O Gigante Adamastor, da Cia O Grito, em cartaz nas unidades SESC do RJ

Adaptação de Heloísa Prieto para o ‘Canto V’, de Os Lusíadas, é dirigida por Roberto Morettho e reflete a apurada pesquisa estética da companhia

por Redação
O Gigante Adamastor,

Com mais de 20 anos de trajetória reconhecida nos palcos, voltada especialmente para a criança e a juventude, a Companhia O Grito realiza apresentações do espetáculo “O Gigante Adamastor” pelo edital Pulsar, do SESC RJ, em cinco unidades do estado, em agosto: em Petrópolis, no Centro Cultural Sesc Quitandinha (3/8, 16h), no Sesc Niterói (9/8, 16h), na capital, no Sesc Ramos (17/8, 16h), no Sesc Duque de Caxias (30/8, 15h) e no Sesc Nova Friburgo (31/8, 16h).

Os ingressos custam R$ 15 (inteira), R$ 7,50 (meia e convênio) e R$ 5 (comerciários e dependentes), exceto no Sesc Duque de Caxias, onde a apresentação será gratuita. Todas as sessões terão ações de acessibilidade às pessoas com deficiência, com intérpretes de libras e, no Sesc Ramos e Sesc Duque de Caxias, também com serviço de audiodescrição. Mais informações sobre ingressos podem ser obtidas em www.sescrj.org.br.

“O projeto tem a intenção de contemplar o público com deficiência. Todo o trabalho nas redes sociais terá conteúdos com acessibilidade, assim como associações e instituições locais que atendem essas pessoas receberão convites criados com vídeos em Libras e áudios”, reforça o coordenador do projeto e diretor de produção, Wilson Saraiva. 

“O Gigante Adamastor”, com dramaturgia da premiada escritora infantojuvenil Heloísa Prieto e encenação do diretor Roberto Morettho, leva ao palco um estudo do ‘Canto V’ da obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, clássico da literatura universal. Além de incentivar o hábito da leitura, explorando a sensibilidade do público a partir da poesia do texto camoniano e da mitologia grega, a montagem também reflete uma profunda pesquisa da companhia em compreender a língua portuguesa.

“É um trabalho refinado por muito tempo em sala de ensaio, influenciado pelos jogos teatrais, pela relação com o cenário e derivado do teatro de objetos, máscaras e bonecos”, resume o diretor Roberto Morettho. Ele ressalta que a peça também assume uma postura questionadora em relação à língua que nos foi imposta durante a colonização. “Será mesmo uma língua mãe… Ou uma língua madrasta?”, provoca.

Para atingir este propósito, “O Gigante Adamastor” traz figurinos, adereços e cenários de Telumi Hellen, que são manipulados pelos atores – Junia Magi, Samira Pissinatto e Wilson Saraiva, revezando-se entre os personagens, cantando e dando vida a bonecos para moldar ambientes cotidianos e mágicos nas cenas; e ainda com a trilha sonora de Maurício Maas, acentuando uma abordagem onírica, que convida o público a adentrar a trama.

Assim, em uma jornada repleta de mistério e aventura, o espetáculo conta a história de Zito, irmão caçula de Pedro, que o segue pela cidade toda. Essa parceria fica em risco com a chegada de um circo misterioso e o sumiço do irmão mais velho. Para ter seu irmão de volta, Zito tem que desvendar grandes mistérios e enfrentar seres mitológicos.

 “É uma encenação vertiginosa, que não nos dá fôlego, e,  ao final, não saímos cansados, saímos querendo mais” –  Dib Carneiro Neto, crítico teatral, no site Pecinha É a Vovozinha

“O Gigante Adamastor” estreou em abril de 2018, no Sesc Ipiranga, em São Paulo (SP). Também na capital paulista, cumpriu temporadas no Sesc Santo Amaro, Biblioteca Mário de Andrade, Sesc Parque Dom Pedro e na sede do grupo, no tradicional bairro do Brás. Em circulação pelo estado, foi encenado em Sorocaba, Bauru, Presidente Prudente, Birigui, Piracicaba, Santos, São Caetano, Ribeirão Preto e Campinas. Durante a pandemia, ganhou duas versões online, exibidas no Sesc Santos, Sesc Araraquara e no Festival Conpoema, em Francisco Morato.

Ao longo de sete anos de trajetória, a montagem foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem nas categorias de “Melhor Cenário” e “Melhor Iluminação”, finalista do Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) na categoria “Grande Prêmio da Crítica” e do Prêmio Guia da Folha de “Melhor Espetáculo infantil do Ano” e vencedora da categoria “Melhor Iluminação” do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem.

 “Acredito que a longevidade do espetáculo se deva principalmente à forma como trabalhamos a fruição estética do tema, buscando formas, cores e uma comunicação que atraia as crianças, mas, ao mesmo tempo, possa ser apreciada sem fronteiras etárias”, complementa Morettho.

Companhia O Grito

A companhia paulistana já encenou 14 peças, 11 delas voltadas para crianças e jovens que, juntas, somam mais de mil apresentações, para mais de 500 mil espectadores. Para a Cia, o teatro atende uma reivindicação de acesso de crianças e adolescentes à experimentação estética e, como fenômeno espetacular, deve propor, por meio de sua linguagem, uma ampliação dos questionamentos humanos acerca do mundo e de sua complexidade.

Além do reconhecimento de crítica e público, a Cia também realiza projetos culturais no âmbito dos editais públicos e privados para produção e circulação de diferentes trabalhos.

FICHA TÉCNICA

  • Encenação: Roberto Morettho
  • Dramaturgia: Cia O Grito inspirada no original de Heloisa Prieto
  • Assistência de Direção: Wilson Saraiva
  • Elenco: Junia Magi, Samira Pissinatto e Wilson Saraiva
  • Direção Musical e Trilha Sonora: Maurício Maas
  • Operação de som: Fúlvio Bicudo
  • Participação Especial nas Trilhas: Manoela Amaral
  • Iluminação: Robson Lima
  • Operação de Luz: Robson Lima e Givva
  • Cenário, Figurinos e Adereços: Telumi Hellen
  • Confecção de Livro: Clau Carmo (Cenógrafo/Figurinista Convidado)
  • Confecção de Bonecos das Personagens: Camila Olivetti e Paula Rosa
  • Costura: Salete André Silva
  • Designer Gráfico: Ed Peixoto
  • Edição de Vídeos: Samira Pissinatto
  • Consultoria em acessibilidade: Andressa Samanta
  • Intérprete de Libras: Daniel Monteiro Pereira
  • Audiodescrição: Incluir Pela Arte e Imagética Acessibilidade
  • Coord.de projeto e direção de produção: W S Moraes Prod. Artísticas – Wilson Saraiva
  • Produção de Campo e Mídias Sociais: Monica Soares
  • Produção Artística: Companhia O Grito

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