O espetáculo ‘Era Medeia’, com Isabelle Nassar e Eduardo Hoffmann, volta ao cartaz, dia 24 de outubro, no Centro Cultural Justiça Federal, no Centro

Era Medeia - Isabelle Nassar e Eduardo Hoffman
Era Medeia - Isabelle Nassar e Eduardo Hoffman - Foto de Renato Mangolin

Você sempre age de acordo com seus princípios éticos? Ou será que muitas vezes suas ações e comportamentos contradizem o seu discurso? A partir dessa reflexão se desenrola a trama do  espetáculo Era Medeia, que volta aos palcos, dia 24 de outubro, no Centro Cultural Justiça Federal, no Centro, depois de uma série de temporadas desde 2019. Com supervisão de Cesar Augusto, texto e direção de Eduardo Hoffmann e argumento de Marina Monteiro, a peça se passa durante os ensaios de uma adaptação da tragédia “Medeia”, de Eurípedes, pano de fundo para uma discussão que também passa pelo machismo, o abuso de poder, exposição da vida privada e a importância do processo na criação artística.

Em cena, estão os atores Eduardo Hoffmann e Isabelle Nassar (que recentemente participou da novela “Travessia” e da série “Bom Dia, Verônica”). No espetáculo, eles vivem Pedro Lobo, um diretor excêntrico, e Verônica Albuquerque, uma atriz insegura. O público é convidado a assistir a um ensaio aberto do espetáculo no qual estão trabalhando juntos. Aos poucos, o passado deles vem à tona, e os espectadores passam a ser testemunhas de um acerto de contas íntimo entre os personagens. A atmosfera é tão realista que, em uma das apresentações, o sogro da atriz quis tirar satisfações com o ator durante uma discussão entre os personagens. O episódio foi lembrado no programa “Que história é essa, Porchat?” (www.youtube.com/watch?v=Tz6fy4IACHo).

“A escolha de Medeia como o texto que os personagens ensaiam tem um propósito: é um ícone da representação de uma mulher que rompe com os padrões sociais estabelecidos. Apesar de tomar atitudes cruéis, ela é uma personagem que não fica à mercê das decisões e escolhas dos homens à sua volta”, explica o ator e diretor Eduardo Hoffmann. “E aí é que está a contradição. O diretor está montando Medeia justamente para enaltecer a força dessa mulher que rompe com os padrões repressivos e, no entanto, o modo como ele lida com a atriz (que já foi mulher dele) é extremamente repressor e abusivo”, acrescenta.

A partir da exposição da vida íntima do ex-casal, “Era Medeia” também faz uma reflexão sobre os motivos de o público de hoje parecer se interessar mais pelos bastidores da criação do que pela própria criação. “O fato de estarmos vivendo uma realidade social e política extremamente espetacularizada contribui para que o caráter ficcional da arte esteja cada vez mais com sua potência diminuída. E já faz bastante tempo que os reality shows tornaram as pessoas personagens mais interessantes aos olhos do público do que os personagens criados nas obras de ficção. É uma extrema necessidade de ser arrebatado pelo REAL, até porque o cotidiano atual está extremamente teatralizado”, analisa Hoffmann.

Ficha técnica:

  • Texto e direção: Eduardo Hoffmann
  • Supervisão artística: Cesar Augusto
  • Argumento: Marina Monteiro
  • Elenco: Isabelle Nassar e Eduardo Hoffmann
  • Produção: Guilherme Nanni / NANNI PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
  • Iluminação: Renato Machado
  • Figurino: Tiago Ribeiro
  • Costura: Ateliê das Meninas (Maria e Zezé)
  • Concepção cenográfica: Cesar Augusto e Eduardo Hoffmann
  • Produção de adereços: Patrícia Ramos
  • Trilha sonora: João Mello e Gabriel Reis
  • Arte gráfica e identidade visual: Márcio de Andrade
  • Produção de vídeos: Celavi Filmes (Eduardo Paganini e Jamal Dizete)
  • Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Fotografia: Renato Mangolin
  • Técnico e operador de luz: Paulo Ignácio
  • Operador de Som: Gabriel Reis
  • Realização: Eduardo Hoffmann e Isabelle Nassar

Serviço

  • Espetáculo “Era Medeia”
  • Temporada: 24 de outubro a 29 de novembro de 2023.
  • Centro Cultural Justiça Federal: Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
  • Telefone: (21) 3261-2550
  • Dias e horários: terça e quarta, às 19h.
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).
  • Lotação: 141 lugares
  • Duração: 1h
  • Classificação etária: 14 anos
  • Venda de ingressos: pelo site Sympla (https://www.sympla.com.br/eramedeia) e na bilheteria do centro cultural, a partir das 17h.

