão sobre a conservação e o encantamento com a natureza. “É uma honra receber o convite do CCJF para integrar um projeto tão importante como o meliponário! É emocionante fazer parte deste marco e fico feliz em contribuir com uma obra que versa sobre nossa relação com a natureza e evidencia a necessidade da preservação ambiental”, destaca Manu.

Já no dia 26 deste mês, às 17h, ocorre a palestra Abelhas Nativas sem Ferrão: Conheça as Guardiãs da Biodiversidade, na qual serão abordados, por Gabriel Costa, assuntos como: o que são as abelhas sem ferrão, sua importância ecológica para os biomas brasileiros, os produtos do meliponário e outras curiosidades. Ao final da apresentação de caráter informativa e lúdica, será realizada uma visita orientada às colônias recém-instaladas nos jardins. Nos dias 27 e 28 de setembro, das 11h às 18h, acontece o Curso Básico de Meliponicultura: Crie Abelhas Nativas em Casa que abordará a biologia das abelhas, modelos de caixas, técnicas de manejo, alimentação e divisão de enxames. O curso, também ministrado por Costa, inclui visitas técnicas às colônias do jardim para observação prática.

Seguindo a programação do Programa Clima de Mudança, o CCJF reafirma até dezembro a vocação para unir arte e consciência ambiental, em sintonia com os debates que permeiam a COP30. No cinema, a mostra Mar Azul apresenta no dia 25 de outubro a animação Mar Azul à Vista, que convida crianças e jovens a conhecer a chamada Amazônia Azul e refletir sobre ciência, soberania e conservação marinha. Nas artes cênicas, dia 7 de novembro, o espetáculo Nixi Pae – Encantos da Natureza evoca a cosmopercepção do povo Huni Kuin e propõe uma retomada da natureza nas cidades como força espiritual e ancestral. Na música, o CCJF recebe em seu palco, no dia 12 de novembro, o concerto Canto de Mangaua, de Luíza Borges e Thiago Thiago de Mello, que celebra a poesia, a Amazônia e a magia da floresta, entrelaçando vozes e sonoridades que revelam os contrastes e encantos do Brasil.

Além disso, no audiovisual, a Mostra de Realizadoras Indígenas (18, 19 e 20 de novembro), organizada pelo Instituto Mexicano de Cinematografia, destaca obras de cineastas indígenas que abordam identidade, ancestralidade e autonomia em diálogo com o “Ano da Mulher Indígena” no México. Em artes visuais, a exposição Dar nome ao futuro, das artistas Nathalie Ventura e Dani Cavalier, com curadoria de Ana Carla Solier, abre dia 10 de dezembro nas galerias do 2º andar do Centro Cultural e investiga a relação entre a humanidade e todas as formas de vida, em diálogo com os questionamentos levantados pela conferência.

Encerrando as atividades do programa, nos dias 16, 17 e 18 de dezembro, a mostra Visões do Mar traz filmes dá voz a comunidades costeiras, quilombolas, indígenas, cientistas e ambientalistas, transformando a tela em espaço de escuta e resistência.

Serviço:

Programa Clima de Mudança

  • Inauguração Meliponário e Monumento à Biodiversidade: 23 de setembro, terça-feira, às 15h
  • Confira no site do CCJF detalhes das demais atividades.
  • Valor: gratuito
  • Local: Jardins do CCJF
  • Centro Cultural Justiça Federal • CCJF
  • Avenida Rio Branco, 241 – Centro • Rio de Janeiro (há possibilidade de entrada pela Rua México, 57)

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