Por que profissionais competentes de áreas diversas, mesmo insatisfeitos, costumam permanecer em empresas que comprometem sua saúde mental? Por que existem tantas relações tóxicas nos ambientes de trabalho? Essas reflexões permeiam o espetáculo “Vida útil”, que estreia, dia 2 de abril, no Centro Cultural Justiça Federal, com sessões às terças e quartas, às 19h. Com texto inédito do cearense Rafael Martins e direção de Marcelo Morato, a peça é uma comédia ácida, que leva à cena situações intrincadas entre colegas de trabalho, mostrando diferentes personalidades e posições no jogo capitalista.
A trama se passa em uma sexta-feira qualquer, no momento do fim de expediente, quando os “colaboradores” de uma empresa começam a discutir sobre o cumprimento de uma demanda passada pelo chefe. A disputa sobre quem vai cumprir as tarefas gera discussões e reflexões sobre os nossos desencontros entre carreira e desejos pessoais. No elenco, estão Jade Freneszi, Júlia Couto, Lucas Garbois e Luciano Pontes, na pele de funcionários com questões existenciais e emocionais, que passam situações de abuso de poder e desvalorização profissional.
“Recriamos em cena um ambiente de trabalho claustrofóbico e disfuncional. As metas que muitas empresas exigem de seus funcionários acabam gerando uma série de desequilíbrios emocionais e disputas internas”, descreve o diretor Marcelo Morato. “Mas não se trata de uma peça realista, há espaço para delírios e devaneios dos personagens que nos fazem refletir sobre o lado desumano da sociedade civilizada, aquele que sempre nos faz adiar nossos sonhos de felicidade”, completa.
O projeto começou quando Luciano Pontes, ator paraense que viveu décadas no Ceará, procurava um texto para produzir. Depois de exercer outra profissão a vida inteira, decidiu estudar artes cênicas ao se ver infeliz no ambiente corporativo. Mudou-se de Fortaleza para o Rio, onde se formou há um ano e meio. O texto, do amigo Rafael Martins, tem uma ligação muito forte com sua vida pessoal e a escolha de trocar de carreira e cidade aos 34 anos.
“Além da identificação com minhas questões, queria uma peça com a qual eu sabia que a plateia ia se identificar. É alarmante o número de pessoas afastadas do seu trabalho por questões ligadas à depressão e à ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à falta de saúde mental do trabalhador, e isso gera uma perda de aproximadamente um trilhão de dólares para a economia global. É com urgência que temos que debater mais esses temas”, observa Luciano.
Ficha Técnica
- Texto: Rafael Martins
- Direção: Marcelo Morato
- Elenco: Jade Freneszi, Julia Couto, Lucas Garbois e Luciano Pontes
- Figurino: Wanderley Gomes
- Iluminação: Bruno Aragão
- Operação de Luz: Bruno Aragão
- Operação de som e trilha sonora: Diogo Perdigão
- Assistência de direção: Luca Matteo
- Assistência de produção: Johnny de Castro
- Fotografia: André Garzuze
- Filmagem: Tamo em Copa Filmes
- Programação Visual: Leonardo Pereira
- Mídias Sociais: Rafael Teixeira
- Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
- Realização: Terceiro Sinal Produções
Serviço
- Espetáculo “Vida últil”
- Temporada: de 02 a 24 de abril de 2024
- Centro Cultural Justiça Federal: Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
- Telefone: (21) 3261-2550
- Dias e horários: terças e quartas, às 19h.
- Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada).
- Lotação: 141 lugares
- Duração: 1h15
- Classificação etária: 14 anos
- Venda de ingressos: pelo site Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/vida-util/2355315) e na bilheteria do centro cultural, a partir das 18h.
- Instagram: @vidautil.teatro