O Centro Histórico de Salvador preserva o multiculturalismo brasileiro

Pelourinho - foto; iStock

Há no Brasil muitos “Brasis”. Essa leitura cultural, embora pareça dizer de separação, fala muito mais sobre a junção de diferentes tradições e trajetórias que fundamentam o “ser brasileiro”. Na capital baiana, eternamente marcada como a primeira capital do país, as culturas europeias, africanas e ameríndias deram vida e cor ao solo soteropolitano. Visitar o Centro Histórico de Salvador é como mergulhar na história das bases da nação.

Dificilmente, um turista, principalmente brasileiro, fica apático durante o passeio pelo centro. A arquitetura local materializa os 473 anos da cidade, ao trazer construções dos séculos XVI até XIX, com características da arte Renascentista ao Barroco. O cenário com mais de 3 mil edifícios históricos se completa com a presença de uma plena efervescência multicultural, com museus, teatros, igrejas, cinemas, sebos, antiquários e comércios. Saiba quais espaços não devem ficar de fora de uma visita a esse patrimônio mundial:

  • Pelourinho

Não é por acaso que o Pelô, como é chamado popularmente, se confunde com o que se percebe como a síntese do Centro Histórico de Salvador, afinal as ruas de paralelepípedo são o ícone da região central. Além da história sedimentada nas pedras do calçamento, o visitante pode conhecer o Cravinho, uma bebida forte que mistura cravo, canela e álcool, comumente consumida nas festas do largo. A bebida pode ser encontrada em, ao menos, três pontos comerciais do Pelourinho.

  • Elevador Lacerda

Inaugurado em 1873, esse cartão-postal exibe com elegância seus 63 metros de altura e uma vista da baía privilegiada. Esse projeto tem o título de primeiro elevador urbano do mundo e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2006.

  • Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos

Se o sincretismo religioso tivesse um templo de referência, a Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos preencheria praticamente todos os requisitos. Fundada em 1685, a igreja é católica, mas tem atabaques do Candomblé. Inclusive, às terças-feiras, celebra-se uma missa que possui em sua liturgia elementos da cultura africana.

  • Fundação Casa de Jorge Amado

A visita ao casarão azul do Centro Histórico é indispensável. Mais do que facilitar o acesso ao acervo das obras do escritor Jorge Amado, a fundação se porta como uma incentivadora dos debates da cultura e literatura baiana e enquanto aliada no combate ao racismo e à discriminação social.

Esses são apenas alguns dos pontos turísticos que ajudam a traduzir as histórias que trouxeram as características culturais conhecidas atualmente. Outra dica importante para viajantes que desejam conhecer esse destino é garantir uma locomoção que possibilite a autonomia, com a locação de carros, por exemplo. Embora não seja permitido o trânsito de automóveis no Centro Histórico, o ponto turístico possui um amplo estacionamento. Assim, além de assumir o controle do tempo gasto no passeio, tem-se o descanso facilitado ao retornar da caminhada pelas ladeiras do centro.

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