The Money Shot, comédia perversa do autor estadunidense Neil LaBute, estreia dia 24 de outubro no Teatro Vivo

The Money Shot
The Money Shot – Foto de Leekyung Kim

A toxidade da indústria de entretenimento norte-americana é discutida na comédia perversa The Money Shot, do autor estadunidense Neil LaBute. O espetáculo ganha uma versão brasileira dirigida por Eric Lenate que estreia no dia 24 de outubro no Teatro Vivo, onde segue em cartaz até 6 de dezembro. As apresentações acontecem às terças e quartas-feiras, às 20h.

O elenco é formado por Lavínia Pannunzio, Fabiana Gugli, Jocasta Germano e Fernando Billi. A peça ainda tem tradução de Jorge Minicelli, direção assistente de Vitor Julian, figurinos de João Pimenta, desenho de luz de Aline Santini, trilha sonora original de L. P. Daniel e produção de Luque Daltrozo.

The Money Shot explora o humor ácido para criar uma reflexão sobre ambição, arte, status, sexo na indústria do entretenimento norte-americana. A peça narra o drama de Karen e Steve, estrelas do cinema que não conseguem mais emplacar um grande sucesso nas telonas. Desesperados para parar de despencar na cadeia alimentar de Hollywood, eles apostam todas as suas cartas em um famoso diretor europeu que pode mudar tudo com seu próximo filme.

“O texto tem personagens extremamente privilegiadas. Elas têm o mundo aberto à sua frente, mas são incapazes de enxergar as questões que são próprias da realidade de pessoas que não fazem parte de seu território de privilégio. Estão sempre tentando se proteger e autopromover. E estão inseridas em um processo de retroalimentação das neuroses da branquitude, que tem medo de perder seus lugares de privilégio”, comenta o diretor Eric Lenate.

A história tem como ambiente a luxuosa mansão de Karen e sua companheira Bev, que trabalha na área de pós-produção da indústria cinematográfica. Elas recebem para um jantar Steve e Missy, a jovem esposa dele que aspira à carreira de atriz. “É um encontro requintado, regado a muita bebida alcoólica, que faz com que a situação entre essas figuras vá se desenrolando de uma maneira cada vez mais feia. Queremos criar um contraste entre o refinamento e a feiura dessas personagens”, acrescenta o encenador.

Para representar esse ambiente, Lenate, que também assina a arquitetura cênica da peça, revela que optou por reproduzir a sala dessa casa. “Estamos pensando em um espaço que tenha bastante luxo e opulência, mas que também tenha certa cafonice”, revela.

Já a encenação é bastante pontuada pelo jogo entre as três atrizes e o ator. “É um trabalho bastante calcado na verborragia do texto. São quatro personagens em cena que falam o tempo todo, tentando discutir um assunto que sempre se perde. Eles começam a fazer o desfile de egos deles e a situação fica cada vez mais esquisita, até chegar em um desenlace que vai fazer com que as pessoas fiquem bastante atônitas”, garante o diretor.

Ficha Técnica

  • Autor: Neil LaBute
  • Direção: Eric Lenate
  • Tradução: Jorge Minicelli
  • Elenco: Lavínia Pannunzio, Fabiana Gugli, Jocasta Germano e Fernando Billi 
  • Direção Assistente: Vitor Julian
  • Arquitetura cênica: Eric Lenate
  • Desenho de luz: Aline Santini
  • Figurinista: João Pimenta
  • Trilha sonora original e desenho de som: L. P. Daniel
  • Cabelos: Marcos Ribeiro
  • Designer Gráfico: Laerte Késsimos
  • Fotos: Leekyung Kim
  • Assessoria de imprensa: Pombo Correio
  • Produtora executiva: Camila Bevilacqua
  • Diretor de produção: Luís Henrique Luque Daltrozo
  • Realização: Daltrozo Produções

