O cachorro que se recusou a morrer

O cachorro que se recusou a morrer

Um drama bem humorado tocando uma dimensão onírica do real

por Redação

O argumento de O cachorro que se recusou a morrer, novo espetáculo do ator e autor Samir Murad, que divide a direção com Delson Antunes, deriva de suas memórias e das histórias contadas por seu pai, um imigrante libanês em sua luta pela sobrevivência numa terra estranha. Conflito, êxodo, o novo mundo, casamento por encomenda, saúde mental afetada, são conteúdos que, como um mascate andarilho, o ator mambembe carrega em sua mala e pretende vender ao seu público. Dessas referências nasce um contato intimista e revelador entre artista, teatro e espectador. A temporada no Teatro Municipal Café Pequeno será de 15 a 30 de abril, sábados, às 20h, e domingos, às 19h.

Um casamento por encomenda e uma tríade formada pelo pai, a mãe e a irmã mais velha, afetada mentalmente (inclusive por internações) pelo casamento sem amor dos pais. Marcas que não desvanecem e perpassam por toda a relação familiar do autor-ator, extraídas não apenas de suas memórias, mas de relatos gravados por seu próprio pai antes de falecer. Conflitos que estão em cada um de nós e ajudarão a resgatar sentimentos no público, por meio de recursos cênicos despojados, apoiados principalmente pelo trabalho de corpo e voz do ator.

O texto oscila entre o drama e o humor, trazendo à cena uma cultura machista, forjada em dogmas religiosos que até hoje permeiam a maioria dos lares brasileiros. Em alguns momentos, projeções mesclam imagens criadas com fotos reais antigas, assim como da casa onde tudo se passou, o que acentua o clima dos escombros da memória. A forte presença da trilha sonora, marca a cultura árabe familiar. Não faltam ao espetáculo os gestos, a mímica e as pantomimas que emprestam emoção à palavra.

Por trás de uma cena de família (da família do ator-autor), muitos aspectos da cultura árabe – alguns deles em gritantes conflitos com os costumes brasileiros – precisam ser revisitados. Começando pela submissão da mulher, a intolerância religiosa, o poder tribal do patriarca.

– Quero lhes apresentar essa história porque acredito que ela cumpre a função essencial do Teatro: emocionar e provocar uma reflexão sobre a condição humana. Depois da trilogia Teatro, Mito e Genealogia – a partir de uma pesquisa de linguagem cênica, baseada em conceitos e práticas teatrais de Antonin Artaud –, representada pelos meus trabalhos anteriores: Para Acabar de Vez com o Julgamento de Artaud (2001); Édipo e seus Duplos (2018); e Cícero – A Anarquia de um Corpo Santo (2019), proponho com O cachorro que se recusou a morrer uma nova forma de narrativa, mais simples, mais contida e essencial. Meu foco, aqui, é a alma do texto. O diálogo com o público –, declara Samir Murad.

Ficha técnica

Criação, texto e atuação: Samir Murad

Direção: Delson Antunes e Samir Murad

Cenografia: José Dias

Figurino e adereços: Karlla de Luca

Iluminação: Thales Coutinho

Trilha sonora: André Poyart e Samir Murad

Videocenário: Mayara Ferreira

Assistente de direção: Gedivan de Albuquerque

Assessoria de imprensa: Ney Motta

Produção executiva: Wagner Uchoa

Operação audiovisual: Edmar Rocha

Operação de luz: Hélio Malvino

Realização: Cia Teatral Cambaleei, mas não caí…

Serviço

Local: Teatro Municipal Café Pequeno

Av. Ataulfo de Paiva, 269, Leblon, Rio de Janeiro

Próximo a Estação Jardim de Alah do Metrô Rio

Temporada: 15 a 30 de abril, sábados, às 20h, e domingos, 19h

Valor do ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)

Vendas na bilheteria o pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/ocachorro

Informações: 21 98593-8349

Capacidade de público: 90 pessoas

Classificação etária: 14 anos

Duração: 80 minutos

Gênero: Drama bem humorado

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