Serviço

The Money Shot, de Neil LaBute

  • Temporada: 24 de outubro a 6 de dezembro de 2023
  • Às terças e quartas-feiras, às 20h
  • Teatro Vivo Av. Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi – São Paulo/SP – 04583-110
  • Ingressos: R$100 (inteira) e R$50 (meia-entrada)
  • Venda online em https://bileto.sympla.com.br/event/86906/d/216351/s/1457672
  • Bilheteria: (11) 3430-1524. Abre duas horas antes do espetáculo.
  • Estacionamento no local
  • Entrada pela Av. Roque Petroni Jr, 1464
  • Duração: 90 minutos
  • Classificação indicativa: 18 anos
  • Capacidade: 274 lugares
  • Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

O Dia Seguinte segue no Tucarena até dia 29 de outubro

O Dia Seguinte
O Dia Seguinte – Foto: Joaquim Araújo

O divertido e refinado olhar de Luis Fernando Verissimo para as ambiguidades humanas nas situações mais banais da vida é explorado pela comédia O Dia Seguinte, inspirada em uma crônica homônima do autor gaúcho. O espetáculo, com direção de Ricardo Grasson, texto de Regina Antonini, segue em cartaz até 29 de outubro, com apresentações às sextas, às 20h30, sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. Aos domingos, sessões com intérprete de libras.

A montagem é estrelada pela dupla Adriana Birolli e Eduardo Pelizzari e tem produção da WB Entretenimento, comandada por Bruna Dornellas e Wesley Telles, responsáveis por grandes espetáculos como Misery, de Stephen King, com Mel Lisboa e Marcello Airoldi; e Três Mulheres Altas, de Edward Albee, com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill.

Esse conto encontra-se no livro “Comédias Brasileiras de Verão”, onde a autora Regiana Antonini desenvolveu o texto do espetáculo. A trama narra o encontro de dois completos desconhecidos que acordam na mesma cama um dia após a virada do ano. Em comum, Luanna e Renato têm apenas o fato de que eles não lembram como foram parar ali. Sem roupas e diante de um enorme desconforto, eles precisam reconstruir suas lembranças e dar algum sentido para a cena que vivem ali.

Com base em princípios do humor nonsense, a comédia dirigida por Ricardo Grasson brinca com o inesperado e, assim, orienta e desorienta ações a fim de que Luanna e Renato reconstruam suas identidades, conheçam um ao outro e desenvolvam novas histórias com a consciência de quem pretende fazer valer os votos de um feliz ano novo.

Ao analisar as ambiguidades humanas, o texto revela as fraquezas nossas de cada dia e resulta em uma comédia impagável, que retrata existências deliciosamente banais, marcadas por paixões e ódios, vícios e extravagâncias.

Sempre quis adaptar um conto do Veríssimo. Li quase tudo que ele escreveu e sempre que leio, visualizo a história, como se fosse ou um filme, ou uma peça de teatro. Me divirto muito e penso: “como ele tem essas ideias tão simples e incríveis”? Ele fala sobre o comportamento humano, sobre o cotidiano, sobre as pequenas coisas, o simples da vida, de uma maneira única. O leitor se identifica, se vê ali, naquela situação, pois elas realmente podem acontecer na nossa vida. E comentando isso com o Wesley e com a Bruna (sócios da WB Produções), descobri que eles também amavam os contos do Veríssimo. Eu falei sobre O Dia Seguinte. Eles adoraram a ideia e disseram: “escreve que a gente produz”. Não deu outra.” – afirma a autora Regiana Antonini.

Veríssimo sabe como ninguém transformar em riso o cotidiano, aprofundar nas cenas simples da vida também me interessa. Regiana transformou um conto em teatro com tamanha comicidade e sensibilidade, para continuarmos rindo das sutis tiranias, infidelidades, paixões fulminantes e ódios mortais, ritos que nos transformam em seres pueris. Adriana e Dudu conduzem esse diálogo simples de forma com que nos identificamos e acreditamos nos momentos de suspensão recheados de críticas a nossa sociedade moderna que o texto propõe. Irreal acreditar nessa realidade”, afirma o diretor Ricardo Grasson.

Ficha Técnica

Livremente inspirado na obra de Luis Fernando Verissimo

  • Texto: Regiana Antonini
  • Direção: Ricardo Grasson
  • Elenco: Adriana Birolli e Eduardo Pelizzari
  • Diretores de Produção: Wesley Telles e Bruna Dornellas
  • Assistente de Direção: Heitor Garcia
  • Desenhos de Luz: Cesar Pivetti
  • Figurinos: Marcos Valadão
  • Desenho de som: L.P. Daniel
  • Cenografia: Kleber Montanheiro
  • Fotos de Estúdio: Joaquim Araújo
  • Fotos de Cena: Leekyung Kim
  • Videomaker TV: Júlia Rufino
  • Produção Executiva: Marcos Rinaldi
  • Gestão de Projetos: Deivid Andrade
  • Assistente de Produção: Anna Mittmann
  • Design Gráfico: Jhonatan Medeiros
  • Social Media: Ismara Cardoso
  • Coordenação Administrativa: Leticia Napole
  • Assessoria Contábil: Leucimar Martins
  • Assessoria Jurídica: Maia, Benincá & Miranda Advocacia.
  • Apresentado por: Ministério da Cultura e Vivo
  • Realização: WB Entretenimento

Serviço

O Dia Seguinte, a partir da crônica de Luis Fernando Veríssimo

  • Temporada em São Paulo
  • Tucarena – Rua Bartira, 347, Perdizes, São Paulo/SP.
  • 22 de setembro a 29 de outubro
  • Sextas, às 20h30. Sábados, às 21h. Domingos, às 19h
  • Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada).
  • Ingressos a preços populares (10% da capacidade): R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada)
  • Vendas na bilheteria do Teatro, de terça a domingo, das 14h às 20h, ou pela internet no site ou app da Sympla (sympla.com.br).
  • Clientes VIVO VALORIZA têm desconto de 50% na compra de até 02 ingressos por cliente em cima do valor da inteira.
  • Informações: (11) 3670-8455
  • Classificação: 14 anos
  • Duração: 70 minutos
  • Capacidade: 288 lugares
  • Acessibilidade: Teatro acessível para cadeirantes, e pessoas com mobilidade reduzida. Intérprete de libras presente sempre aos domingos.

Renovação na ópera brasileira: Theatro São Pedro estreia produções inéditas em projeto único no país 

Ópera Teatro São Pedro
Ópera Teatro São Pedro

Na quinta-feira, 26 de outubro, o Theatro São Pedro, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, abre suas portas para um importante espetáculo de estreia no cenário operístico brasileiro, com as inéditas produções Gota Tártara: uma ópera-pesadelo, Entre-Veias: uma ópera de entranhas e Casa Verdi: meta-ópera em ato único. 

As obras foram promovidas na segunda edição do Atelier de Composição Lírica do Theatro São Pedro, que une compositores, libretistas e intérpretes, estimulando um trabalho colaborativo e de múltiplas visões. A partir de edital, são selecionados três compositores e libretistas, seguindo regras específicas, como a exigência de escolha de pelo menos uma compositora e uma libretista. De início, há aulas teóricas sobre história da ópera, a ópera na contemporaneidade e a relação entre texto e música, além de outros temas. Na sequência, são realizados encontros com cantores líricos, musicólogos, diretores de cena, maestros e músicos da Orquestra do Theatro São Pedro, que dividem informações sobre suas atuações em um espetáculo.

Os compositores e libretistas também compartilham entre si suas experiências prévias e visões artísticas, formando três duplas que, sob orientação de Alexandre Dal Farra e Flo Menezes, compõem três obras curtas a serem apresentadas em conjunto em um espetáculo na temporada oficial do Theatro São Pedro.  Para a terceira edição do Atelier, em 2024, as inscrições ficam abertas até o dia 25 de outubro, em https://theatrosaopedro.org.br/inscricoes-abertas-atelier-de-composicao-lirica-2/ 

As obras 

As récitas de 2023 do Atelier de Composição Lírica terão na abertura Gota Tártara: uma ópera-pesadelo, de Franciele Regina (composição) e Sofia Boito (libreto), cujo enredo, de acordo com a libretista, é inspirado livremente no mito de Medeia e na dramaturgia de Gota d’Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, narrando o desespero de uma mãe solo que tem que sobreviver com seu filho em uma situação de miséria extrema. 

“Atormentada pela fome, a mulher não consegue mais distinguir a realidade do sonho, acordando toda noite de um pesadelo e entrando em outro. A vida a tortura. Em seu aspecto formal, o libreto aposta na síntese, na simultaneidade e em diversos pontos de vista narrativos. Assim, ao monólogo lírico da personagem central, somam-se os discursos cotidianos e banais de um mundo que não para, mesmo diante da dor extrema. São enunciações que mantém esse mundo-engrenagem cruel em movimento”, destaca ela.   

Em seguida, será apresentada Entre-Veias: uma ópera de entranhas”, de Giovanni Porfirio (composição) e Jaoa de Mello (libreto). Segundo ela, a ideia da obra foi pensar o que seria a vida de um vírus, que acaba se tornando o personagem principal da narrativa, assumido pelos diferentes cantores solistas.  

“A provocação que nos colocamos foi pensar o que seria a voz de um ser inanimado. Em todo o texto, há várias brincadeiras e dinâmicas com palavras, imaginando, por exemplo, o vírus entrando em diferentes corpos. É um texto que vem de um lugar muito pessoal da minha experiência, mas que parte daí para um campo de experimentação”, diz a libretista.  

O encerramento do espetáculo acontece com Casa Verdi: meta-ópera em ato único, com música de Caio Csizmar e libreto de João Crepschi. O título faz alusão ao retiro criado pelo compositor Giuseppe Verdi no século 19, dedicado a cantores aposentados que não tinham como se manter sozinhos – com o tempo, o local tornou-se também um museu. No texto de Crepschi, os personagens são os cantores que ali vivem, artistas dos séculos XIX, XX e XXI, que o fã de ópera reconhecerá com facilidade: Maria Callas, Renata Tebaldi, Luiza Tetrazzini, Luciano Pavarotti. 

Para Csizmar, há no texto muitas possibilidades de leitura: a comédia, o trágico, as reminiscências. “É muito interessante a forma como é possível seguir o texto a partir de diferentes perspectivas. Para mim, o que tocou em especial foi uma leitura bastante triste que me permitisse explorar todos os subtextos que o libreto do João oferece. Optei, então, por uma escrita na qual a orquestra assiste e comenta aquilo que está no palco, fazendo referência à fragmentação emocional que acomete as vozes, sem ser literal”, explica.  

O espetáculo tem direção musical de Leonardo Labrada, que comanda a Orquestra do Theatro São Pedro, direção cênica de Ines Bushatsky, cenografia de Fernando Passetti, figurino de Awa Guimarães, iluminação de Aline Santini e visagismo de Tiça Camargo. O elenco é formado pelos cantores Manuela Freua (soprano), Laiana Oliveira (soprano) e Vinícius Atique (barítono). Na ocasião, será realizada homenagem a Heidi Alves Lazzarini (1939-2003), soprano que teve grande contribuição à cultura não apenas em cima do palco, mas também como professora e difusora. Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 100 e podem ser adquiridos em: https://feverup.com/m/129076 

TRANSMISSÃO AO VIVO 

A récita de 28 de outubro, sábado, às 20h, terá também transmissão ao vivo pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro. Acesse em: https://www.youtube.com/@TheatroSaoPedroTSP 

ATELIER DE COMPOSIÇÃO LÍRICA DO THEATRO SÃO PEDRO 

Gota Tártara: uma ópera-pesadelo
Franciele Regina (composição) e Sofia Boito (libreto) 

Entre-Veias: uma ópera de entranhas
Giovanni Porfirio (composição) e Jaoa de Mello (libreto)
[Em memória a Job Menezes] 

Casa Verdi: meta-ópera em ato único
Caio Csizmar (composição) e João Crepschi (libreto) 

ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO  

  • Leonardo Labrada, direção musical 
  • Ines Bushatsky, direção cênica 
  • Fernando Passetti, cenografia 
  • Flo Menezes, orientação em composição 
  • Alexandre Dal Farra, orientação em criação de texto e libreto 
  • Aline Santini, iluminação 
  • Awa Guimarães, figurino 
  • Tiça Camargo, visagismo 
  • Sue Adur, video mapping 

ELENCO 

  • Manuela Freua, soprano 
  • Laiana Oliveira, soprano 
  • Vinícius Atique, barítono 
  • Ernani Sanchez, ator 
  • Lucas Oranmian, ator 
  • Lara Duarte, atriz 

ENSAIO ABERTO: 24 de outubro, 19h, gratuito 

RÉCITAS: 26, 27, 28 e 29 de outubro (quinta a sábado às 20h, domingo às 17h) 

LOCAL: Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171 – Barra Funda, São Paulo/SP) 

INGRESSOS: R$ 30 a R$ 100, em https://feverup.com/m/129076 

DURAÇÃO: 90 minutos 

CLASSIFICAÇÃO: 16 anos